Páginas

sábado, 2 de março de 2013

100º texto: Ei Elias, valeu! Até breve, mas não quero te ver em Apocalipse 11, estaremos bem longe.



1) A CONVOCAÇÃO:
Somente Deus sabe onde e em quais condições se encontravam Elias e Moisés, me reservo ao direito de falar sobre isto, uma vez que nossa imaginação jamais conseguirá suprir esta plena carência de conhecimento (cf 1 Co 2.14) para entender este mistério e quem o poderia?

Os dois foram avisados da obrigatoriedade da presença no monte da transfiguração e se apresentaram. Não criaram obstáculos ou questionamentos, tais como: para que? Por que? Muitos, do público alvo não entenderão, alguns distorcerão, criarão doutrinas, dogmas, prisões espirituais e serão levianos uns com os outros, então qual é o propósito deste evento?

Aquilo seria para o bem de muitos e proporcionaria crescimento espiritual, por isto não havia motivos e tampouco condições para que eles não atendessem a tão sublime convocação.

Depois da glorificação de Jesus diante dos dorminhocos discípulos (Lc 9.32), os dois convidados ilustres apareceram e iniciaram uma conversa sadia, gostosa e edificante (Lc 9.31). Que privilégio concedido, haja vista que muitos outros fiéis e piedosos desejaram aquele momento e não foram agraciados tal como eles. Até quase receberam um presente de Pedro (Mc 9.5), uma ofertinha que não chegava nem aos pés do que Deus concedeu.

Mas ao final, se Moisés tivesse “ousado” perguntar a Deus/Jesus, se ele poderia, digamos “descansar em paz”, devido a sua condição, digamos de falecido (Dt 34.7), a resposta seria afirmativa, já no caso de Elias certamente ele ouviria um sonoro “não”, mesmo porque ainda estava vivo e porque teria outra missão na terra e não demoraria muito, ou seja, “por estes dias” (Ap 11.1-13). A sua parte, Moisés, terminou, a do outro que está ao seu lado não!

Se fosse qualquer um de nós, seres humanos tão falíveis e sujeitos às mesmas paixões (Tg 5.17), é bem provável que ficaríamos entediados, afinal quem não deseja um dia “descansar em paz” nesta terra, que fique bem claro, “descansar em paz nesta terra”, até o dia do cumprimento de um dos “carros chefe” (1 Ts 4.13-18) do protestantismo, fruto da reforma, encabeçada pela ala que propôs no coração se manter fiel aos ensinamentos apostólicos (At 2.42), recebidos por revelação do próprio Cristo encarnado e lembrado pelo Espírito Santo, conforme promessa (Jo 14.26).

Elias tomou aquele “sonoro não” como uma grande responsabilidade e privilégio, aliás que outro conceito poderia formar?

2) OS PRESENTES DE DEUS
a) Frustração de Moisés
Como havia sido difícil o ministério terreno de Moisés e Elias. Confronto à governantes e reis (Ex 5.1; 1 Rs 17.1; 18.1; 21.19), revolta do povo (Nm 11.4-5; 14.22 – as dez murmurações no deserto), desvio espiritual (Ex 32.1), ousada apostasia (Ex 32.8; I Rs 12.28-29) , descrença (1 Rs 18.24) e outras tantas ações do povo que a cada dia mais se afastava de Deus, mas estes dois gigantes da fé, foram até ao final e contemplaram parte da benção, não a viram ou a receberam na sua totalidade.

Os dois tiveram estes contratempos em seus ministérios, mas nada que pudesse afastá-los de seus objetivos, mas o certo é que ficaram estas frustrações em suas vidas. Um chegou e contemplou a bênção, mas não colocou os pés, viu a porta fechada que não se abria, mesmo diante de seu clamor, enquanto que o outro havia lutado tanto e quando tudo parecia correr para um desfecho final, Deus o toma desta terra. Não era justo que não recebessem suas respectivas bênçãos. O plano de Deus previa, um dia, mostrar para eles e ensinar para a sua igreja, que a justiça Dele é breve e certa.

Parece que ouço Moisés gritando bem alto: “Eis que estou às portas e [...] se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta eu entrarei”. Certamente Deus ouviu a voz dele (Dt 3.23-26), mas não abriu a porta para que ele entrasse (Dt 34.4-7). Ele não herdou, não pisou na Terra Prometida aos pais no passado (Gn 15.13-16; 26.3; 28.14-15) e que foi profetizado por José no auge de sua alegria no Egito (Gn 50.25).

b) frustração de Elias
Com Elias aconteceu algo semelhante, ousadia e coragem no início do ministério (1 Rs 17.1; 18.1), problemas e dificuldades materiais (1 Rs 17.3, 9), longas viagens seguindo orientações de Deus:
  • de Gileade até a presença de Acabe, para se apresentar e dizer que ainda havia Deus em Israel;
  • Querite, para conhecer o Deus da provisão e para ser moldado, para ficar do tamanho certo, do jeito que Deus desejava. Para comer alimento que vinha do corvo, pois estava forte, no auge de seu ministério. Ele somente se esqueceu de prestar atenção em seu entorno. O ribeiro que lhe fornecia água, secava e ele não percebia;
  • Sarepta, para apresentar o Deus da provisão e da vida à uma estrangeira necessitada;
  • Carmelo, onde mudou seu jeito de trabalhar, quase “cuspiu fogo” aquele dia, pois foi agressivo em suas ações, direto (1 Rs 18.22-40) e honrado por Deus;
  • Jezreel, para conhecer na pele as consequências de atitudes impensadas (1 Rs 18.46), de decisões precipitadas e fora da direção de Deus;
  • Berseba para conhecer a solidão. Para ver as mãos de Deus agindo em seu favor e para ver o socorro. Corvos não levaram pão e água, mas sim um anjo, pois não tinha condições, estava muito fraco para estar frente a frente com corvos. No Querite tinha, naquele ocasião não;
  • Horebe para ter um reencontro, uma volta às origens, para fortalecer a sua fé, para receber a maior de todas as revelações. Algo que foi capaz de colocá-lo em pé imediatamente (1 Rs 19.18). Somente a Palavra de Deus pode colocar o homem em pé, animá-lo de uma hora para outra;
  • Deserto de Damasco, para ungir dois reis importantes, um para a Síria e outro para Israel e o seu sucessor, Eliseu;
  • Gilgal, enquanto preparava Eliseu para a sucessão, justamente no local onde o povo de Deus havia acampado (Js 4.19) logo depois da entrada triunfal na Terra Prometida, sobre às águas repartidas do Jordão;
  • Betel, “um lugar de oração, onde Abraão edificou um altar ao Senhor (Gn. 12.8)”;
  • Jericó, o lugar da primeira batalha real pela causa maior, a Terra Prometida (Js 6), pois até então, durante a caminhada, Israel havia se deparado com alguns “ousados e loucos” inimigos que tentaram impedir a caminhada. Agora era diferente, o inimigo queria impedir a posse. Uns tentam impedir a caminhada e outros a posse;
  • Jordão (2 Rs 2.1-6), a última parada de Elias, do mesmo ponto de onde havia aparecido, para se apresentar a Acabe (1 Rs 17.1), estava ele agora retornado para finalizar seu ministério.
Neste meio, durante estas deslocações[1] terrestres, ele procurava evitar a sua perseguidora, a profetiza enganadora Jezabel (cf Ap 2.20), que acertou somente a parte final de sua profecia, pois “os deuses[2]” não fizeram o que ela pediu, mas sim o Deus Todo Poderoso: “assim me façam os deuses o mesmo e outro tanto, se decerto [...] eu  não puser a tua vida como de um deles”. Elias havia matado os seus profetas e ela desejou fazer o mesmo com ele, por isto invocou os seus inúmeros deuses inertes e inúteis, tanto quanto ela (Sl 115.1-8). O algo a mais que ela se referiu foi o que justamente Elias havia profetizado a Acabe e cumprido pela instrumentalidade de Jeú (1 Rs 21.19; 2 Rs 9.30-35).

Parecia que Elias estava chegando ao topo do seu ministério, para ver o fruto de seu trabalho. O povo mais ou menos restaurado, buscando e adorando o verdadeiro e único Deus e não mais iludidos com as estátuas imundas e fedorentas de Baal, nas quais todos colocavam as mãos, beijavam, passando uns para os outros seus fungos, vírus, bactérias, doenças, parecia que Israel ficaria livre deste peso e opressão, mas então ele ouviu o “VEM[3]” de Deus e não pode resistir ao chamado. Ah, se ele pudesse ter oportunidade para questionar, certamente diria: “Agora que ficou bom Deus. Acabe morto, o povo mais ou menos restaurado, o meu sucessor ao meu lado, este era o momento exato do contra ataque, pois Jezabel está sozinha”. Qualquer um de nós apresentaria tais argumentos para Deus.

Elias, desejou tanto ver Israel livre de Jezabel, da idolatria e apostasia, mas foi tomado por Deus antes e imaginou ter deixado o caminho livre para ela continuar com seu ardiloso plano de laicizar Israel, impondo-lhe a sua religião vã e mesquinha, com seus ídolos quebráveis, inertes e fedorentos. Desde o inicio ele entendeu a propriedade da continuidade embutida em seu ministério, mesmo que tenha pensado em um possível progresso da idólatra, na sua ausência, estava ciente que o seu sucessor a enfrentaria nas mesmas condições (1 Rs 19.17), caso encontrasse com ela, haja vista que a revelação recebida no Horebe, deixou bem claro que somente conheceriam a espada de Eliseu aqueles ou aquelas que escapassem da espada de Jeú, e como somos sabedores, ela não escapou (2 Rs 9.30-35).

c) Presentes de Deus
E disse Deus: “Pisa Moisés na terra que você tanto desejou, pisa na terra que um dia você orou clamando pedindo autorização (Dt 3.23-26) a qual foi tirada de ti devido a incredulidade de Israel, tú mesmo os apontou como responsáveis pela perda (Dt 3.26). Pisa na terra que fez arder o seu coração tal como sarça que você viu em nosso primeiro encontro (Ex 3.1-2). Alegra o teu coração na terra que tanto te fascinou. Durante a caminhada pisaste somente em terras egípcias, midianitas, amalequitas, moabitas e amonitas, entre outras. Você foi tão zeloso para que Israel chegasse ao final, que evitou pisar em terras edomitas (Nm 20.14-21), seus parentes (Gn 36.1, 9) para não provocar uma guerra desnecessária. Pisa Moisés, pisa agora Moisés (Mc 9.4; Lc 9;30). Somente Eu sei em que forma você está e isto eu não revelei a ninguém na terra”.

E disse Deus novamente: “Contemple Elias. Veja bem os olhos Dele. Converse com Ele. Israel não conheceu a restauração total em seus dias e tampouco nos dias de seu sucessor, faltou algo para isto. Faltou alguém. Justamente Este que está à sua frente, Este que conversa contigo. Ele é a restauração de Israel e de toda a humanidade. Você desejou tanto ver a RESTAURAÇÃO do homem, imaginando que fosse um verbo, uma ação, ou que dependesse de homens, mas hoje você está entendendo que a RESTAURAÇÃO tem um nome, Jesus”.

3 – A OFERTINHA DO HOMEM
Que presentes maravilhosos Deus concedeu a Moisés e Elias! E o que os discípulos ofereceram de recompensa para estes dois grandes homens? Pedro ofereceu cabanas, uma para cada um deles, como se paredes e teto pudessem alegrar corações. Quanta diferença. Cuidado, pois fora desta forma, usando este mesmo artifício e quem sabe com estas mesmas palavras que Moisés houvera perdido a sua benção (Nm 20.10).

Enquanto Deus estava oferecendo um grande tesouro, apareceu Pedro com a sua ofertinha material. Qual escolheríamos? O presente de Deus ou a ofertinha do homem? Tem muitos que ainda preferem as cabanas!

Como a visão humana é tão curta. Após o quinto dia da criação, Deus viu que foi bom o que havia feito, haja vista Ele saber o porque e para quem estava destinado aquela obra, por isto declarou diante daquela visão? “Façamos o homem”, pois eu tenho propósitos e objetivos (Gn 1.28-30), tenho metas (que estejam na minha presença me adorando) e tenho plano (cf Gn 3.15). E o homem, diante da visão de Cristo glorificado (Mc 9.2) somente conseguiu dizer: “Façamos cabanas, eu ofereço cabanas”. Realmente Pedro não sabia o que dizia (Mc 9.6), que erro grotesco, infantil. Eles não entenderam o evento. Estavam certos de que Jesus era o Messias esperado (Mt 16.16), mas creio que em determinado momento pediram sinais a Deus, confirmação de que não estavam perdendo tempo ou que estavam seguindo o homem errado e quando tiveram este sinal, esta confirmação falaram besteira: “façamos 3 cabanas, ou seja atribuiremos ao homem a glória que não lhe é devida, pois Moisés, Elias e Jesus são iguais em poder e glória”. Este foi o motivo da intervenção de Deus: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo, escutai-o”, os outros dois são meros coadjuvantes, são instrumentos. Que Deus não permita atribuirmos ao homem a glória que somente é devida a Ele, erros inaceitáveis para aqueles que conhecem Aquele em quem tem crido (1 Tm 1.12).

No monte da transfiguração, Jesus estava no pleno exercício de sua natureza divina, portanto o que poderia ser impossível a Ele? Um morto se apresentar, mesmo que não saibamos onde foi sepultado (Dt 34.6; Jd vers. 9) ou em que forma esteve ele naquele dia? Ou quem sabe seria impossível a Deus que um arrebatado, que somente Ele sabe onde está e o que está fazendo da mesma forma se apresentar?

A Elias ficam os nossos respeitos, por ter sido um grande instrumento nas mãos de Deus. Que grandes ensinamentos extraímos de seu ministério, de seus acertos e de seu erro. Que extraiamos da mesma forma profundas verdades e tesouros da conduta de Eliseu, tal como as futuras gerações, um dia extrairão das nossas.



[1] Se Elias tivesse carros e cavalos de fogo à sua disposição para cumprir estas distâncias, certamente tudo seria facilitado (cf 2 Rs 2.11)
[2] Os deuses que ela invocou eram tão insanos e limitados quanto ela, aliás eram somente obras de seus artificies e produtos de sua mente varrida.
[3] Tal como Elias, por ser uma das duas testemunhas, ouvirá ao final de suas campanhas na terra assolado pelo Anticristo (Ap 11.12).

Por: Ailton da Silva - Ano IV

Um comentário:

  1. Ola eu irmão a paz do senhor tudo bem eu ja coloquyi o seu banner no seu bloger mas infelizmente ele esta com algum bloblema que não aparece assim que atualizar quero mito poder recoloca-
    lo novamente amem!
    http://radioresgatenet.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir