TEXTO ÁUREO
“E [Jesus] transfigurou-se diante deles; e
o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como
a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele” (Mt 17.2-3).
VERDADE PRÁTICA
O aparecimento de Moisés e Elias no Monte
da Transfiguração é um testemunho de que a Lei e os Profetas cumprem-se em
Cristo, o Messias prometido.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE – MT 17.1-8
1 – Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João,
seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte,
2 – E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o
sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz.
3 – E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.
4 – E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos
aqui; se queres, façamos aqui três tabernáculos, um para ti, um para Moisés, e
um para Elias.
5 – E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu.
E da nuvem saiu uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho, em quem me
comprazo; escutai-o.
6 – E os discípulos, ouvindo isto, caíram sobre os seus rostos, e
tiveram grande medo.
7 – E, aproximando-se Jesus, tocou-lhes, e disse: Levantai-vos, e não
tenhais medo.
8 – E, erguendo eles os olhos, ninguém viram senão unicamente a Jesus.
8 – E, erguendo eles os olhos, ninguém viram senão unicamente a Jesus.
PROPOSTA DA
LIÇÃO
- Monte da transfiguração: Elias e Moisés –
meros figurantes;
- Transfiguração: mudança de aparência e não de
essência;
- Moisés, Elias e os discípulos contemplaram a
Glória;
- Moisés (Lei), Elias (profetas), apontavam para
Jesus;
- Elias e João Batista, provaram a messianidade
de Jesus;
- Elias antes do Messias? João Batista cumpriu a
profecia!
- Confissão (Pedro), consciência (Jesus)
prenúncio;
- O Messias restauraria tudo pela sua morte?
Humilhação?
- Pedro não se esqueceu o que viu (2 Pe 1.16-17)
INTRODUÇÃO
A
transfiguração de Jesus, a “forma humana de se transcender ou se transfigurar
em algo sobrenatural”, relatada nos evangelhos sinóticos, é um dos mais
emblemáticos do Novo Testamento (Mt 17.1-13; Mc 9.2-8; Lc 9.28-36).
Além do nome de
Moisés, o texto coloca em evidência também o de Elias, Pedro, Tiago e João.
Entretanto, diferentemente dos outros textos até aqui estudados, Elias, não
aparece como a figura central, mas secundária! A atenção foi tirada do profeta
de Tisbe e voltada para o de Nazaré, Jesus. Elias havia sido tomado da terra (2
Rs 2.11), mas ainda tinha e tem muito por fazer (Ap 11.3-6), agora os
discípulos, os mais próximos, foram somente testemunhas oculares e meros
coadjuvantes naquele cenário, no qual o Messias prometido foi a figura
principal. Sobre isto o professor Luciano de Paula Lourenço escreveu:
“Elias foi levado aos céus em um redemoinho (2 Rs 2:11). Sua missão foi
findada na Terra, mas a participação desse admirável homem de Deus na história
sagrada não se encerrou com o seu arrebatamento. Deus o faria aparecer séculos
depois, como representante dos profetas, para confirmar o ministério de Jesus.
Aliás, a experiência da transfiguração foi uma confirmação, por Deus Pai, que
Jesus era verdadeiramente seu Filho, todo suficiente para redimir a raça
humana”.
A não morte de Elias significava que o seu
ministério deveria continuar. Ele foi levado vivo para o céu para que Israel
entendesse que o trabalho de restauração ainda não havia terminado.
A grande lição que podemos extrair do
evento da transfiguração é justamente a certeza de que a restauração do homem
não se dá somente por reconhecer Deus como Senhor e Criador, conforme
significado do nome de Elias (o Senhor é Deus), mas sim quando Deus se revela
como Salvador, sem reservas ao homem, conforme significado do nome de Eliseu
(Deus salva).
I – ELIAS, O
MESSIAS E A TRANSFIGURAÇÃO
1 –
TRANSFIGURAÇÃO
A confissão de Cesaréia (Mt 16.16), ocasião
em que Pedro
confessou Jesus como Cristo, o Filho do Deus vivo, antecedeu o evento da
transfiguração. Deus revelou a Pedro s messianidade de Jesus, que por sua vez,
revelou aos discípulos, ali presentes, o mistério da sua igreja, paixão e
morte.
Jesus subiu ao
monte com Pedro, Tiago e João e se transfigurou diante deles (Mt 17.2), para
revelar-lhes o que sempre fora, uma vez que a transfiguração não transformou Jesus em outro ser,
mas somente revelou a sua glória (cf Fp 2.5-8). A glória veio do seu
interior e não sobre Ele.
Tudo isto Jesus já havia dito aos
discípulos, que não entenderam na oportunidade. Aliás naquele momento eles
também não estavam entendendo, pois Pedro equiparou Jesus a Moisés e Elias, ao
desejar a construção das cabanas, ocasião em que Deus , o Pai, se
manifestou para tirar qualquer dúvida que pudesse continuar na mente deles.
O rosto de
Jesus brilhou como o sol e suas vestes resplandeceram (Mt 17.2). Ele, se
transfigurou, mudou sua aparência diante dos olhos de seus discípulos, mas não
mudou sua essência. Estes fatos provaram a identidade do Messias, o Filho de
Deus. Sobre este evento os professores José Roberto A. Barbosa, Luciano de
Paula Lourenço e Francisco A. Barbosa escreveram, respectivamente, conforme
abaixo:
“A transfiguração de Jesus foi um evento particular
(com alguns discípulos) e histórico (em tempo determinado), pois “seis dias
depois”, Jesus tomou consigo “Pedro, Tiago e a João”, e os conduziu a um monte
alto (Mt. 17.1). Esses apóstolos eram os mais próximos de Jesus (Lc. 6.12).
Eles foram chamados, naquela circunstância, com o propósito específico de serem
testemunhas oculares (Mc. 14.33). [...] Esse momento glorioso antecipou, no
plano escatológico, a glória que nEle haverá de ser revelada (Jo. 12.16,23;
17.5,22-24; II Co. 3.18; Mt. 13.43). [...] Do interior de Jesus irradiou uma
luz, ressaltando, assim, Sua glória essencial (Hb. 1.3). Esse acontecimento
serviria para fortalecer a fé dos discípulos, o próprio Pedro confessou que
Jesus era o Cristo, após aquele momento (Jo. 11.40); 2) a glória do Reino de
Jesus – a transfiguração demonstrou a glória do Reino que está por vir (Mt.
16.28), cujo cumprimento visível se dará por ocasião do Milênio (Ap. 19)”.
“Não era uma mudança meramente de aparência, mas era uma mudança
completa, em que a pessoa passa ter outra forma. Na terra, Jesus tinha a
aparência de um homem, mas na Transfiguração, o corpo de Jesus foi transformado
em um esplendor glorioso que Ele tinha antes de vir para a Terra (João 17:5);
Fp 2:6), e que Ele terá quando voltar em glória (Ap 1:14,15).
“Nós só podemos compreender a transfiguração de
Jesus a partir da Sua encarnação. “O Verbo se fez carne e tabernaculou entre
os homens, cheio de graça e de verdade”. Quando o Filho de Deus veio a este
mundo, Ele tomou sobre Si a carne humana e essa carne serviu como um véu sobre
Ele. Por esta razão, enquanto estava na Terra, quando os homens olhavam para
Ele, viam apenas um Homem. Não viam a glória do Filho de Deus porque Ele estava
coberto pelo véu. Aquele véu que cobria a Sua glória, era a Sua carne. Lemos em
Hebreus 10.20 pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é,
pela sua carne. O mundo não podia ver Sua glória como a glória do Unigênito do
Pai. O que o mundo via era Ele como homem natural, mas Sua glória moral como o
Filho do Homem não podia também ser ocultada. Durante toda a Sua vida, Jesus
estava sob aquele véu (Mc 7.24). Apenas uma única vez em Sua vida aquele véu
foi aberto e a Sua glória brilhou por meio da Sua carne humana, e essa vez foi
no monte da transfiguração. Foi apenas por um período curto de tempo e, então,
aquele véu caiu sobre Ele novamente até que foi rasgado na cruz do Calvário.
Lembramos-nos que, quando Ele foi crucificado, o véu no templo foi rasgado em
dois, de alto abaixo e, então Sua glória foi manifestada plenamente”.
Os objetivos
deste evento foram:
a) Conceder aos dois grandes vultos do passado hebraico “um momento de
intimidade”, um relacionamento com Jesus, tal como os discípulos, tiveram
durante o ministério terreno, haja vista que os dois personagens somente O
conhecia pelas referencias proféticas, enquanto que os discípulos e Israel
foram privilegiados por contemplarem e ouvirem o Cristo encarnado;
b) Revelar a glória do Senhor mesmo antes de sua morte, ressurreição e ascensão, componentes do seu êxodo, pois Jesus se transfigurou, suas vestes tornaram-se brancas, seu rosto resplandeceu como o sol e Deus confirmou a paternidade divina do Filho;
c) Mostrar que Jesus era realmente o Messias tão esperado e para tanto foi dado a Moisés o privilégio de estar presente para confirmar o cumprimento da Lei em Cristo;
d) Conceder a Elias o privilégio de autenticar o ministério profético de Jesus, uma vez que “o objetivo do ministério de Elias concretiza-seem Cristo Jesus , o único
que pode restaurar espiritualmente o ser humano de forma definitiva”;
e) Mostrar aos discípulos que o Messias estava ali e se Elias era condição primordial para que O reconhecessem como tal, ali estava Elias;
f) Conceder a Moisés e Elias dois grandes presentes, pois o primeiro perdeu a benção e não pode pisar na Terra Prometida (Nm 20.10; Dt 3.23-26; 34.4), enquanto que o segundo, até ao seu arrebatamento (2 Rs 2.11) não havia visto Israel completamente restaurado, além do que o caminho para que Jezabel continuasse agindo ficou completamente livre. Moisés estava pisando na terra de Israel e Elias estava contemplando a verdadeira restauração de Israel e da humanidade, Jesus;
g) E manifestar a total aprovação do Pai em relação ao ministério do Filho.
b) Revelar a glória do Senhor mesmo antes de sua morte, ressurreição e ascensão, componentes do seu êxodo, pois Jesus se transfigurou, suas vestes tornaram-se brancas, seu rosto resplandeceu como o sol e Deus confirmou a paternidade divina do Filho;
c) Mostrar que Jesus era realmente o Messias tão esperado e para tanto foi dado a Moisés o privilégio de estar presente para confirmar o cumprimento da Lei em Cristo;
d) Conceder a Elias o privilégio de autenticar o ministério profético de Jesus, uma vez que “o objetivo do ministério de Elias concretiza-se
e) Mostrar aos discípulos que o Messias estava ali e se Elias era condição primordial para que O reconhecessem como tal, ali estava Elias;
f) Conceder a Moisés e Elias dois grandes presentes, pois o primeiro perdeu a benção e não pode pisar na Terra Prometida (Nm 20.10; Dt 3.23-26; 34.4), enquanto que o segundo, até ao seu arrebatamento (2 Rs 2.11) não havia visto Israel completamente restaurado, além do que o caminho para que Jezabel continuasse agindo ficou completamente livre. Moisés estava pisando na terra de Israel e Elias estava contemplando a verdadeira restauração de Israel e da humanidade, Jesus;
g) E manifestar a total aprovação do Pai em relação ao ministério do Filho.
Pedro, Tiago e João, testemunhas oculares
da transfiguração tiveram papéis importantíssimos na igreja primitiva. O
primeiro foi o que “abriu as portas” do Evangelho para os judeus (At 2.14) e
gentios (At 10). O segundo foi o primeiro apóstolo a ser morto por causa do
Evangelho, já que o primeiro mártir da igreja primitiva foi Estevão, que era um
diácono, não fazia parte do colegiado apostólico. O terceiro foi o escolhido para
receber a revelação final e o último a conhecer a morte.
2 – GLÓRIA
DIVINA
É relevante o fato de que Mateus, ao escrever o evangelho aos
hebreus, põe em evidência o fato de que Jesus é o Messias anunciado no Antigo
Testamento. O evangelista registrou, no evento da transfiguração, que “uma
nuvem luminosa os cobriu” (Mt 17.5). Esta nuvem luminosa, está relacionada com
a manifestação da presença de Deus (Ex 14.19,20; 24.15-17; 1 Rs 8.10-11; Ez
1.4; 10.4). “Esta nuvem não era uma nuvem
comum; era uma nuvem brilhante. Era o “Shekinah” da glória de Deus”. Era a
manifestação da glória de Deus em seu Filho. Sobre isto o professor Francisco de
Assis Barbosa:
“Fisicamente,
Jesus tinha todas as características de um homem; espiritualmente, ele
compartilhava da natureza de Deus. Na transfiguração, sua glória interna
tornou-se visível externamente. Temos que chegar a ver em Jesus a glória de
Deus. Uma razão por que Jesus se tornou um homem foi para manifestar a natureza
de Deus. Jesus é "o resplendor da glória" de Deus e "a expressão
exata do seu Ser" (Hb 1.3). Ele reflete perfeitamente a natureza e o
caráter de Deus. Quando olhamos para Jesus, podemos ver "a glória do
Senhor" (2Co 3.18 – 4.6). A conversa de Jesus com Filipe ilustra estes
pontos [...] (Jo 14.7-10). Jesus é a revelação, a manifestação do Pai (Jo
1.18)”.
Os discípulos, que serviram neste caso de
testemunhas oculares, contemplaram “a glória, a identidade e o poder de Jesus,
como o Filho de Deus” (2 Pe 1.16-18) e ficaram fascinados com aquela visão, mas
como souberam que era Elias e Moisés, que conversavam com Jesus? Foi revelado a
eles?
O fascínio se tornou assombro (cf Dn
10.7-9) quando ouviram uma voz afirmando: “Este é o meu Filho amado, em quem me
comprazo, a Ele ouvi” (Mt 17.5). Rapidamente Pedro, tomando a palavra, disse
que seria bom que construíssem tabernáculos para que ficassem ali, por tempo
indeterminado, mas como estava errado nesta sua colocação não foi atendido,
pois jamais Jesus poderia ser comparado aos presentes ali. Quando ergueram os
olhos não viram nada senão e unicamente a Jesus, o Salvador atestado por Deus.
Tanto Moises como Elias, quando estiveram no Sinai,
presenciaram a manifestação dessa glória. Todavia, não como os discípulos a
vivenciaram no Monte da Transfiguração, (Mt 17.1-2).
II – ELIAS, O MESSIAS E A RESTAURAÇÃO
1 – TIPOLOGIA
No evento da transfiguração, o texto destaca os nomes de
Moisés e Elias (Mt 17.3). Para a igreja Cristã, Moisés prefigura a Lei enquanto
Elias, os profetas. É perceptível, nessa passagem que Moisés aparece como
figura tipológica. Mateus põe em evidência o pronunciamento do próprio Deus
“Escutai-o” (Mt 17.5), a mesma forma como havia dito Moisés, quando se referiu
ao Profeta que viria depois dele: “O Senhor, teu Deus, te despertará um profeta
no meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis” (Dt 18.15). A
transfiguração revela que Moisés tem seu tipo revelado em Jesus de Nazaré e que
toda a Lei apontava para Ele. Sobre isto o professor Luciano de Paula Lourenço
escreveu:
“Na cena da Transfiguração, o texto destaca os nomes de Moisés e Elias
(Mt 17:3). Estes eram considerados os dois maiores profetas do Antigo
Testamento. Moisés representava a lei, ou a antiga aliança; ele havia escrito o
Pentateuco e predito a vinda de um grande profeta (Dt 18:15-19). Elias
representava os profetas que haviam predito a vinda do Messias (Ml 4:5,6). A
presença de Moisés e Elias com Jesus confirmava a missão messiânica de Jesus
para cumprir a lei de Deus e as palavras dos profetas de Deus (Mt 5:17). O
aparecimento deles também removia qualquer pensamento de que Jesus fosse a
reencarnação de Elias ou Moisés. Ele não era meramente um dos profetas. Como o
único Filho de Deus, Jesus os sobrepujava grandemente em autoridade e poder.
Além disto, a capacidade que eles tiveram de falar com Jesus, apóia a promessa da ressurreição de todos os crentes”.
2 – ESCATOLOGIA
Enquanto Moisés ocupa um papel tipológico no evento da
transfiguração, Elias aparece em um contexto escatológico, já que ele foi
apresentado como precursor do Messias (Ml 4.5-6), mas não a pessoa de Elias e
sim a virtude, o espírito, a ousadia e coragem. A profecia em questão diz
respeito ao poder e não a pessoa reencarnada. O cumprimento desta Escritura se
aplica à vida de João Batista (Lc 1.17). Assim como Elias, João foi um profeta
de confronto (Mt 3.7), ousado (Lc 3.1-14) e rejeitado (Mt 11.18). A presença do
Batista, o que havia de vir, era uma clara demonstração da messianidade de
Jesus.
A presença dos discípulos, ali naquele evento, foi necessária
para que compreendessem o que já era de conhecimento deles, a respeito da morte
de Jesus. Eles deveriam aceitar aquela informação como parte primordial do
processo de restauração, pois não haveria glorificação (ressurreição e
ascensão), sem a humilhação (morte). Sobre isto o professor Francisco A.
Barbosa escreveu:
“Não devemos ter dúvidas de que esta maravilhosa visão aconteceu com o
propósito de encorajar e fortalecer os discípulos de nosso Senhor. Eles tinham
acabado de ouvir a respeito da crucificação e morte de seu Senhor, do negar a
si mesmos e dos sofrimentos aos quais teriam de sujeitar-se, se desejassem ser
salvos. Agora foram animados por meio de uma breve contemplação “da glória que
os seguiria” (1Pe 1.11) e da recompensa que todos os fiéis servos de Cristo um
dia receberiam. O Senhor lhes fizera ver o dia de sua própria fraqueza; agora
estavam contemplando, por alguns minutos, uma amostra de sua glória futura.
Outra vez, o principal motivo da visão no monte da transfiguração é o de
demonstrar que a Lei de Moisés e todos os profetas do Antigo Testamento tiveram
seu cumprimento na pessoa magnífica do Senhor Jesus Cristo”.
Não restavam
dúvidas entre os discípulos de que Jesus era realmente o Messias, mas a grande
questão era; onde estava Elias, o antecessor, nesta história? João Batista,
antes do batismo de Jesus, já havia dito que não era ele o Elias esperado,
aliás ele disse que nem profeta era (Jo 1.21, cf Lc 16.16).
Elias deveria “voltar antes que o Messias
viesse” com a missão de levar os corações ao arrependimento, mas a questão era
que os discípulos viram o Messias e Elias no monte e questionaram, ente si, a
respeito das obras do antecessor que não foram vista ali. Depois de uma
conversa eles entenderam que João Batista já havia vindo no espírito e virtude
de Elias (Mt 17.13).
III – ELIAS, O MESSIAS E A REJEIÇÃO
1 – O MESSIAS ESPERADO
Tanto os rabinos como o povo comum sabiam que antes do
advento do Messias, Elias haveria de aparecer (Ml 4.5-6; Mt 17.10). O relato de
Mateus sugere que os escribas não reconheceram a Jesus como o Messias, porque
faltava um sinal que para eles era determinante, o aparecimento de Elias antes
da manifestação do Messias (Mt 17.10).
Jesus deixou claro aos discípulos, após a transfiguração, que
nenhuma profecia a seu respeito ficaria sem cumprimento (Mt 17.12-13), ou seja,
Ele era o Messias e Elias já havia vindo. Era somente eles prestarem atenção no
entorno e nos últimos acontecimentos. Os dois profetas foram habitantes do
deserto, pregaram em um período de transição entre as duas alianças,
enfrentaram reis (1 Rs 17.1-2; 2 Rs 1.1-4; Mt 14.1-4). Ficou bem claro que João
era o Elias que havia de vir e que Jesus era o Messias, mas os judeus ainda
aguardavam o precursor.
Os escribas perguntaram a João Batista se ele era o Elias que
esperavam, mas esta pergunta foi mal elaborada, portanto, assim como Elias, aquele
a quem estavam interrogando, bruscamente respondeu: “Eu não sou”! Agora, se
tivessem perguntado se ele tinha a virtude e ousadia de Elias, certamente a
resposta seria outra.
2 – O
MESSIAS REJEITADO
O episódio da transfiguração inicia-se com a sentença: “Seis
dias depois” (Mt 17.1). O texto coloca a transfiguração num contexto onde uma
seqüência de fatos deve ser observada. Os eruditos ressaltam que “seis dias’ é
uma outra forma de dizer: “uma semana depois”. Lucas falou de “quase oito
dias”, isto é, uma semana depois (Lc 9.28). Este texto, portanto, coloca o evento
no contexto da confissão de Pedro (Mt 16.13-20) e no discurso de Jesus sobre a
necessidade de se tomar a cruz (Mt 16.24-28). O Messias revelado, portanto, em
nada se assemelhava ao herói da crença popular. Pelo contrário, a sua mensagem,
assim como a do Batista, não agradaria a muita gente e provocaria rejeição.
Eles não desejavam uma libertação espiritual, mas sim queriam
um libertador “que se apresentasse com as características de um Ciro, de um
Josué, de um Sansão, de um Nabucodonosor, ou ainda de um Pompeu”.
IV – ELIAS, O MESSIAS E A EXALTAÇÃO
1 – HUMILHAÇÃO
Os interpretes destacam que havia uma preocupação dos
discípulos sobre a relação do aparecimento de Elias e a manifestação do
Messias. Esse fato é demonstrado na pergunta que eles fazem logo após descer o
monte da transfiguração (Mt 17.10). Como o Messias tão esperado por eles, teria
que morrer para que fossem restaurados (Mt 17.11-12)?
Jesus corrige esse equivoco, mostrando que a cruz era parte
essencial do plano divino (Mt 17.12; Lc 9.31; Fl 2.1-11), pois enfrentaria todo
aquele processo. Todo o evento da transfiguração era para que entendessem e
aceitassem. Parece que Pedro não entendeu isto, já que propôs a construção das
cabanas e na primeira oportunidade que teve O negou, tão logo o viu humilhado
(Mt 26.69-75)
2 – EXALTAÇÃO
Muito tempo depois, o apóstolo Pedro ainda lembra dos fatos
ocorridos e os cita em relação a exaltação e glorificação de Jesus e, também,
como prova da veracidade da mensagem da cruz: “Porque não vos fizemos saber a
virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas
artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos a sua majestade, porquanto ele
recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica gloria lhe foi dirigida
a seguinte voz: “Este é o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido” (2 Pe
1.16-17).
Aliás, no proprio monte, Pedro não soube atribuiur a
Jesus toda honra e glória, pois desejou construir as cabanas, equiparando os
dois representantes da Lei e dos profetas a Jesus, mas para que este engano nao
tivesse suas consequências, Deus interveio de forma a comprovar a paternidade
divina do Filho amado. “Moisés e Elias eram apenas súditos, Jesus era o Filho
do Rei. Eles eram apenas pequenas estrelas; Jesus era o Sol. Eram apenas
testemunhas; Jesus era a própria verdade”.
CONCLUSÃO
Vimos, pois, que os eventos ocorridos durante a
Transfiguração servem para demonstrar que Jesus era de fato o Messias esperado.
Tanto a Lei, tipificada aqui em Moisés, como os Profetas, representado no texto
pela figura de Elias, apontavam para a revelação máxima de Deus, o Cristo
Jesus. Essas personagens tão importantes no contexto bíblico não possuem gloria
própria, mas irradiam a glória proveniente do Filho de Deus. Ele sim, é o
centro das Escrituras, do Universo e de todas as coisas (Cl 1.18;-19; Hb 1.3;
Fl 2.10-11).
OBJETIVOS DA LIÇÃO
1) Descrever o episódio da transfiguração de Jesus:
• Ocorreu após a confissão de Pedro. Jesus se revelou.
2) Explicar a tipologia representada em Moisés e Elias:
• Moisés (Lei), apontou para o cumprimento;
• Elias (profetas), apontou para a continuidade.
3) Conscientizar-se de que Jesus era o Messias esperado:
• Israel aguarda ansioso Elias, mas ele já veio.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Francisco de Assis. Elias no monte da transfiguração. Disponível
em: http://auxilioebd.blogspot.com.br/2013/02/licao-9-elias-no-monte-da-transfiguracao.html.
Acesso em 27 de fevereiro de
2013.
BARBOSA, José Roberto A. Elias no monte da transfiguração. Disponível em: http://subsidioebd.blogspot.com.br/2013/02/licao-09.html.
Acesso em 25 de fevereiro de 2013.
Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003
Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri
(SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000
Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Barueri, SP: Sociedade
Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus,
2003.
JESUS, Isaías
de. Elias no monte da transfiguração. Disponível
em: http://rxisaias.blogspot.com.br/2013_02_01_archive.html#5649381620375890076.
Acesso em 26 de fevereiro de 2013.
LOURENÇO, Luciano de Paula. Elias no monte da transfiguração. Disponível em: http://luloure.blogspot.com.br/2013/02/aula-09-elias-no-monte-da-transfiguracao.html.
Acesso em 25 de fevereiro de 2013.
NEVES, Natalino das. Elias
no monte da transfiguração. Disponível
em: http://www.slideshare.net/natalinoneves1/2013-1o-tri-lio-9elias-no-monte-da-transfigurao.
Acesso em 27 de fevereiro de 2013.
SILVA, Eliezer de Lira. A busca do caráter cristão – aprendendo com
homens e mulheres da Bíblia. Lições Bíblicas. Faixa Jovens e Adultos. 3º
trimestre de 2007. Casa Publicadora das Assembléias de Deus, CPAD, 2007.
Por: Ailton da Silva - Ano IV
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