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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

A perda dos bens terrenos. Plano de Aula


TEXTO ÁUREO

Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR (Jó 1.21).

VERDADE PRÁTICA

Ainda que percamos todos os nossos bens, continuaremos a desfrutar de nosso bem maior: Cristo Jesus nosso Senhor.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Jó 1.13-21.
13 - E sucedeu um dia, em que seus filhos e suas filhas comiam e bebiam vinho na casa de seu irmão primogênito,
14 - que veio um mensageiro a Jó e lhe disse: Os bois lavravam, e as jumentas pasciam junto a eles;
15 - e eis que deram sobre eles os sabeus, e os tomaram, e aos moços feriram ao fio da espada; e eu somente escapei, para te trazer a nova.
16 - Estando este ainda falando, veio outro e disse: Fogo de Deus caiu do céu, e queimou as ovelhas e os moços, e os consumiu; e só eu escapei, para te trazer a nova.
17 - Estando ainda este falando, veio outro e disse: Ordenando os caldeus três bandos, deram sobre os camelos, e os tomaram, e aos moços feriram ao fio da espada; e só eu escapei, para te trazer a nova.
18 - Estando ainda este falando veio outro e disse: Estando teus filhos e tuas filhas comendo e bebendo vinho, em casa de seu irmão primogênito,
19 - eis que um grande vento sobreveio dalém do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, a qual caiu sobre os jovens, e morreram; e só eu escapei, para te trazer a nova.
20 - Então, Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou,
21 - e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR.

PROPOSTA DA LIÇÃO
  • Os mensageiros não pouparam Jó das trágicas notícias;
  • Gado, rebanho e servos, tudo foi perdido em apenas 1 dia;
  • Seus filhos morreram, sobrou apenas a esposa;
  • Jó recomeçou do zero, prostrado e adorando a Deus;
  • Perdas afetivas: dilacerante para a alma;
  • Perdas materiais + perdas afetivas = perdas espirituais;
  • Devemos buscar o socorro em Deus;
  • A graça de Deus preenche todas as perdas;
  • Deus muda nossa história. Intervenção de Deus!

INTRODUÇÃO

Diante deste mundo materialista e da ilusão das vitórias e conquistas, certamente não há espaço para que encaremos de frente um dos maiores dramas materiais, ao qual estamos sujeitos, a realidade das perdas.

A grande questão é como nos portar diante da perda de filhos, imóveis e dinheiro. Quando falamos de perdas como estas, o primeiro personagem bibilico que nos vem a mente é Jó, morador de Uz, uma terra distante, homem temente a Deus, integro, sincero, justo, reto, rico, casado, bom pai, bom esposo, que possuía muitos bens e servos. Não havia outro como ele naquelas terras (1.1-3), conforme atestado pelo próprio Deus (Jó 1.8; 2.3), mas esta abastada condição material de Jó não foi capaz de mudar as suas relações com Deus e com os homens, respectivamente.

Seus filhos banqueteavam enquanto ele intercedia por cada um deles para que fossem perdoados seus pecados ou blasfêmias contra Deus, caso agissem desta forma (1.5).

a) As perdas de Jó:
  • Perdas materiais e afetivas: foram atingidos seus bens, servos e filhos;
  • Perdas da saúde física: ele foi assolado por uma chaga maligna desde a planta dos pés até ao alto da cabeça (2.7);
  • Perda do equilíbrio emocional: Pressões, palavras que distorceram seu caráter santo, justo e reto (3.1-11), pois ele foi tão humano quanto qualquer um de nós.

I. JÓ E A EXPERIÊNCIA DAS PERDAS HUMANAS
1. SEU GADO E REBANHO. 
Jó, homem prospero, íntegro e temente a Deus (1.1), bom patrão, bom esposo e um pai sempre presente e preocupado com a vida espiritual e social dos filhos (1.5). Alcançou testemunho do próprio Deus, em duas oportunidades, mas de repente, num só dia, viu todo seu gado e rebanho esvair-se. Os mensageiros, um a um, trouxeram-lhe inesperadas e funestas notícias (1.14-16).

“Jó, cujo nome significa voltado sempre para Deus”, natural de Uz, possuía sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas e muitos servos (Jó 1.3).  

Seu rebanho foi roubado pelos sabeus, que mataram seus servos ao fio da espada, exceto um, que foi o responsável pela entrega da noticia a Jó. Depois uma ação sobrenatural, descrita pelo segundo mensageiro, como “fogo do Deus” caído do céu, consumiu outra parte do rebanho e servos, exceto aquele que deu a noticia (1.16). Não obstante a tudo isto, apareceu o terceiro mensageiro dando conta da ação dos caldeus que roubaram o rebanho e mataram seus servos, exceto o que deu a notícia. Pelo menos o padrão dos mensageiros e mensagens foram mantidos.

2. SEUS SERVOS. 
Além de bois, camelos e ovelhas, os servos de Jó também tiveram suas vidas ceifadas e antes de findar o dia a maioria de seus funcionários estava morta, tanto pelos sabeus quanto pelos caldeus e outra parta havia sido consumida pelo fogo que veio do céu.

Ele não teve tempo de se recuperar das notícias, pois tão logo um terminava o relato aparecia o outro para anunciar mais perdas. “De súbito, Jó se viu arruinado financeiramente, não lhe restara nada, nenhum bem com o que se sustentar”. Não tinha sequer perspectiva ou condições para reiniciar seus negócios.

3. SEUS FILHOS. 
Uma notícia trágica atrás da outra e Jó ia sentindo o chão se abrindo diante de seus pés. Sem esboçar reação ouviu atentamente todas as mensagens, não crendo que tudo aquilo estivesse acontecendo em sua vida, em um intervalo de tempo tão curto.

O mais doloroso de todos os relatos, foi sem dúvida nenhuma, o que dizia respeito da morte de seus filhos, pois como bom pai, que era, não haveria outro sentimento para aflorar em seu semblante a não ser a dor (1.19). O seu lamento era por saber que nenhum dos filhos daria continuidade ao seu nome e que não seria lembrado após sua morte, já que não havia sobrado ninguém da família, apenas a mulher.

Qualquer outro ser humano, em qualquer época, se desesperaria ou tomaria uma decisão precitada ante tal situação. A perda de bens, rebanho, funcionários e filhos é capaz de abalar a estrutura de qualquer um, por mais forte que possa ser. Jó ouviu todos os relatos e ainda atônito, rasgou suas vestes, rapou sua cabeça e se lançou em terra para adorar a Deus. Seria possível imaginarmos um outro tipo de reação? Sobre a dor do patriarca, o professor Luciano de Paula Lourenço discorreu:

“Todos os dez filhos (três mulheres e sete homens). Estavam todos comendo e bebendo na casa do irmão mais velho, quando o furacão atingiu a casa e a derrubou sobre eles. No dia seguinte, havia dez caixões de defuntos para Jó enterrar”.


II. A PERDA DOS BENS
1. DE ORDEM MATERIAL. 
Quando se perde bens materiais, seja por causa de uma administração deficiente, por roubo ou devido à traição de pessoas que pareciam amigas, parece que o chão se abre e tudo vem abaixo. Para lidar com tais questões não há receitas ou manuais. O que temos é a promessa viva e real de Jesus (Mt 6.33), mas como é difícil a relação diária com estes conceitos imediatistas que tão de perto teimam em nos rodear.

Segundo o Maligno (1.10), Jó somente servia a Deus, devido aos seus bens e caso fosse retirado tudo, certamente blasfemaria. Deus oficiou a permissão e rapidamente o Maligno tocou na esfera material da vida de Jó. Suas posses foram tomadas (1.13-22).

2. DE ORDEM AFETIVA. 
Perder um dos familiares, mesmo que esperado, ser preterido no namoro, noivado, separações no casamento, são dores que parecem fincar estacas no âmago de nossa alma (Sl 42.11; 142.7). Bem neste momento a nossa saúde psíquica pode ser comprometida, atingindo nossa vida espiritual e social.

Seria possível enfrentarmos situação tal como Jó? Perder tudo, ser portador de uma enfermidade deformadora, “ser abandonado em sua fé pela própria esposa”, ficar assentado sobre lixo, coçando com cacos de telhas e ainda se manter firme, por alguns momentos? Filhos mortos, esposa revoltada e Jó solitário.

a) Declaração peremptória de Jó:
“Nu saí do ventre de minha mãe e nú tornarei para lá; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor” (1.21). Todos ouviram, admirados, a fé e perseverança deste homem e não encontraram argumentos para contestarem sua declaração, mas a paciência de Jó estava por findar-se, seria questão de tempo.

3. DE ORDEM ESPIRITUAL. 
Se a saúde emocional for comprometida, a crise espiritual rapidamente se instaurará. As conseqüências serão inevitáveis, tal como o desejo pela morte (I Rs 19.4), portanto se as perdas existenciais na nossa vida não forem tratada bíblica (I Pe 5.7-9) e equilibradamente, certamente atingiremos este estágio.

Será que somos preparados para enfrentarmos tamanha situação? Somos orientados pelos nossos lideres e reagirmos serenamente e equilibradamente diante das perdas? Será que procuramos zelar pela nossa vida espiritual mesmo na adversidade? Ou somente somos preparados e orientados para recebermos as bênçãos e não para as perdas?

III. MESMO NA PERDA PODEMOS DESFRUTAR O AMOR DE DEUS
1. SUA GRAÇA. 
O apostolo Paulo não enfrentou a mesma situação que Jó, pelo contrário, ele teve “ganho”, que da mesma forma tirou a sua tranqüilidade e por pouco que não atingiu sua espiritualidade. O espinho que o incomodou intensamente não foi removido, antes se tornou um sinal da graça de Deus sobre sua vida (II Co 12.9). Ele foi capaz de entender isto.

“Paulo pediu para Deus substituição, mas Deus lhe deu transformação. Deus não removeu sua aflição, mas lhe deu capacitação para enfrentá-la vitoriosamente. Deus não deu explicações para Paulo, fez-lhe promessas”. Segundo os ensinamentos de Paulo, vivemos de promessas e não de explicações de Deus (II Co 12.9), alias o próprio Jó também foi usado como instrumento para que aprendêssemos isto, pois em nenhum momento ele foi inteirado sobre o teor da conversa que houve entre Deus e o Maligno a respeito de sua fidelidade, apenas tomou conhecimento das perdas que os mensageiros lhes anunciaram.

2. SEU AMOR. 
A graça de Deus, favor ao homem imerecido, é fruto do seu amor por nós. Sua graça é real na vida de todos os que recebem a Cristo como o seu Salvador. O Pai conhece a dimensão do nosso sofrimento e importa-se com cada um de nós. A maior prova disso está no fato de que Ele ofereceu o seu Único Filho para morrer em nosso lugar (Jo 3.16).

As vezes Deus permite que enfrentamos situações adversas, provações e ou sofrimento para que aprendamos e compreendamos quão grande é o seu amor por nós. Mesmo em meio ao calor do fogo ou na agitação das ondas da vida sentimos que não estamos sós, pois Deus “vem com Sua forte mão nos socorrer, nos amparar e nos levar até o porto seguro”.

3. DEUS INTERVÉM NA HISTÓRIA.
Deus, em graça e amor inefáveis, intervém na história humana, tal como interveio na tragédia existencial de Jó. Não era para menos, pois Deus jamais o deixaria naquelas condições, mesmo que em alguns momentos ele tenha extrapolado em seus comentários (3.2-11; 7.20; 19.1-29; 21.6-15; 29.2-5; 30.1-31). 

Outros grande vultos bíblicos também experimentaram claramente a intervenção de Deus depois de enfrentarem situações adversas, resultado dos próprios erros e ou por permissão de Deus, tal como Adão, (Gn 3.23), Caim (Gn 4.10-12), Enoque (Gn 5.24), Jacó (Gn 32.22-28), Daniel (Dn 6) entre outros.

CONCLUSÃO
Podemos perder tudo nessa vida, mas apesar de todos os infortúnios, continuamos a crer no Evangelho de Cristo, pois Ele é o nosso baluarte e fortaleza. Nele, as perdas redundam em ganhos eternos (Hc 3.17-19). O chão se abriu para Jó e tudo parecia que estava perdido ou que caminhava para um desfecho ainda pior. Ele suportou as investidas do Maligno e recebeu a recompensa ao final de todo o processo.

1) Descrever as perdas humanas de Jó:
  • Gado, rebanho, servos e filhos.

2) Elencar as perdas de ordem material, afetiva e espiritual:
  • Material: os bens de Jó não eram eternos;
  • Afetiva: filhos mortos, esposa revoltada e Jó solitário;
  • Espiritual: por pouco, Jó não perde o equilibrio.

3) Conscientizar-se: mesmo nas perdas, Deus é fiel:
  • Graça, amor e intervenção de Deus, mesmo nas perdas

REFERÊNCIAS:
BARBOSA, José Roberto A. A perda dos bens terrenos. Disponível em: http://subsidioebd.blogspot.com.br/2012/08/licao-10.html. Acesso em 30 de agosto de 2012.

BARBOSA, Francisco de Assis. A perda dos bens terrenos. Disponível em: http://auxilioebd.blogspot.com.br/2012/08/licao-10-perda-dos-bens-terrenos.html. Acesso em 29 de agosto de 2012.

Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003

Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000

Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Baureri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 2003.

GERMANO, Altair. A perda dos bens terrenos. Disponível em: http://www.altairgermano.net/2012/08/a-perda-dos-bens-terrenos-licoes-de.html. Acesso em 30 de agosto de 2012.

JESUS, Isaías Silva de. A perda dos bens terrenos. Disponível em: http://rxisaias.blogspot.com.br/2012_08_01_archive.html#5233683879672940650. Acesso em 30 de agosto de 2012
Acesso em 26 de julho de 2012.

LOURENÇO, Luciano de Paula. A perda dos bens terrenos. Disponível em: http://luloure.blogspot.com.br/2012/08/aula-10-perda-dos-bens-terrenos.html. Acesso em 29 de agosto de 2012.

Rede Brasil de Comunicação. A perda dos bens terrenos. Disponível em: http://www.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/. Acesso em 30 de agosto de 2012.

Por: Ailton da Silva (18) 8132-1510

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