Somente Deus sabe onde e em quais
condições se encontravam Elias e Moisés, me reservo ao direito de falar sobre
isto, uma vez que nossa imaginação jamais conseguirá suprir esta plena carência
de conhecimento (cf 1 Co 2.14) para entender este mistério e quem o poderia?
Os dois foram avisados da obrigatoriedade da presença no monte da transfiguração e se apresentaram. Não criaram obstáculos ou questionamentos, tais como: para que? Por que? Muitos, do público alvo não entenderão, alguns distorcerão, criarão doutrinas, dogmas, prisões espirituais e serão levianos uns com os outros, então qual é o propósito deste evento?
Os dois foram avisados da obrigatoriedade da presença no monte da transfiguração e se apresentaram. Não criaram obstáculos ou questionamentos, tais como: para que? Por que? Muitos, do público alvo não entenderão, alguns distorcerão, criarão doutrinas, dogmas, prisões espirituais e serão levianos uns com os outros, então qual é o propósito deste evento?
Aquilo seria para o bem de muitos e
proporcionaria crescimento espiritual, por isto não havia motivos e tampouco
condições para que eles não atendessem a tão sublime convocação.
Depois da glorificação de Jesus
diante dos dorminhocos discípulos (Lc 9.32), os dois convidados ilustres
apareceram e iniciaram uma conversa sadia, gostosa e edificante (Lc 9.31). Que
privilégio concedido, haja vista que muitos outros fiéis e piedosos desejaram
aquele momento e não foram agraciados tal como eles. Até quase receberam um
presente de Pedro (Mc 9.5), uma ofertinha que não chegava nem aos pés do que
Deus concedeu.
Mas ao final, se Moisés tivesse
“ousado” perguntar a Deus/Jesus, se ele poderia, digamos “descansar em paz”,
devido a sua condição, digamos de falecido (Dt 34.7), a resposta seria
afirmativa, já no caso de Elias certamente ele ouviria um sonoro “não”, mesmo
porque ainda estava vivo e porque teria outra missão na terra e não demoraria
muito, ou seja, “por estes dias” (Ap 11.1-13). A sua parte, Moisés, terminou, a
do outro que está ao seu lado não!
Se fosse qualquer um de nós, seres
humanos tão falíveis e sujeitos às mesmas paixões (Tg 5.17), é bem provável que
ficaríamos entediados, afinal quem não deseja um dia “descansar em paz” nesta
terra, que fique bem claro, “descansar em paz nesta terra”, até o dia do cumprimento
de um dos “carros chefe” (1 Ts 4.13-18) do protestantismo, fruto da reforma, encabeçada
pela ala que propôs no coração se manter fiel aos ensinamentos apostólicos (At
2.42), recebidos por revelação do próprio Cristo encarnado e lembrado pelo
Espírito Santo, conforme promessa (Jo 14.26).
Elias tomou aquele “sonoro não” como
uma grande responsabilidade e privilégio, aliás que outro conceito poderia
formar?
2) OS PRESENTES DE DEUS
a) Frustração de Moisés
Como havia sido difícil o
ministério terreno de Moisés e Elias. Confronto à governantes e reis (Ex 5.1; 1
Rs 17.1; 18.1; 21.19), revolta do povo (Nm 11.4-5; 14.22 – as dez murmurações
no deserto), desvio espiritual (Ex 32.1), ousada apostasia (Ex 32.8; I Rs
12.28-29) , descrença (1 Rs 18.24) e outras tantas ações do povo que a cada dia
mais se afastava de Deus, mas estes dois gigantes da fé, foram até ao final e
contemplaram parte da benção, não a viram ou a receberam na sua totalidade.
Os dois tiveram estes contratempos
em seus ministérios, mas nada que pudesse afastá-los de seus objetivos, mas o
certo é que ficaram estas frustrações em suas vidas. Um chegou e contemplou a
bênção, mas não colocou os pés, viu a porta fechada que não se abria, mesmo
diante de seu clamor, enquanto que o outro havia lutado tanto e quando tudo
parecia correr para um desfecho final, Deus o toma desta terra. Não era justo
que não recebessem suas respectivas bênçãos. O plano de Deus previa, um dia,
mostrar para eles e ensinar para a sua igreja, que a justiça Dele é breve e certa.
Parece que ouço Moisés gritando bem
alto: “Eis que estou às portas e [...] se alguém ouvir a minha voz e abrir a
porta eu entrarei”. Certamente Deus ouviu a voz dele (Dt 3.23-26), mas não
abriu a porta para que ele entrasse (Dt 34.4-7). Ele não herdou, não pisou na
Terra Prometida aos pais no passado (Gn 15.13-16; 26.3; 28.14-15) e que foi
profetizado por José no auge de sua alegria no Egito (Gn 50.25).
b) frustração de Elias
Com Elias aconteceu algo
semelhante, ousadia e coragem no início do ministério (1 Rs 17.1; 18.1),
problemas e dificuldades materiais (1 Rs 17.3, 9), longas viagens seguindo
orientações de Deus:
- de
Gileade até a presença de Acabe, para se apresentar e dizer que ainda
havia Deus em Israel;
- Querite,
para conhecer o Deus da provisão e para ser moldado, para ficar do tamanho
certo, do jeito que Deus desejava. Para comer alimento que vinha do corvo,
pois estava forte, no auge de seu ministério. Ele somente se esqueceu de
prestar atenção em seu entorno. O ribeiro que lhe fornecia água, secava e
ele não percebia;
- Sarepta,
para apresentar o Deus da provisão e da vida à uma estrangeira necessitada;
- Carmelo,
onde mudou seu jeito de trabalhar, quase “cuspiu fogo” aquele dia, pois
foi agressivo em suas ações, direto (1 Rs 18.22-40) e honrado por Deus;
- Jezreel,
para conhecer na pele as consequências de atitudes impensadas (1 Rs
18.46), de decisões precipitadas e fora da direção de Deus;
- Berseba
para conhecer a solidão. Para ver as mãos de Deus agindo em seu favor e
para ver o socorro. Corvos não levaram pão e água, mas sim um anjo, pois
não tinha condições, estava muito fraco para estar frente a frente com
corvos. No Querite tinha, naquele ocasião não;
- Horebe
para ter um reencontro, uma volta às origens, para fortalecer a sua fé,
para receber a maior de todas as revelações. Algo que foi capaz de colocá-lo
em pé imediatamente (1 Rs 19.18). Somente a Palavra de Deus pode colocar o
homem em pé, animá-lo de uma hora para outra;
- Deserto
de Damasco, para ungir dois reis importantes, um para a Síria e outro para
Israel e o seu sucessor, Eliseu;
- Gilgal,
enquanto preparava Eliseu para a sucessão, justamente no local onde o povo
de Deus havia acampado (Js 4.19) logo depois da entrada triunfal na Terra
Prometida, sobre às águas repartidas do Jordão;
- Betel,
“um lugar de oração, onde Abraão edificou um altar ao Senhor (Gn. 12.8)”;
- Jericó,
o lugar da primeira batalha real pela causa maior, a Terra Prometida (Js
6), pois até então, durante a caminhada, Israel havia se deparado com
alguns “ousados e loucos” inimigos que tentaram impedir a caminhada. Agora
era diferente, o inimigo queria impedir a posse. Uns tentam impedir a
caminhada e outros a posse;
- Jordão
(2 Rs 2.1-6), a última parada de Elias, do mesmo ponto de onde havia
aparecido, para se apresentar a Acabe (1 Rs 17.1), estava ele agora
retornado para finalizar seu ministério.
Neste meio, durante estas
deslocações[1]
terrestres, ele procurava evitar a sua perseguidora, a profetiza enganadora
Jezabel (cf Ap 2.20), que acertou somente a parte final de sua profecia, pois
“os deuses[2]” não fizeram o que ela
pediu, mas sim o Deus Todo Poderoso: “assim me façam os deuses o mesmo e outro
tanto, se decerto [...] eu não puser a
tua vida como de um deles”. Elias havia matado os seus profetas e ela desejou
fazer o mesmo com ele, por isto invocou os seus inúmeros deuses inertes e
inúteis, tanto quanto ela (Sl 115.1-8). O algo a mais que ela se referiu foi o
que justamente Elias havia profetizado a Acabe e cumprido pela
instrumentalidade de Jeú (1 Rs 21.19; 2 Rs 9.30-35).
Parecia que Elias estava chegando
ao topo do seu ministério, para ver o fruto de seu trabalho. O povo mais ou
menos restaurado, buscando e adorando o verdadeiro e único Deus e não mais
iludidos com as estátuas imundas e fedorentas de Baal, nas quais todos colocavam
as mãos, beijavam, passando uns para os outros seus fungos, vírus, bactérias,
doenças, parecia que Israel ficaria livre deste peso e opressão, mas então ele
ouviu o “VEM[3]”
de Deus e não pode resistir ao chamado. Ah, se ele pudesse ter oportunidade para
questionar, certamente diria: “Agora que ficou bom Deus. Acabe morto, o povo
mais ou menos restaurado, o meu sucessor ao meu lado, este era o momento exato
do contra ataque, pois Jezabel está sozinha”. Qualquer um de nós apresentaria
tais argumentos para Deus.
Elias, desejou tanto ver Israel
livre de Jezabel, da idolatria e apostasia, mas foi tomado por Deus antes e
imaginou ter deixado o caminho livre para ela continuar com seu ardiloso plano
de laicizar Israel, impondo-lhe a sua religião vã e mesquinha, com seus ídolos
quebráveis, inertes e fedorentos. Desde o inicio ele entendeu a propriedade da
continuidade embutida em seu ministério, mesmo que tenha pensado em um possível
progresso da idólatra, na sua ausência, estava ciente que o seu sucessor a enfrentaria
nas mesmas condições (1 Rs 19.17), caso encontrasse com ela, haja vista que a
revelação recebida no Horebe, deixou bem claro que somente conheceriam a espada
de Eliseu aqueles ou aquelas que escapassem da espada de Jeú, e como somos
sabedores, ela não escapou (2 Rs 9.30-35).
c) Presentes de Deus
E disse Deus: “Pisa Moisés na terra
que você tanto desejou, pisa na terra que um dia você orou clamando pedindo
autorização (Dt 3.23-26) a qual foi tirada de ti devido a incredulidade de
Israel, tú mesmo os apontou como responsáveis pela perda (Dt 3.26). Pisa na
terra que fez arder o seu coração tal como sarça que você viu em nosso primeiro
encontro (Ex 3.1-2). Alegra o teu coração na terra que tanto te fascinou.
Durante a caminhada pisaste somente em terras egípcias, midianitas,
amalequitas, moabitas e amonitas, entre outras. Você foi tão zeloso para que
Israel chegasse ao final, que evitou pisar em terras edomitas (Nm 20.14-21),
seus parentes (Gn 36.1, 9) para não provocar uma guerra desnecessária. Pisa Moisés,
pisa agora Moisés (Mc 9.4; Lc 9;30). Somente Eu sei em que forma você está e
isto eu não revelei a ninguém na terra”.
E disse Deus novamente: “Contemple
Elias. Veja bem os olhos Dele. Converse com Ele. Israel não conheceu a
restauração total em seus dias e tampouco nos dias de seu sucessor, faltou algo
para isto. Faltou alguém. Justamente Este que está à sua frente, Este que
conversa contigo. Ele é a restauração de Israel e de toda a humanidade. Você
desejou tanto ver a RESTAURAÇÃO do homem, imaginando que fosse um verbo, uma
ação, ou que dependesse de homens, mas hoje você está entendendo que a RESTAURAÇÃO
tem um nome, Jesus”.
3 – A OFERTINHA DO HOMEM
Que presentes maravilhosos Deus
concedeu a Moisés e Elias! E o que os discípulos ofereceram de recompensa para
estes dois grandes homens? Pedro ofereceu cabanas, uma para cada um deles, como
se paredes e teto pudessem alegrar corações. Quanta diferença. Cuidado, pois
fora desta forma, usando este mesmo artifício e quem sabe com estas mesmas
palavras que Moisés houvera perdido a sua benção (Nm 20.10).
Enquanto Deus estava oferecendo um
grande tesouro, apareceu Pedro com a sua ofertinha material. Qual
escolheríamos? O presente de Deus ou a ofertinha do homem? Tem muitos que ainda
preferem as cabanas!
Como a visão humana é tão curta.
Após o quinto dia da criação, Deus viu que foi bom o que havia feito, haja
vista Ele saber o porque e para quem estava destinado aquela obra, por isto
declarou diante daquela visão? “Façamos o homem”, pois eu tenho propósitos e
objetivos (Gn 1.28-30), tenho metas (que estejam na minha presença me adorando)
e tenho plano (cf Gn 3.15). E o homem, diante da visão de Cristo glorificado
(Mc 9.2) somente conseguiu dizer: “Façamos cabanas, eu ofereço cabanas”.
Realmente Pedro não sabia o que dizia (Mc 9.6), que erro grotesco, infantil.
Eles não entenderam o evento. Estavam certos de que Jesus era o Messias
esperado (Mt 16.16), mas creio que em determinado momento pediram sinais a
Deus, confirmação de que não estavam perdendo tempo ou que estavam seguindo o
homem errado e quando tiveram este sinal, esta confirmação falaram besteira: “façamos
3 cabanas, ou seja atribuiremos ao homem a glória que não lhe é devida, pois
Moisés, Elias e Jesus são iguais em poder e glória”. Este foi o motivo da
intervenção de Deus: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo,
escutai-o”, os outros dois são meros coadjuvantes, são instrumentos. Que Deus
não permita atribuirmos ao homem a glória que somente é devida a Ele, erros
inaceitáveis para aqueles que conhecem Aquele em quem tem crido (1 Tm 1.12).
No monte da transfiguração, Jesus
estava no pleno exercício de sua natureza divina, portanto o que poderia ser
impossível a Ele? Um morto se apresentar, mesmo que não saibamos onde foi
sepultado (Dt 34.6; Jd vers. 9) ou em que forma esteve ele naquele dia? Ou quem
sabe seria impossível a Deus que um arrebatado, que somente Ele sabe onde está
e o que está fazendo da mesma forma se apresentar?
A Elias ficam os nossos respeitos,
por ter sido um grande instrumento nas mãos de Deus. Que grandes ensinamentos
extraímos de seu ministério, de seus acertos e de seu erro. Que extraiamos da
mesma forma profundas verdades e tesouros da conduta de Eliseu, tal como as
futuras gerações, um dia extrairão das nossas.
[1] Se Elias tivesse carros e cavalos de fogo à sua
disposição para cumprir estas distâncias, certamente tudo seria facilitado (cf
2 Rs 2.11)
[2] Os deuses que ela invocou eram tão insanos e limitados
quanto ela, aliás eram somente obras de seus artificies e produtos de sua mente
varrida.
[3] Tal como Elias, por ser uma das duas testemunhas,
ouvirá ao final de suas campanhas na terra assolado pelo Anticristo (Ap 11.12).
Por: Ailton da Silva - Ano IV
Ola eu irmão a paz do senhor tudo bem eu ja coloquyi o seu banner no seu bloger mas infelizmente ele esta com algum bloblema que não aparece assim que atualizar quero mito poder recoloca-
ResponderExcluirlo novamente amem!
http://radioresgatenet.blogspot.com.br/