MARAVILHA OU LIXO DO MUNDO ANTIGO?
LEMBRAR: O PECADO? OU QUANDO CAÍRAM?
DEUS COLOCOU O DEDO NA FERIDA DE ÉFESO
ÓTIMOS OBREIROS – SINAL DE IGREJA SADIA?
O TURISMO IDÓLATRA EM ÉFESO FOI AMEAÇADO
PERDERAM OU ESQUECERAM O PRIMEIRO AMOR?
O PROBLEMA DA IGREJA SERIA A REAÇÃO E NÃO A AÇÃO
• Éfeso, uma igreja ortodoxa, apologética;
• Igreja sólida, avivada, florescida, mas faltava algo;
• Igreja pastoreada por notáveis homens de Deus;
• Mas havia um problema: esqueceram o primeiro amor;
• Igreja rica em obras e pobre em amor;
• Como é difícil defini-lo, mas é fácil senti-lo;
• Como é possível esquecermos o primeiro amor?
• O esquecimento não é um incidente teologico. É queda espiritual;
• Lembre-se onde caiu, volte as primeiras obras e ame a 2ª vinda;
• Desejo ardente pela volta de Jesus.
INTRODUÇÃO
a) A cidade:
• Cidade greco-romana, considerada como uma das três maiores e mais importantes do Império Romano, as outras eram Antioquia (Síria) e Alexandria (Egito). Juntamente com Mileto, foi considerada o berço da filosofia;
• Capital da Província da Ásia. Cosmopolita e idolátra;
• Principal porto da Ásia. Possuía uma grande biblioteca e teatro para 25.000 pessoas;
• Centro do comércio marítimo e terrestre;
• Visitada por Paulo em duas de suas viagens (At 18.19-20; 19.1);
• Local do Templo de Artemis (deusa grega) ou de Diana (deusa romana), uma das 7 maravilhas do mundo antigo;
• Forte indústria e comércio idólatra (At 19.21.41).
b) Igreja:
• Em sua 3ª viagem, Paulo apresentou à igreja o Batismo com Espírito Santo (At 19.2);
• Ao final da 3ª viagem, Paulo mandou chamar os anciãos de Éfeso em Mileto;
• Igreja pastoreada por Paulo (At 20.31) e por Timóteo (I Tm 1.3);
• Igreja ortodoxamente correta. Não era problemática como a igreja de Corinto, que enfrentava divisões (I Co 1.12; 3.3-4), problemas doutrinários, com respeito ao casamento (I Co 7.1-9), a liberdade cristã (I Co 10.28), ressurreição dos mortos (I Co 15.1-8);
• Esqueceram o primeiro amor. Paulo havia ensinado (Ef 2.18);
• A igreja recebeu 2 cartas, de Paulo (64 d.C.) e Jesus (96 d.C.);
• Qualidades: trabalho, paciência, sofrimento e vigor (não se cansaste);
• Lutava contra os falsos ensinos, contra os nicolaítas e contra os que se apóstolos (apologética);
• O seu castiçal foi tirado do lugar. Declínio, ruínas.
Era muito difícil encontrar Igreja como a de Éfeso, obreira, dinâmica e ortodoxa. Apologética, por execelência, capaz de confrontar os que se diziam apóstolos (Ap 2.2). Se destacava também pelo testemunho, esforço em prol do crescimento do reino de Deus. Tanto assim, que se tornou referência para as demais igrejas, mas havia um problema gravíssimo que deveria ser resolvido, caso contrário, sofreriam as conseqüências, pois os acertos não encombrem os erros (Hb 4.13).
Aquela igreja começou bem a sua jornada, mas no decorrer do caminho abandou o primeiro amor, esqueceu o que havia aprendido do pastor dos gentios (Ef 2.18). Extremamente zelosa pela ortodoxia, poderosa nas Escrituras, mas completamente alheia a verdadeira ortopraxia. Se não colocasse em prática a carta recebida, certamente seu fim seria a decadência total.
I. ÉFESO, UMA IGREJA SINGULAR
1. PAULO EM ÉFESO.
Éfeso, a mais notável metrópole da Ásia Menor, foi alcançada pelo Evangelho, durante a segunda viagem missionária de Paulo, (At 18.19), mas foi na terceira passagem, após 3 anos de árduo trabalho (At 20.3), que a igreja experimentou o verdadeiro avivamento. Timóteo deu continuidade ao trabalho (I Tm. 1.3), que passou a ser dirigido por João, o evangelista, antes de seu exílio na ilha de Patmos.
Manter a fé em Éfeso não era muito fácil, pois pelo fato de não adorarem ao imperador e muito menos a Diana, a grande dos efésios (At 19.28), muitos foram perseguidos. Foi neste cenário que Paulo se encontrou ensinando e pregando aos judeus e gentios. Não demorou para que os sinais do crescimento do reino se manifestassem naquela cidade, com o derramamento do Espírito Santo (At 19.1-7), que saiu dos arredores de Jerusalém e Samaria para alcançar os confins da Terra, com curas (At 19.11-12), genuínas conversões acompanhadas da confissão publica e do abandono das velhas práticas (At 19.18), que em muitos casos estavam relacionados com o ocultismo (At 19.19).
A permanência de Paulo em Éfeso foi impedida pela perseguição, pois quase derrubou o maior orgulho dos efésios, o Templo de Diana, uma das sete maravilhas do mundo antigo. As conversões abalaram sobremaneira o comércio idólatra na cidade (At 19.21-40; I Co 15.32). Os moradores agiram rapidamente, na tentativa de condenar o pregador e salvarem o turismo e seus negócios.
2. A SOLIDEZ DOUTRINÁRIA DE ÉFESO.
Não foi por acaso que a igreja de Éfeso apresentava-se enraizada teologicamente, pois por um período de 3 anos teve como pastor um dos maiores ensinadores do Cristianismo (At 20.31), tornando-se uma apologética por excelência, com capacidade para afrontar aqueles que se diziam apóstolos, sem serem (Ap 2.2). Talvez este tenha sido o motivo que a igreja de Antioquia foi tão atuante na obra missionária, haja vista o trabalho de um ano inteiro de Barnabé e Saulo no discipulado daquele povo (At 11.26).
Este preparo teológico tornou a igreja capaz de combater as heresias (Ap 2.2), o pecado moral (Ap 2.6) e os falsos ensinamentos apresentados pelos nicolaítas, que seria uma espécie de nova versão do cristianismo, sem exigências, proibições, um liberalismo sem precedente. O resultado disto seria, sem dúvida, o caos na igreja, caso ela não lutasse contra tudo isto.
3. UMA IGREJA DE MINISTROS EXCELENTES.
Paulo, Timóteo, Tíquico, Apolo, Áquia, Priscila e, segundo alguns, João trabalharam naquela igreja, homens e mulheres de comprovada excelência (At.18.18,19,24; I Tm.1.3; II Tm.4.19), tal qual aconteceu com a igreja de Jerusalém, que teve a presença constante dos apóstolos, na pregação (At 2.14-36), nas operações de milagres e maravilhas (At 3.1-8), no testemunho (At 4.19) e ensino e discipulado (At 6.1a; 7), nem mesmo a perseguição local foi capaz de dispersar e tirar os tais da igreja primeira (At 8.1).
Apesar desta gama de obreiros, inquestionáveis, a igreja apresentou um problema, que deveria ser corrigido, urgentemente. Eram fiéis e conheciam a Palavra, mas o amor já havia esfriado.
II. O PROBLEMA DE ÉFESO
1. UM GRAVE PROBLEMA.
O problema da igreja em Éfeso foi revelado, mesmo antes da chegada da carta enviada. Eles não perceberam que a cada momento se distanciavam do primeiro amor, vivendo uma rotina ortodoxa. A práxis cristã foi deixada de lado e os efésios, não ouviam, não aprendiam e tampouco agiam conforme as Escrituras apregoavam.
Com obreiros de primeira grandeza e principalmente pelos ensinos recebidos de João seria lógico imaginarmos uma igreja perfeita, radiante e fiel. Como atribuirmos-lhe outros adjetivos? Como se esqueceram do carro chefe da pregação de João, a prática da piedade e do amor.
Se pelo menos tivessem trabalhado a fim de resolverem o problema, certamente fariam parte de uma igreja perfeita. Jesus colocou o dedo na ferida da igreja. O problema agora não era a ação, mas sim a reação deles.
2. O PRIMEIRO AMOR.
A igreja esqueceu o primeiro amor, já não sentia mais a alegria inicial, o enlevo que os fizeram viver nas regiões celestiais em Cristo Jesus (Ef 1.3), capaz de impulsioná-los a declararem publicamente a conversão genuína experimentada (At 19.19).
a) Quais foram as causas da perda:
• Relaxamento no trabalho? O labor da igreja foi reconhecido por Jesus na carta (Ap 2.2);
• Descuido, devido a constantes lutas contra os falsos mestres, na tentativa de barrar a entrada de ensinamentos errados na igreja? Eles tinham a capacidade de provarem os homens maus e resisti-los, mesmo os que se diziam apóstolos, sem serem;
• O desânimo ou desistência? Mas foram louvados pela persistência (Ap 2.3);
• Amor dividido entre Jesus e o fascínio imperial da época (I Jo 2.15)?
3. AMNÉSIA DO AMOR.
Igreja atuante, ortodoxa, mas que não sentia mais a chama do primeiro amor, que foi substituído pelo zelo religioso. Este esquecimento não foi fruto de um incidente ou acidente, mas sim foi a evidência da queda espiritual.
a) Amnésia: Estavam a poucos passos do farisaísmo:
• Conheciam a Deus, defendiam sua fé, teologia e convicções, mas não desejavam a comunhão perfeita;
• Identificavam os erros de qualquer um, mas não atentavam para os próprios;
• Igreja ensinada, capaz de identificar os falsos profetas, mas não percebia a frieza do amor em seu interior;
• Combatiam as heresias, mas não era capazes de examinarem a si mesmos e não percebiam a sua apatia espiritual;
• Tinham doutrina, mas não tinham amor.
Mesmo diante deste quadro catastrófico e deste ambiente desfavorável, pois estavam diante da idolatria, prostituição, bebedeiras e etc, era necessário que mantivessem o exercício pratico do amor, sem o qual a igreja, no todo sofreria.
III. VOLTANDO AO PRIMEIRO AMOR
1. RICA EM OBRAS, POBRE EM AMOR.
Mesmo sem a lembrança do primeiro amor, aquela igreja ainda possuía uma riqueza, as suas obras (Ap 2.2), suas atividades corriqueiras, costumeiras, bem diferentes das primeiras práticas no início da fé. De que adiantava ostentar tamanha riqueza e revelar, ao mesmo tempo, a pobreza de amor?
O que ficou evidenciado em Éfeso foi justamente a crise e inversão de valores, pois valorizaram as obras externas, visíveis e ignoraram por completo o interior, o abstrato, que somente Deus pode atestar e se agradar dele.
Não seria de se estranhar se João, no retorno de seu exílio encontrasse:
• Uma multidão apenas reunida e não envolvida;
• Grupos musicais, cada um com seus inúmeros instrumentos, equipamentos e acordes;
• Verdadeiros espetáculos em lugar da genuína pregação da Palavra. Gugus, Faustões, banners, faixas, cds, dvds, literatura de auto ajuda, sem nenhuma solução;
• Doutores, muita instrução, conhecimento, disciplina, mas nenhuma demonstração de amor;
• Controle, números, balancetes mensais, trimestrais, balanços no azul, lucros aviltosos;
• Promoção de homens caídos, envolvimento com política para facilitação, etc.
Será que embarcaria no primeiro navio de volta a Patmos ou lutaria contra tudo isto?
2. AMAR É A MAIS ELEVADA DAS OBRAS.
“Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder.” (Dt 6.5). Não podemos amar somente as bênçãos, mas sim aquele que pode abençoar-nos, independente das circunstancias. Tomemos como exemplo o próprio profeta Habacuque (Hc 3.17,18). Esta deve ser a nossa prioridade. (Mt 10.37). Sem este sentimento as nossas boas obras ficam mecanizadas, automatizadas e sem vida.
IV. LEMBRANDO SE DO PRIMEIRO AMOR
1. LEMBRAR-SE DE ONDE CAIU.
O primeiro amor pode ser recuperado, mas como? A resposta é simples: “Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres” (Ap 2.5).
A ordem foi para se conscientizarem da queda e não somente trazerem a memória os seus pecados. Um bom exemplo é o caso do filho pródigo que em determinado momento de sua vida lembrou-se do momento de sua queda, que se deu ainda na casa do pai, no momento em que pediu a sua parte adiantada (Lc 15.12). Foi quando se deu conta do que havia perdido.
Deus esquece somente os nossos pecados (Hb 8.12) e não de nós (Is 44.21; 49.15), mas o mesmo não podemos dizer de nós, pois corremos o risco de esquecermos Dele. Este expediente foi lembrado para aquela igreja, sob pena de se cumprir a sentença apresentada por Jesus (Ap 2.5). A preocupação Dele não foi somente revelar a situação da igreja, mas sim em lhe apresentar o remédio.
2. VOLTAR À PRÁTICA DAS PRIMEIRAS OBRAS.
Éfeso era rica em suas segundas obras, por que então deveriam voltar a práticas das primeiras? Mesmo sendo esforçados em seus trabalhos em prol do crescimento do reino ainda faltava o importante, o amor.
3. AMAR A VINDA DE CRISTO.
“Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (II Tm 4.8).
A segunda vinda de Jesus será em glória, tanto quanto a ascensão (I Co 15.50-58; I Ts 4.13-17). Será o triunfo sobre as forças do mal.
Esta promessa é a mais importante para a Igreja, pois se tornará o fim da peregrinação, perseguição e sofrimento. É o ultimo estagio do processo da salvação, afirmado por Paulo, que dizia ser esta a sua esperança (II Tm 4.8).
CONCLUSÃO - OBJETIVOS DA LIÇÃO
A carta enviada à igreja de Éfeso mostra-nos que a essência do cristianismo é o amor. O zelo pela ortodoxia é necessário, mas esta prática, sem a manifestação do amor, esfria e se torna um obstáculo para a vida cristã sadia.
A experiência do primeiro amor é um momento único de cada um, que deve ser preservado. Aprendamos com a igreja de Éfeso.
1) Identificar a singularidade da igreja de Éfeso.
• Igreja com raízes teológicas sólidas;
• Assistida por obreiros do primeiro escalão.
2) Compreender seu grave problema.
• O problema da igreja já era conhecido mesmo antes da carta;
• A igreja não sentia mais a alegria inicial, o enlevo espiritual.
3) Conscientizar-se que devemos voltar ao primeiro amor.
• O primeiro amor pode ser recuperado;
• Como: Conscientização, retorno e amor à vinda de Jesus.
REFERÊNCIAS:
BARBOSA, José Roberto. Éfeso, a igreja do amor esquecido. Disponível em: http://subsidioebd.blogspot.com.br/2012/04/licao-03.html. Acesso em 09 de abr. 2012.
BARBOSA, Francisco A. Éfeso, a igreja do amor esquecido. Disponível em: http://auxilioebd.blogspot.com.br/2012/04/licao-3-efeso-igreja-do-amor-esquecido.html. Acesso em 11 de abr. 2012.
Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003
Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000
Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Baureri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 2003.
CARNEIRO FILHO, Geraldo. Éfeso, a igreja do amor esquecido. Disponível em: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com.br/2012/04/1-trimestre-de-2012-licao-n-03-15022012.html. Acesso em 12 de abr. de 2012.
JESUS, Isaías Silva de. Éfeso, a igreja do amor esquecido. Disponível em: http://rxisaias.blogspot.com.br/2012_04_01_archive.html#3769890520465208247. Acesso em 10 de abr. 2012.
LOURENÇO, Luciano de Paula. Éfeso, a igreja do amor esquecido. Disponível em: http://luloure.blogspot.com.br/2012/04/aula-03-efeso-igreja-do-amor-esquecido.html. Acesso em 09 de abr 2012.
SILVA, Severino Pedro. Apocalipse - Versículo por Versículo. CPAD.
ZIBORDI, Ciro. Éfeso, a igreja do amor esquecido. Disponível em: http://cirozibordi.blogspot.com.br/2012/04/efeso-igreja-do-amor-esquecido.html. Acesso em 11 de abr. 2012.
Por: Ailton da Silva
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