O CLAMOR
O fato de se queixarem da situação seria até normal, porém o que aborreceu Deus foi quando reclamaram do maná, que todos os dias era enviado junto ao orvalho que caia a noite, era o pão deles de cada dia. Caia logo pela manhã e cada um recolhia segundo à sua porção. Este era o único esforço que faziam. Ofenderam a Deus em duas oportunidades, quando se queixaram da vida que estavam levando e quando reclamaram do maná.
“Então o povo clamou à Moisés, e Moisés orou ao Senhor” (Nm 11.2).
Como Moisés
reagiu ao ver o povo reclamando de uma das maiores bênçãos já recebidas pelos
homens? Os livramentos recebidos e o fato de nunca, depois de saírem do Egito,
terem trabalhado ou então batalhado com outros povos para conseguirem
alimentos, já seria por si só um grande motivo para não reclamarem da vida ou
da situação.
Como satisfazer
um povo que desejava muito entrar na Terra Prometida, a terra do futuro, mas
que não queria abandonar as lembranças da terra do passado, o Egito.
O ideal seria
seguir em frente, louvando a Deus, vigiando e sempre atento aos ataques dos
inimigos, afinal de contas, qual outro povo da história foi tão abençoado e
qual dentre todos presenciou tamanho poder e demonstrações de amor por parte de
suas divindades?
Não era para
menos, mas nada justificava tais reclamações, nem mesmo os altos e baixos
apresentados durante a caminhada produzidos, respectivamente, pelos momentos de
alegria, após as intervenções de Deus, ou pela tristeza, quando não enxergavam
a Terra Prometida ao final de algum monte.
Estavam recebendo tudo de graça, mesmo assim não se rendiam à gratidão. Uma reclamação após a outra e estava lá Moisés pronto a clamar. Mas desta vez seria diferente, pois havia a possibilidade da ira de Deus ser manifesta.
“E disse Moisés ao SENHOR: Por que fizeste mal a teu servo, e por que não achei graça aos teus olhos, visto que puseste sobre mim o cargo de todo este povo? Concebi eu porventura todo este povo? Dei-o eu à luz? para que me dissesses: leva-o ao teu colo, como a ama leva a criança que mama, à terra que juraste a seus pais? [...] Eu só não posso levar a todo este povo, porque muito pesado é para mim. E se assim fazes comigo, mata-me, peço-te, se tenho achado graça aos teus olhos, e não me deixes ver o meu mal” (Nm 11.11-12,14).
Na segunda fase
do clamor Moisés tentou justificar a sua desistência do cargo, pois entendeu
que não era sua manter a segurança de todos.
Engraçado que no
inicio, enquanto ainda estava entre a realeza egípcia, tomou as dores e
protegeu um hebreu, mesmo não sendo enviado para aquilo. Arriscou sua vida por
alguém que não mantinha nenhum vinculo familiar, afetivo e não temeu naquele
dia. Agora tentou se esquivar à sua comissão, ao seu chamado e obrigação.
Deveria sim
conduzir aquele povo em direção a Terra Prometida. Para isto havia sido chamado
e capacitado. O seu vinculo era muito forte e não poderia ser deixado de lado.
Sua maior
preocupação era com a tão desejada carne para acalmar o povo. Não poderiam
ficar ali parados, algo deveria acontecer e urgente.
continua...
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