1) QUEM É DEUS
Deus não
é uma força impessoal espalhada pelo universo. Ele é uma pessoa, possui
atributos próprios e quer ter um relacionamento pessoal com o seu povo. Deus é
Espírito, o Criador do Universo, dos homens, dos anjos, dos animais e de todos
os elementos da Natureza (Gn 1; Jo 4.24).
2) DEFINIÇÃO FILOSÓFICA DE PLATÃO
“Deus é o começo, o meio e o fim de todas as
coisas. Ele é a mente ou razão suprema; a causa eficiente de todas as coisas;
eterno; imutável; onisciente; tudo permeia e tudo controla; é justo, santo
sábio e bom; o absolutamente perfeito, o começo de toda a verdade, a fonte de toda
a lei e justiça, a origem de toda a ordem e beleza e, especialmente, a causa de
todo o bem”.
3)
ARGUMENTOS RACIONAIS SOBRE A EXISTÊNCIA DE DEUS
- Empírico: argumento da experiência. Se algo pode ser experimentado é porque existe;
- Cosmológico: o universo é a resposta (reação) à uma ação de Deus. Para cada ação, sempre haverá uma reação oposta e de mesma intensidade (lei da ação e reação). O estudo do mundo através da Astronomia, Astrofísica que tentam provar, ou não, que Alguém criou alguma coisa (Sl 119.1). A criação de Deus é perfeita e santa;
- Moral: o reconhecimento por parte do homem da necessidade de buscar um ideal moral exige a existência de um Deus que concretize esse ideal;
- Teleológico (telos – fim): O universo prova a existência de um criador, arquiteto, planejador, reformador (Rm 1.18-20). A Terra não tinha condições de receber o homem, por isto antes foi reformada. Trata-se do estudo dos fins, das finalidades e dos propósitos;
- Antropológico (anthos – homem): O homem é um ser moral e inteligente (At 17.29). A moral, instintos, consciência, emoção, servem de argumentos para provar a existência de Deus, pois se há algo que vai além de todos estes argumentos e que é superior a toda a verdade, este alguém é Deus (Jo 14.6). Na antropologia, o homem pode ser considerado como o alfa, o ponto inicial, enquanto que Deus pode ser visto como o ômega, o ponto extremo, mais alto, representado pelo respeito aos valores deveres, linguagens, espiritualidade, cultura, etc.
- Ontológico (ontos – ente): A ciência do ser, a investigação teórica do ser ou o ser em si mesmo. O homem é perfeito? Então esta sua perfeição requer a existência de outro ainda mais perfeito. O homem pensa e busca uma perfeição acreditando e declarando, conscientemente ou não, a existência de outro ser mais perfeito.
“Um ser
perfeito que não existe, não seria mais perfeito quanto um ser que não existe”.
Nada
podemos saber de Deus, se Ele mesmo não quiser revelar. Todo nosso conhecimento
de Deus é derivado de sua auto-revelação na natureza e nas escrituras sagradas.
4)
TEORIAS SOBRE A EXISTÊNCIA DE DEUS.
- Ateísmo: Nega a existência teórica e prática de Deus.
- Deísmo: Deus criou, mas se retirou e deixa a criação à sua
própria sorte. Não interfere.
- Panteísmo: Deus é uma força impessoal
que está presente em tudo.
- Teísmo: Existe um Deus, vivo e pessoal, que criou e
governa tudo.
5) SUBSTÂNCIA DE DEUS
Deus não
precisa de nada para existir. Deus é matéria ou espírito? Deus é uma substância
simples, é puro Espírito, sem mistura e não se limita ao cárcere da carne, por
isto não tem como deixar de existir. Os gregos acreditavam que seus deuses
visitavam a Terra para castigar e manter relações sexuais com a humanidade (At
16 – Júpiter e Mercúrio), bem diferente de Jesus que encarnou e esvaziou-se
temporariamente de sua glória para manter uma relação de amor e salvação.
6) ATRIBUTOS
NATURAIS DE DEUS (INCOMUNICÁVEIS AO HOMEM)
- Atributo é a manifestação do Ser de Deus. Um atributo é uma propriedade,
uma qualidade intrínseca ao seu sujeito, pela qual Ele pode ser distinguido ou
identificado. Os atributos se dividem em naturais e morais, também chamados de
"intransitivos e transitivos", "incomunicáveis e
comunicáveis", "absolutos e relativos", "negativos e
positivos" ou "imanentes e emanentes".
- Vida: Deus
tem vida. Ele ouve, vê, sente e age, portanto é um Ser vivo (Jo 10.10; Sl
94.9,10; II Cr 16.9; At 14.15; I Ts 1.9). Quando a Bíblia fala do olho, do
ouvido, da mão de Deus, etc., fala metaforicamente. A isto se dá o nome de
antropomorfismo. Deus é vida (Jo 5.26; 14.26) e o princípio de vida (At
17.25,28);
- Espiritualidade: Deus, sendo Espírito, é incorpóreo, invisível, sem
substância material, sem partes físicas e, portanto, é livre de todas as
limitações temporais (Jo 4.24; Dt 4.15-19,23; Hb 12.9; Is 40.25; Lc 24.39; Cl
1.15; I Tm 1.17; II Co 3.17);
- Personalidade: Existência dotada de autoconsciência e autodeterminação (Ex 3.14; Is 46.11);
- Volição ou vontade: querer (Is 46.10; Ap 4.11); pensar (Is 14.24; Sl 92.5; Is 55.8); emoção ou sensibilidade (Gn 6.6, I Rs 11.9, Dt 6.15; Pv 6.16; Tg 4.5);
- Tri-Unidade: Há no Ser divino apenas uma essência indivisível. Deus é um em sua natureza constitucional. A unidade da divindade é ensinada nas palavras de Jesus: Eu e o Pai somos um (Jo 10.30). Jesus está falando da unidade da essência e não de unidade de propósito (Jo 17.11,21-23, I Jo 5.7). Há três Pessoas no Ser divino, o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Dt 6.4; Gn 2.24; Zc 14.9; Dt 4.35; 32.39; I Cr 29.1; Is 43.10; 44.6; 45.5; I Rs 8.60; Mc 10.9; 12.29; I Co 8.5,6; I Tm 2.5; Tg 2.19; Jo 17.3; Gl 3.20; Ef 4.6). Há distinção de Pessoas na Divindade: Algumas passagens mostram uma das Pessoas divinas se referindo à outra (Gn 19.24; Os 1.7; Zc 3.1,2; II Tm 1:18; Sl 110:1; Hb 1:9);
- Auto Existência: Jerônimo disse: Deus é a origem de Si mesmo e a causa
de Sua própria substância. Jerônimo estava errado, pois Deus não tem causa de
existência, pois não criou a Si mesmo e não foi causado por outra coisa ou por
Si mesmo; Ele nunca teve início. Ele é o Eterno EU SOU (Ex 3:14; Jo 5:26; At 17:24-28;
I Tm 6:15,16);
- Infinidade ou Perfeição: É o atributo pelo qual Deus é isento de toda e qualquer
limitação em seu Ser e em seus atributos (Jó 11:7-10; Mt 5:48). A infinidade de
Deus se contrasta com o mundo finito em sua relação tempo-espaço.
- Eternidade: A infinidade de Deus em relação ao tempo é denominada
eternidade. Deus é Eterno (Sl 90:2; 102:12,24-27; Sl 93:2; Ap 1:8; Dt 33:27; Hb
1:12). A eternidade de Deus não significa apenas duração prolongada, para
frente e para traz, mas sim que Deus transcende a todas as limitações temporais
(II Pe 3:8) existentes em sucessões de tempo. Deus é elevado acima de todos os
limites temporais e de toda a sucessão de momentos, e tem a totalidade de sua
existência num único presente indivisível (Is 57:15);
- Imensidão: A infinidade de Deus em relação ao espaço é denominada
imensidão ou imensidade. Deus é imenso (Grande ou Majestoso; Jó 36:5,26; Jó
37:22,23; Jr 22:18; Sl 145:3). Imensidão é a perfeição de Deus pela qual Ele
transcende (ultrapassa) todas as limitações espaciais e, contudo está presente
em todos os pontos do espaço com todo o seu Ser pessoal. A imensidão de Deus é
transcendente no espaço (Sl 139:7-12; Jr 23:23,24) e fora do espaço (I Rs 8:27;
Is 57:15).;
- Onipresença: A imensidade denota a transcendência no espaço enquanto
que a onipresença denota a imanência no espaço. Deus ocupa o espaço porque
preenche e não está ausente em nenhuma parte dele (Sl 139:11,12). Deus ocupa o
espaço variavelmente porque Ele não habita na terra do mesmo modo que habita no
céu, nem nos animais como habita nos homens, nem nos ímpios como habita nos
piedosos, nem na Igreja como habita em Cristo (Is 66:1; At 17:27,28; Compare Ef
1:23 com Cl 2:9);
- Imutabilidade: É o atributo pelo qual não encontramos nenhuma mudança
em Deus, em sua natureza, em seus atributos e em seu conselho. A "base" para a imutabilidade de
Deus é a Sua simplicidade, eternidade, auto-existência e perfeição.
Simplicidade porque sendo Deus uma substância simples, indivisível, sem
mistura, não está sujeito a variação (Tg 1:17);
- Onisciência: Atributo pelo qual Deus, de maneira inteiramente única,
conhece-se a Si próprio e a todas as coisas possíveis e reais num só ato eterno
e simples (Rm 11:33,34; Jó 37:16; Is 40:28; Sl 147:5). Deus sabe tudo o que vai
acontecer independente dos caminhos ou decisões tomadas de nossa parte;
- Onipotência: É o atributo pelo qual encontramos em Deus o poder
ilimitado para fazer qualquer coisa que Ele queira. A onipotência de Deus
não significa o exercício para fazer aquilo que é incoerente com a natureza das
coisas, como, por exemplo, fazer que um fato do passado não tenha acontecido,
ou traçar entre dois pontos uma linha mais curta do que uma reta. Podemos,
portanto, definir o poder ordenado de Deus como a perfeição pela qual Ele,
mediante o simples exercício de Sua vontade, pode realizar tudo quanto está
presente em Sua vontade ou conselho. Entretanto há muitas coisas que Deus não
pode realizar. Ele não pode mentir, pecar, mudar ou negar-se a Si mesmo (Nm
23:19; I Sm 15:29; II Tm 2:13; Hb 6:18; Tg 1:13,17; Hb 1:13; Tt 1:3);
- Soberania ou Supremacia: Atributo pelo qual Deus possui completa autoridade
sobre todas as coisas criadas, determinando-lhe o fim que desejar (Gn 14:19; Ne
9:6; Ex 18:11; Dt 10:14,17; I Cr 29:11; II Cr 20:6; Jr 27:5; At 17:24-26; Jd 4;
Sl 22:28; 47:2,3,8; 50:10-12; 95:3-5; 135:5; 145:11-13; Ap 19:6).
7) ATRIBUTOS MORAIS DE DEUS (COMUNICÁVEIS AO HOMEM)
- Santidade: É a perfeição de Deus, em virtude da qual Ele
eternamente quer manter e mantém a Sua excelência moral, aborrece o pecado, e
exige pureza moral em suas criaturas (Hb 1:9; Am 5:15; Rm 12:9);
- Bondade: É uma concepção genérica incluindo diversas variedades
que se distinguem de acordo com os seus objetos. Bondade é perfeição absoluta e
felicidade perfeita em Si mesmo (Mc 10:18; Lc 18:18,19; Sl 33:5; Sl 119:68; Sl
107:8; Na 1:7). A bondade implica na disposição de transmitir felicidade;
- Verdade: É a consonância daquilo que é asseverado com o que
pensa a Pessoa que fez a asseveração. Neste sentido a verdade é um atributo
exclusivamente divino, pois com frequência os homens erram nos testemunhos que
prestam, simplesmente por estarem equivocados a respeito dos fatos, ou então
por pura incapacidade fracassam em promessas que fizeram com honestas
intenções. Mas a onisciência de Deus impede que Ele chegue a cometer qualquer
equívoco, e a Sua onipotência e imutabilidade asseguram o cumprimento de Suas
intenções (Dt 32:4; Sl 119:142; Jo 8:26; Rm 3:4; Tt 1:2; Nm 23:19; Hb 6:18; Ap
3:7; Jo 17:3; I Jo 5:20; Jr 10:10; Jo 3:33; I Ts 1:9; Ap 6:10; Sl 31:5; Jr 5:3;
Is 25:1). Ao exercê-la para com a criatura, a verdade de Deus é conhecida como
sua veracidade e fidelidade.
Fonte: Apostila Curso Básico de Teologia do SETEM – Seminário
Teológico Manancial. Elaboração: Pb. Ailton da Silva
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