Eli e Davi não disciplinaram
seus filhos, diante de seus erros (I Sm 2.12-17, 22; II Sm 2.6, 29; 15.10), o
mesmo podemos dizer do velho e bom patriarca Jacó.
Os filhos ao perceberem a diferenciação do amor
demonstrado pelo pai (Gn 37.4) mudaram seus semblantes e o tratamento a José. O
grande culpado por toda esta situação foi o próprio pai, que não honrou o primogênito,que
era Rúben.
a) O erro de Jacó:
Ele desde o inicio amou Raquel (Gn 29.18), de
uma forma bem diferente de sua irmã e rival, que havia sido dada como esposa em
primeiro momento.
O seu primogênito, Rubén, era filho de Léia,
mas nunca foi honrado pelo pai como tal. A lei previu este erro e procurou
eliminar esta prática da sociedade hebréia (Dt 21.15-17), mas por enquanto não havia
nada que pudesse desabonar a conduta de Jacó, em relação ao tratamento dado aos
seus filhos, a não ser as inevitáveis conseqüências.
Para a lei, tão logo fosse instituída, não importava
que era a mãe, fosse ela a mulher amada ou não, o primogênito seria o primeiro
filho que nascesse. Era um resguardo do direito do filho e uma segurança para a
mãe. Certamente Jacó enfrentaria algum tipo de problema com a lei, caso ela
existisse em sua época ou vice versa.
O primogênito de fato e direito foi Rúben, mas
o honrado foi José, o primeiro filho da mulher que Jacó sempre amou, tão
especial que após o nascimento o seu coração foi inundado pelo desejo de
retorno às suas terras (Gn 30.23-25).
b) Os erros dos irmãos de José:
Eles tomaram as dores do primogênito desonrado?
Seguiram o exemplo do pai? Questionaram-no a respeito de sua dificuldade em
entender o principio da primogenitura (Gn 25.33; 27.35)?
Este sentimento foi crescendo de tal forma que
tornou impossível a convivência sadia entre eles. A gota d’água foram os sonhos
de José (Gn 37.7,9), contado a seus irmãos por ele próprio, sob a chancela do
pai. O primeiro aumentou ainda mais a rivalidade e acirrou o ciúmes, mas nada
que pudesse ser considerado as reações provocadas, no pai, após a revelação do
segundo, pois Jacó repreendeu o filho publicamente após ouvir o relato. Enquanto
o primeiro sonho mexia somente com o orgulho da prole, o segundo foi capaz de mexer
com o ego do pai.
Depois do ocorrido, seus irmãos, se isolaram
por “n” motivos, foram apascentar bem longe de suas terras. Quando da visita de
José para averiguar a situação e o trabalho deles (G 37.13), eles desejaram a
sua morte (Gn 37.20), mas foram impedidos por Rúben, o primogênito.
Acuaram o irmão, roubaram e rasgaram o seu único
patrimônio, presente de seu pai (Gn 37.23), usaram de violência, praticaram cárcere
privado, omitiram socorro e atendimento, pois a longa viagem, a luta para
evitar que sua túnica fosse rasgada e a queda na cova devem ter deixado algumas
marcas no corpo de José.
Venderam o irmão como escravo, algo inadmissível
para a época e costume hebraico e por fim devem ter aplicado as 20 moedas de
pratas, lucro da venda. Duas moedas para cada irmão, levando em consideração
que Benjamim, irmão e filho da mesma mãe, não tenha participado desta trama.
Mas esta rebelião dos irmãos não trouxe conseqüências
trágicas para cada um deles, tal como aconteceu com Hofni, Finéias (II Sm 4.11)
e Absalão (II Sm 18.4). Qual a explicação lógica para isto? Talvez por se
tratar da espinha dorsal de Israel? Ou talvez porque a rebelião não tenha sido
diretamente contra o pai? Mesmo com a mentira contada sobre a morte do irmão. Ou talvez
tenha havido o arrependimento, por parte deles? Mas não tinham muito o que
fazer, pois por onde começariam a procurar o irmão?
O “Oscar de melhor trama” é deles.
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