O LIVRAMENTO
Deus ouviu o clamor e tirou do meio dos murmuradores o fogo, proporcionando ao resto da congregação a primeira parte daquele livramento, porém faltava ainda resolver o caso de Moisés e depois dar ao povo a tão desejada carne.
“... e o fogo se apagou. Então eu descerei e ali falarei contigo, e tirarei do espírito que está sobre ti e porei sobre eles; e contigo levarão o cargo do povo, para que tu só o não leves” (Nm 11.2,17).
Para animar
Moisés e restabelecer sua autoridade, Deus ordenou a separação de setenta
anciãos de Israel para serem cheios de seu Espírito e consagrados ao ministério
para auxiliarem-no durante a caminhada. Então não teria mais desculpas para
apresentar. No cumprimento de suas atribuições receberia ajuda dos anciãos.
Foram escolhidos
setenta homens que estavam enquadrados nos critérios estabelecidos por Deus (Nm
11.16), que se uniram ao líder na árdua tarefa de resolver os problemas do povo.
Será que estes
homens enfrentaram problema devido a escolha? Deus deixou bem claro que
deveriam ser respeitados entre o povo, mas se o próprio Moisés teve a sua
autoridade questionada, imaginem então os escolhidos.
Será que ouviram algo do tipo: “por que ele? Conheço o passado dele? Sei tudo sobre sua família? Ele não tem condições, não governa nem mesmo sua própria casa e vai querer mandar agora”? Moisés entendeu que não poderia fazer a obra de Deus sozinho. Problema resolvido, faltava somente o pedido do povo para ser resolvido.
“Então soprou um vento do SENHOR e trouxe codornizes do mar, e as espalhou pelo arraial quase caminho de um dia, de um lado e de outro lado, ao redor do arraial; quase dois côvados sobre a terra. Então o povo se levantou todo aquele dia e toda aquela noite, e todo o dia seguinte, e colheram as codornizes; o que menos tinha, colhera dez ômeres; e as estenderam para si ao redor do arraial. Quando a carne estava entre os seus dentes, antes que fosse mastigada, se acendeu a ira do SENHOR contra o povo, e feriu o SENHOR o povo com uma praga mui grande” (Nm 11.31-33).
Deus pela sua
infinita misericórdia concedeu um grande milagre, pois viram milhares de
codornizes espalhadas pelo arraial, esperando somente o abate.
A quantidade foi
suficiente para saciar o montante apresentado por Moisés, cerca de seiscentos
mil homens de pé e multiplicado pelo longo mês. Aquela carne suave, fina ajudou
a desejarem e gostarem do maná, aliás, muitos deles demoraram para esquecer o
gosto amargo daquela refeição.
Não foi preciso
ovelhas, vacas, ou tampouco todos os peixes do mar na quantidade que Moisés
havia dito, em um momento de pura infelicidade e incredulidade.
Os três problemas
que se tornaram o fato gerador daquela murmuração foram resolvidos. Mesmo
recebendo este tríplice livramento, o povo experimentou, por um instante, o
ardor da ira de Deus, pois enquanto a carne ainda estava entre os dentes foram
feridos com uma praga, a ponto de não sentirem o gosto daquela bênção.
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