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sexta-feira, 1 de março de 2013

Elias no monte da transfiguração. Plano de aula

TEXTO ÁUREO
“E [Jesus] transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele” (Mt 17.2-3).

VERDADE PRÁTICA
O aparecimento de Moisés e Elias no Monte da Transfiguração é um testemunho de que a Lei e os Profetas cumprem-se em Cristo, o Messias prometido.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE – MT 17.1-8
1 – Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte,
2 – E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz.
3 – E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.
4 – E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos aqui três tabernáculos, um para ti, um para Moisés, e um para Elias.
5 – E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo; escutai-o.
6 – E os discípulos, ouvindo isto, caíram sobre os seus rostos, e tiveram grande medo.
7 – E, aproximando-se Jesus, tocou-lhes, e disse: Levantai-vos, e não tenhais medo.
8 – E, erguendo eles os olhos, ninguém viram senão unicamente a Jesus. 

PROPOSTA DA LIÇÃO
  • Monte da transfiguração: Elias e Moisés – meros figurantes;
  • Transfiguração: mudança de aparência e não de essência;
  • Moisés, Elias e os discípulos contemplaram a Glória;
  • Moisés (Lei), Elias (profetas), apontavam para Jesus;
  • Elias e João Batista, provaram a messianidade de Jesus;
  • Elias antes do Messias? João Batista cumpriu a profecia!
  • Confissão (Pedro), consciência (Jesus) prenúncio;
  • O Messias restauraria tudo pela sua morte? Humilhação?
  • Pedro não se esqueceu o que viu (2 Pe 1.16-17)

INTRODUÇÃO
A transfiguração de Jesus, a “forma humana de se transcender ou se transfigurar em algo sobrenatural”, relatada nos evangelhos sinóticos, é um dos mais emblemáticos do Novo Testamento (Mt 17.1-13; Mc 9.2-8; Lc 9.28-36).

Além do nome de Moisés, o texto coloca em evidência também o de Elias, Pedro, Tiago e João. Entretanto, diferentemente dos outros textos até aqui estudados, Elias, não aparece como a figura central, mas secundária! A atenção foi tirada do profeta de Tisbe e voltada para o de Nazaré, Jesus. Elias havia sido tomado da terra (2 Rs 2.11), mas ainda tinha e tem muito por fazer (Ap 11.3-6), agora os discípulos, os mais próximos, foram somente testemunhas oculares e meros coadjuvantes naquele cenário, no qual o Messias prometido foi a figura principal. Sobre isto o professor Luciano de Paula Lourenço escreveu:

“Elias foi levado aos céus em um redemoinho (2 Rs 2:11). Sua missão foi findada na Terra, mas a participação desse admirável homem de Deus na história sagrada não se encerrou com o seu arrebatamento. Deus o faria aparecer séculos depois, como representante dos profetas, para confirmar o ministério de Jesus. Aliás, a experiência da transfiguração foi uma confirmação, por Deus Pai, que Jesus era verdadeiramente seu Filho, todo suficiente para redimir a raça humana”.

A não morte de Elias significava que o seu ministério deveria continuar. Ele foi levado vivo para o céu para que Israel entendesse que o trabalho de restauração ainda não havia terminado.

A grande lição que podemos extrair do evento da transfiguração é justamente a certeza de que a restauração do homem não se dá somente por reconhecer Deus como Senhor e Criador, conforme significado do nome de Elias (o Senhor é Deus), mas sim quando Deus se revela como Salvador, sem reservas ao homem, conforme significado do nome de Eliseu (Deus salva).

I – ELIAS, O MESSIAS E A TRANSFIGURAÇÃO
1 – TRANSFIGURAÇÃO
A confissão de Cesaréia (Mt 16.16), ocasião em que Pedro confessou Jesus como Cristo, o Filho do Deus vivo, antecedeu o evento da transfiguração. Deus revelou a Pedro s messianidade de Jesus, que por sua vez, revelou aos discípulos, ali presentes, o mistério da sua igreja, paixão e morte.

Jesus subiu ao monte com Pedro, Tiago e João e se transfigurou diante deles (Mt 17.2), para revelar-lhes o que sempre fora, uma vez que a transfiguração não transformou Jesus em outro ser, mas somente revelou a sua glória (cf Fp 2.5-8). A glória veio do seu interior e não sobre Ele.

Tudo isto Jesus já havia dito aos discípulos, que não entenderam na oportunidade. Aliás naquele momento eles também não estavam entendendo, pois Pedro equiparou Jesus a Moisés e Elias, ao desejar a construção das cabanas, ocasião em que Deus, o Pai, se manifestou para tirar qualquer dúvida que pudesse continuar na mente deles.

O rosto de Jesus brilhou como o sol e suas vestes resplandeceram (Mt 17.2). Ele, se transfigurou, mudou sua aparência diante dos olhos de seus discípulos, mas não mudou sua essência. Estes fatos provaram a identidade do Messias, o Filho de Deus. Sobre este evento os professores José Roberto A. Barbosa, Luciano de Paula Lourenço e Francisco A. Barbosa escreveram, respectivamente, conforme abaixo:

“A transfiguração de Jesus foi um evento particular (com alguns discípulos) e histórico (em tempo determinado), pois “seis dias depois”, Jesus tomou consigo “Pedro, Tiago e a João”, e os conduziu a um monte alto (Mt. 17.1). Esses apóstolos eram os mais próximos de Jesus (Lc. 6.12). Eles foram chamados, naquela circunstância, com o propósito específico de serem testemunhas oculares (Mc. 14.33). [...] Esse momento glorioso antecipou, no plano escatológico, a glória que nEle haverá de ser revelada (Jo. 12.16,23; 17.5,22-24; II Co. 3.18; Mt. 13.43). [...] Do interior de Jesus irradiou uma luz, ressaltando, assim, Sua glória essencial (Hb. 1.3). Esse acontecimento serviria para fortalecer a fé dos discípulos, o próprio Pedro confessou que Jesus era o Cristo, após aquele momento (Jo. 11.40); 2) a glória do Reino de Jesus – a transfiguração demonstrou a glória do Reino que está por vir (Mt. 16.28), cujo cumprimento visível se dará por ocasião do Milênio (Ap. 19)”.

Não era uma mudança meramente de aparência, mas era uma mudança completa, em que a pessoa passa ter outra forma. Na terra, Jesus tinha a aparência de um homem, mas na Transfiguração, o corpo de Jesus foi transformado em um esplendor glorioso que Ele tinha antes de vir para a Terra (João 17:5); Fp 2:6), e que Ele terá quando voltar em glória (Ap 1:14,15).

“Nós só podemos compreender a transfiguração de Jesus a partir da Sua encarnação. “O Verbo se fez carne e tabernaculou entre os homens, cheio de graça e de verdade”. Quando o Filho de Deus veio a este mundo, Ele tomou sobre Si a carne humana e essa carne serviu como um véu sobre Ele. Por esta razão, enquanto estava na Terra, quando os homens olhavam para Ele, viam apenas um Homem. Não viam a glória do Filho de Deus porque Ele estava coberto pelo véu. Aquele véu que cobria a Sua glória, era a Sua carne. Lemos em Hebreus 10.20 pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne. O mundo não podia ver Sua glória como a glória do Unigênito do Pai. O que o mundo via era Ele como homem natural, mas Sua glória moral como o Filho do Homem não podia também ser ocultada. Durante toda a Sua vida, Jesus estava sob aquele véu (Mc 7.24). Apenas uma única vez em Sua vida aquele véu foi aberto e a Sua glória brilhou por meio da Sua carne humana, e essa vez foi no monte da transfiguração. Foi apenas por um período curto de tempo e, então, aquele véu caiu sobre Ele novamente até que foi rasgado na cruz do Calvário. Lembramos-nos que, quando Ele foi crucificado, o véu no templo foi rasgado em dois, de alto abaixo e, então Sua glória foi manifestada plenamente”.

Os objetivos deste evento foram:
a) Conceder aos dois grandes vultos do passado hebraico “um momento de intimidade”, um relacionamento com Jesus, tal como os discípulos, tiveram durante o ministério terreno, haja vista que os dois personagens somente O conhecia pelas referencias proféticas, enquanto que os discípulos e Israel foram privilegiados por contemplarem e ouvirem o Cristo encarnado;
b) Revelar a glória do Senhor mesmo antes de sua morte, ressurreição e ascensão, componentes do seu êxodo, pois Jesus se transfigurou, suas vestes tornaram-se brancas, seu rosto resplandeceu como o sol e Deus confirmou a paternidade divina do Filho;
c) Mostrar que Jesus era realmente o Messias tão esperado e para tanto foi dado a Moisés o privilégio de estar presente para confirmar o cumprimento da Lei em Cristo;
d) Conceder a Elias o privilégio de autenticar o ministério profético de Jesus, uma vez que “o objetivo do ministério de Elias concretiza-se em Cristo Jesus, o único que pode restaurar espiritualmente o ser humano de forma definitiva”;
e) Mostrar aos discípulos que o Messias estava ali e se Elias era condição primordial para que O reconhecessem como tal, ali estava Elias;
f) Conceder a Moisés e Elias dois grandes presentes, pois o primeiro perdeu a benção e não pode pisar na Terra Prometida (Nm 20.10; Dt 3.23-26; 34.4), enquanto que o segundo, até ao seu arrebatamento (2 Rs 2.11) não havia visto Israel completamente restaurado, além do que o caminho para que Jezabel continuasse agindo ficou completamente livre. Moisés estava pisando na terra de Israel e Elias estava contemplando a verdadeira restauração de Israel e da humanidade, Jesus;
g) E manifestar a total aprovação do Pai em relação ao ministério do Filho.

Pedro, Tiago e João, testemunhas oculares da transfiguração tiveram papéis importantíssimos na igreja primitiva. O primeiro foi o que “abriu as portas” do Evangelho para os judeus (At 2.14) e gentios (At 10). O segundo foi o primeiro apóstolo a ser morto por causa do Evangelho, já que o primeiro mártir da igreja primitiva foi Estevão, que era um diácono, não fazia parte do colegiado apostólico. O terceiro foi o escolhido para receber a revelação final e o último a conhecer a morte.

2 – GLÓRIA DIVINA
É relevante o fato de que Mateus, ao escrever o evangelho aos hebreus, põe em evidência o fato de que Jesus é o Messias anunciado no Antigo Testamento. O evangelista registrou, no evento da transfiguração, que “uma nuvem luminosa os cobriu” (Mt 17.5). Esta nuvem luminosa, está relacionada com a manifestação da presença de Deus (Ex 14.19,20; 24.15-17; 1 Rs 8.10-11; Ez 1.4; 10.4). “Esta nuvem não era uma nuvem comum; era uma nuvem brilhante. Era o “Shekinah” da glória de Deus”. Era a manifestação da glória de Deus em seu Filho. Sobre isto o professor Francisco de Assis Barbosa:

“Fisicamente, Jesus tinha todas as características de um homem; espiritualmente, ele compartilhava da natureza de Deus. Na transfiguração, sua glória interna tornou-se visível externamente. Temos que chegar a ver em Jesus a glória de Deus. Uma razão por que Jesus se tornou um homem foi para manifestar a natureza de Deus. Jesus é "o resplendor da glória" de Deus e "a expressão exata do seu Ser" (Hb 1.3). Ele reflete perfeitamente a natureza e o caráter de Deus. Quando olhamos para Jesus, podemos ver "a glória do Senhor" (2Co 3.18 – 4.6). A conversa de Jesus com Filipe ilustra estes pontos [...] (Jo 14.7-10). Jesus é a revelação, a manifestação do Pai (Jo 1.18)”.

Os discípulos, que serviram neste caso de testemunhas oculares, contemplaram “a glória, a identidade e o poder de Jesus, como o Filho de Deus” (2 Pe 1.16-18) e ficaram fascinados com aquela visão, mas como souberam que era Elias e Moisés, que conversavam com Jesus? Foi revelado a eles?

O fascínio se tornou assombro (cf Dn 10.7-9) quando ouviram uma voz afirmando: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo, a Ele ouvi” (Mt 17.5). Rapidamente Pedro, tomando a palavra, disse que seria bom que construíssem tabernáculos para que ficassem ali, por tempo indeterminado, mas como estava errado nesta sua colocação não foi atendido, pois jamais Jesus poderia ser comparado aos presentes ali. Quando ergueram os olhos não viram nada senão e unicamente a Jesus, o Salvador atestado por Deus.

Tanto Moises como Elias, quando estiveram no Sinai, presenciaram a manifestação dessa glória. Todavia, não como os discípulos a vivenciaram no Monte da Transfiguração, (Mt 17.1-2).

II – ELIAS, O MESSIAS E A RESTAURAÇÃO
1 – TIPOLOGIA
No evento da transfiguração, o texto destaca os nomes de Moisés e Elias (Mt 17.3). Para a igreja Cristã, Moisés prefigura a Lei enquanto Elias, os profetas. É perceptível, nessa passagem que Moisés aparece como figura tipológica. Mateus põe em evidência o pronunciamento do próprio Deus “Escutai-o” (Mt 17.5), a mesma forma como havia dito Moisés, quando se referiu ao Profeta que viria depois dele: “O Senhor, teu Deus, te despertará um profeta no meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis” (Dt 18.15). A transfiguração revela que Moisés tem seu tipo revelado em Jesus de Nazaré e que toda a Lei apontava para Ele. Sobre isto o professor Luciano de Paula Lourenço escreveu:

Na cena da Transfiguração, o texto destaca os nomes de Moisés e Elias (Mt 17:3). Estes eram considerados os dois maiores profetas do Antigo Testamento. Moisés representava a lei, ou a antiga aliança; ele havia escrito o Pentateuco e predito a vinda de um grande profeta (Dt 18:15-19). Elias representava os profetas que haviam predito a vinda do Messias (Ml 4:5,6). A presença de Moisés e Elias com Jesus confirmava a missão messiânica de Jesus para cumprir a lei de Deus e as palavras dos profetas de Deus (Mt 5:17). O aparecimento deles também removia qualquer pensamento de que Jesus fosse a reencarnação de Elias ou Moisés. Ele não era meramente um dos profetas. Como o único Filho de Deus, Jesus os sobrepujava grandemente em autoridade e poder. Além disto, a capacidade que eles tiveram de falar com Jesus, apóia a promessa da ressurreição de todos os crentes”.

2 – ESCATOLOGIA
Enquanto Moisés ocupa um papel tipológico no evento da transfiguração, Elias aparece em um contexto escatológico, já que ele foi apresentado como precursor do Messias (Ml 4.5-6), mas não a pessoa de Elias e sim a virtude, o espírito, a ousadia e coragem. A profecia em questão diz respeito ao poder e não a pessoa reencarnada. O cumprimento desta Escritura se aplica à vida de João Batista (Lc 1.17). Assim como Elias, João foi um profeta de confronto (Mt 3.7), ousado (Lc 3.1-14) e rejeitado (Mt 11.18). A presença do Batista, o que havia de vir, era uma clara demonstração da messianidade de Jesus.

A presença dos discípulos, ali naquele evento, foi necessária para que compreendessem o que já era de conhecimento deles, a respeito da morte de Jesus. Eles deveriam aceitar aquela informação como parte primordial do processo de restauração, pois não haveria glorificação (ressurreição e ascensão), sem a humilhação (morte). Sobre isto o professor Francisco A. Barbosa escreveu:

“Não devemos ter dúvidas de que esta maravilhosa visão aconteceu com o propósito de encorajar e fortalecer os discípulos de nosso Senhor. Eles tinham acabado de ouvir a respeito da crucificação e morte de seu Senhor, do negar a si mesmos e dos sofrimentos aos quais teriam de sujeitar-se, se desejassem ser salvos. Agora foram animados por meio de uma breve contemplação “da glória que os seguiria” (1Pe 1.11) e da recompensa que todos os fiéis servos de Cristo um dia receberiam. O Senhor lhes fizera ver o dia de sua própria fraqueza; agora estavam contemplando, por alguns minutos, uma amostra de sua glória futura. Outra vez, o principal motivo da visão no monte da transfiguração é o de demonstrar que a Lei de Moisés e todos os profetas do Antigo Testamento tiveram seu cumprimento na pessoa magnífica do Senhor Jesus Cristo”.

Não restavam dúvidas entre os discípulos de que Jesus era realmente o Messias, mas a grande questão era; onde estava Elias, o antecessor, nesta história? João Batista, antes do batismo de Jesus, já havia dito que não era ele o Elias esperado, aliás ele disse que nem profeta era (Jo 1.21, cf Lc 16.16).

Elias deveria “voltar antes que o Messias viesse” com a missão de levar os corações ao arrependimento, mas a questão era que os discípulos viram o Messias e Elias no monte e questionaram, ente si, a respeito das obras do antecessor que não foram vista ali. Depois de uma conversa eles entenderam que João Batista já havia vindo no espírito e virtude de Elias (Mt 17.13).

III – ELIAS, O MESSIAS E A REJEIÇÃO
1 – O MESSIAS ESPERADO
Tanto os rabinos como o povo comum sabiam que antes do advento do Messias, Elias haveria de aparecer (Ml 4.5-6; Mt 17.10). O relato de Mateus sugere que os escribas não reconheceram a Jesus como o Messias, porque faltava um sinal que para eles era determinante, o aparecimento de Elias antes da manifestação do Messias (Mt 17.10).

Jesus deixou claro aos discípulos, após a transfiguração, que nenhuma profecia a seu respeito ficaria sem cumprimento (Mt 17.12-13), ou seja, Ele era o Messias e Elias já havia vindo. Era somente eles prestarem atenção no entorno e nos últimos acontecimentos. Os dois profetas foram habitantes do deserto, pregaram em um período de transição entre as duas alianças, enfrentaram reis (1 Rs 17.1-2; 2 Rs 1.1-4; Mt 14.1-4). Ficou bem claro que João era o Elias que havia de vir e que Jesus era o Messias, mas os judeus ainda aguardavam o precursor.

Os escribas perguntaram a João Batista se ele era o Elias que esperavam, mas esta pergunta foi mal elaborada, portanto, assim como Elias, aquele a quem estavam interrogando, bruscamente respondeu: “Eu não sou”! Agora, se tivessem perguntado se ele tinha a virtude e ousadia de Elias, certamente a resposta seria outra.

2 – O MESSIAS REJEITADO
O episódio da transfiguração inicia-se com a sentença: “Seis dias depois” (Mt 17.1). O texto coloca a transfiguração num contexto onde uma seqüência de fatos deve ser observada. Os eruditos ressaltam que “seis dias’ é uma outra forma de dizer: “uma semana depois”. Lucas falou de “quase oito dias”, isto é, uma semana depois (Lc 9.28). Este texto, portanto, coloca o evento no contexto da confissão de Pedro (Mt 16.13-20) e no discurso de Jesus sobre a necessidade de se tomar a cruz (Mt 16.24-28). O Messias revelado, portanto, em nada se assemelhava ao herói da crença popular. Pelo contrário, a sua mensagem, assim como a do Batista, não agradaria a muita gente e provocaria rejeição.

Eles não desejavam uma libertação espiritual, mas sim queriam um libertador “que se apresentasse com as características de um Ciro, de um Josué, de um Sansão, de um Nabucodonosor, ou ainda de um Pompeu”.

IV – ELIAS, O MESSIAS E A EXALTAÇÃO
1 – HUMILHAÇÃO
Os interpretes destacam que havia uma preocupação dos discípulos sobre a relação do aparecimento de Elias e a manifestação do Messias. Esse fato é demonstrado na pergunta que eles fazem logo após descer o monte da transfiguração (Mt 17.10). Como o Messias tão esperado por eles, teria que morrer para que fossem restaurados (Mt 17.11-12)?

Jesus corrige esse equivoco, mostrando que a cruz era parte essencial do plano divino (Mt 17.12; Lc 9.31; Fl 2.1-11), pois enfrentaria todo aquele processo. Todo o evento da transfiguração era para que entendessem e aceitassem. Parece que Pedro não entendeu isto, já que propôs a construção das cabanas e na primeira oportunidade que teve O negou, tão logo o viu humilhado (Mt 26.69-75)

2 – EXALTAÇÃO
Muito tempo depois, o apóstolo Pedro ainda lembra dos fatos ocorridos e os cita em relação a exaltação e glorificação de Jesus e, também, como prova da veracidade da mensagem da cruz: “Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos a sua majestade, porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica gloria lhe foi dirigida a seguinte voz: “Este é o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido” (2 Pe 1.16-17).

Aliás, no proprio monte, Pedro não soube atribuiur a Jesus toda honra e glória, pois desejou construir as cabanas, equiparando os dois representantes da Lei e dos profetas a Jesus, mas para que este engano nao tivesse suas consequências, Deus interveio de forma a comprovar a paternidade divina do Filho amado. “Moisés e Elias eram apenas súditos, Jesus era o Filho do Rei. Eles eram apenas pequenas estrelas; Jesus era o Sol. Eram apenas testemunhas; Jesus era a própria verdade”.

CONCLUSÃO
Vimos, pois, que os eventos ocorridos durante a Transfiguração servem para demonstrar que Jesus era de fato o Messias esperado. Tanto a Lei, tipificada aqui em Moisés, como os Profetas, representado no texto pela figura de Elias, apontavam para a revelação máxima de Deus, o Cristo Jesus. Essas personagens tão importantes no contexto bíblico não possuem gloria própria, mas irradiam a glória proveniente do Filho de Deus. Ele sim, é o centro das Escrituras, do Universo e de todas as coisas (Cl 1.18;-19; Hb 1.3; Fl 2.10-11).

OBJETIVOS DA LIÇÃO
1) Descrever o episódio da transfiguração de Jesus:
          Ocorreu após a confissão de Pedro. Jesus se revelou.

2) Explicar a tipologia representada em Moisés e Elias:
          Moisés (Lei), apontou para o cumprimento;
          Elias (profetas), apontou para a  continuidade.

3) Conscientizar-se de que Jesus era o Messias esperado:
          Israel aguarda ansioso Elias, mas ele já veio.

REFERÊNCIAS
BARBOSA, Francisco de Assis. Elias no monte da transfiguração. Disponível em: http://auxilioebd.blogspot.com.br/2013/02/licao-9-elias-no-monte-da-transfiguracao.html. Acesso em 27 de fevereiro de 2013.

BARBOSA, José Roberto A. Elias no monte da transfiguração. Disponível em: http://subsidioebd.blogspot.com.br/2013/02/licao-09.html. Acesso em 25 de fevereiro de 2013.

Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003

Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000

Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 2003.

JESUS, Isaías de. Elias no monte da transfiguração. Disponível em: http://rxisaias.blogspot.com.br/2013_02_01_archive.html#5649381620375890076. Acesso em 26 de fevereiro de 2013.

LOURENÇO, Luciano de Paula. Elias no monte da transfiguração. Disponível em: http://luloure.blogspot.com.br/2013/02/aula-09-elias-no-monte-da-transfiguracao.html. Acesso em 25 de fevereiro de 2013.

NEVES, Natalino das. Elias no monte da transfiguração. Disponível em: http://www.slideshare.net/natalinoneves1/2013-1o-tri-lio-9elias-no-monte-da-transfigurao. Acesso em 27 de fevereiro de 2013.

SILVA, Eliezer de Lira. A busca do caráter cristão – aprendendo com homens e mulheres da Bíblia. Lições Bíblicas. Faixa Jovens e Adultos. 3º trimestre de 2007. Casa Publicadora das Assembléias de Deus, CPAD, 2007.

Por: Ailton da Silva - Ano IV

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