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sexta-feira, 20 de abril de 2012

Esmirna, a igreja confessante e mártir. Plano de aula.

ESMIRNA, A IGREJA CONFESSANTE E MÁRTIR

VERDADEIROS CRENTES PRESOS
FALSOS CRENTES EM LIBERDADE
VIVER PELA FÉ OU MORRER PELA FÉ?
CIDADE RICA E IGREJA POBRE OU VICE-VERSA?
PRISÕES ROMANAS – AS ANTE-SALAS DO TÚMULO
CIDADE DE ESMIRNA, A PRIMEIRA, MAS NÃO A ÚLTIMA

PROPOSTA DA LIÇÃO:
• A igreja que teve o rosto de Cristo. A cidade não;
• A cidade era rica e soberba, mas a igreja era pobre e florescida;
• A igreja confessional e mártir. Professavam a Cristo;
• Jesus conhecia todas as necessidades desta igreja;
• A igreja que esteve diante dos olhos do Primeiro e do Último;
• A igreja que esteve diante dos olhos do que foi Morto e Reviveu;
• A igreja que esteve diante da tribulação;
• A igreja que esteve diante dos ataques internos;
• Os falsos judeus, os da sinagoga do inimigo, estavam ao derredor;
• Igreja diante das torturas e prisões.

INTRODUÇÃO
A aparente tranqüilidade vista não pode iludir a Igreja de Cristo, pois assim como aquelas que receberam as cartas, a perseguição também é impiedosa, sorrateira, invisível e traiçoeira.

A cultura, política, as instituições seculares, que jazem no maligno fazem oposição a todos os que se declaram de Deus e repudiam toda e qualquer conduta dita cristã.

Assim como a igreja de Éfeso era um modelo em se tratando de conhecimento, ortodoxia, zelo e cuidado com o engano a de Esmirna se tornou um exemplo para as outras, no que tange, a suportar as perseguição sem se dobrar aos seus opressores. Esta igreja exalava uma suave fragrância, o cheiro de Cristo (II Co. 1.15-17).

a) A cidade:
• Terra natal de Homero (mitologia grega) e de Policarpo (*69 +159, mártir, discípulo de João);
• Atual Izmir (Turquia);
• Resistente ao Cristianismo;
• Cara do mundo, idólatra;
• Judeus contrário ao Evangelho e gentios fiéis a Roma;
• Cidade rica, mas ao mesmo tempo pobre. Produtora de mirra;
• Cerca de 40 km ao norte de Éfeso;
• Famosa pelos jogos atléticos;
• Possuía um porto marítimo próspero;
• Rivaliza com Éfeso o status de ser a principal cidade da Ásia, mesmo sendo inferior;
• Local do templo erguido ao imperador Tibério;

b) Igreja:
• Fruto do trabalho missionário de Paulo (At. 19.10;26);
• Tinha o rosto de Cristo;
• Não puderam calar sua voz. Ela clamava pelo justo juiz;
• Igreja perseguida, sofredora, pobre, caluniada, que enfrentou a própria morte;
• Recebeu elogios de Jesus juntamente com a igreja de Filadélfia;
• Igreja perseguida até a morte, esmiuçada e embalsamada em perfumes;
• Igreja subterrânea, pressionada (thlipsis – tribulação);
• Somente Jesus era capaz de enxergar sua riqueza;
• Espelho das igrejas que foram perseguidas por: Nero, Dominiciano, Trajano, Aurélio, Severo, Máximo, Décio, Valeriano, Aureliano e Diocleciano;
• Mesmo pressionada se manteve nas regiões celestiais em Cristo Jesus;
• Promessa de não conhecer o dano da segunda morte

I. ESMIRNA, UMA IGREJA MÁRTIR
1. ESMIRNA, UMA CIDADE SOBERBA.
Esmirna era inferior a Éfeso e não possuía os atrativos de Laodiceia, mas se vangloriava em ser uma das mais belas e importantes cidades daquela região. O seu prospero sistema portuário e a produção de mirra enchia os olhos dos habitantes. Era famosa pelos jogos, onde os atletas esperavam pelo recebimento de uma cora de louros corruptível, frágil e temporária, por isto Jesus tenha prometido a coroa da vida para os que se mantivessem fieis nesta igreja.

Havia sido escolhida para ser uma cidade modelo para o império grego, através do sistema cultural e educacional, as benfeitorias, templos pagãos de adoração aos imperadores e a vários deuses entre eles: Cibele (a grande mãe, deusa da fertilidade), Apolo (deus da medicina, profecias e música), Asclépio (deus romano da medicina e cura), Afrodite ou Vênus (deusa do amor e beleza) e Zeus ou Júpiter (deus do céu).

Possuía vários edifícios públicos, o maior teatro da Ásia, lhe garantiam a opulência aflorada na soberba de seus habitantes. Cenário ideal para a existência de um rebanho, um grupo de cristãos que não se sujeitaram a estas práticas ou que tampouco foram seduzidos pela aparente riqueza da cidade.

Várias cidades da região disputaram o privilégio de ser o local da construção do templo ao imperador Tibério. Esta foi a guerra idólatra, quem oferecesse mais levaria o templo. Deve ter havido alguns favorecimentos, concessões para que Esmirna fosse a escolhida e se despontasse entre as demais cidades.

2. A IGREJA EM ESMIRNA.
Provavelmente esta cidade deve ter sido alcançada pelo Evangelho durante a estadia de Paulo em Éfeso (At 19.10), uma vez que, segundo Lucas, todos os que habitavam na Ásia Menor ouviram a palavra do Senhor Jesus, tanto judeus como gregos.

Uma igreja estabelecida em uma cidade vaidosa, opulenta e que ostentava superficial riqueza, mas a verdadeira riqueza não foi vista na vida dos habitantes e sim nos cristãos (Ap 2.9), como visto em Policarpo (69-155 d.C), que mesmo diante do carrasco romano, não negou a fé em Cristo. Ele disse, antes de ser queimado vivo: "Sirvo a Cristo há oitenta e seis anos, e Ele nunca me fez mal, só o bem. Então como posso maldizer o meu Rei e Salvador?".

Esta igreja não recebeu palavras de repreensão, mas de encorajamento. Jesus disse que conhecia suas obras, tribulações, pobreza e sua riqueza espiritual. Somente Ele foi capaz de enxergar estas qualidades.

Um dos motivos da pobreza e da perseguição foi o elo que existia entre a cidade e Roma. A política de Esmirna permitia a atuação do império e abria as portas para o poderio de César dificultar a atuação dos cristãos na região.

3. ESMIRNA, CONFESSANTE E MÁRTIR.
A igreja em Esmirna sustentou o seu testemunho até o fim. Não negociou sua fidelidade (Ap 2.10), independente das circunstâncias e conseqüências. Eles não somente defenderam ou viveram pela fé, mas morreram por ela.

Esta igreja se recusou a adorar ao imperador, por isto não demorou a ser atacada por aqueles que o consideram uma divindade. Tensões, inquietações e desconfortos, aos poucos, se transformaram em uma violenta e ferrenha perseguição contra os cristãos. Jesus havia passado por tudo aquilo e sabia como fortalecê-los.

II. APRESENTAÇÃO DO MISSIVISTA
1. O PRIMEIRO E O ÚLTIMO.
Jesus se apresentou para a igreja de Esmirna como o Primeiro e o Último, a própria eternidade (Ap 2.8). Se revelou no meio dela e não as margens, ou seja, estava presente e observando toda aquela situação.

Primeiro: O Alfa, o Criador de tudo (Jo 1.1-3), o que controla todas as situações, até mesmo o que estava acontecendo com a igreja de Esmirna. Senhor do “passado, presente e futuro”, “o que é, era e o que há de vir”. A cidade tinha a pretensão e lutava para ser a primeira na região e Jesus já possuía o título de Primeiro e Último muito antes de desejarem ser alguma coisa na vida.

Último: O Ômega, sustentador de todas as coisas, o Supremo Juiz (Jo 5.27; Rm 2.16; II Tm 4.1), o que guia, controla e julga, portanto os perseguidores daquela igreja estavam com os seus dias contados. A tribulação teria fim.

2. ESTEVE MORTO E TORNOU A VIVER (AP 2.8).
Alguns seriam lançados na prisão para serem postos à prova (Ap 2.19), mas não deveriam temer, pois Ele estaria ao lado deles, apresentando-se como a ressurreição e a vida (Jo 11.25). A igreja aprendeu a não temer aqueles que tinham somente o poder para matar o corpo físico (Mt 10.28). Era somente isto que o império poderia fazer.

Desta forma entenderam que a morte física não poderia ser o fim deles, Jesus fez questão de lembrá-los. Os que professam a fé em Cristo jamais sofrerão o dano da segunda morte. A primeira não teria como evitar.

III. AS CONDIÇÕES DA IGREJA EM ESMIRNA
1. TRIBULAÇÃO (AP 2.9).
A igreja de Esmirna sabia que a tribulação havia sido prevista por Jesus, durante seu ministério, (Jo 16.33), portanto era necessário suportar as angustias para receberem depois a coroa da vida. Eles se refugiavam na paz que excede todo o entendimento (Fp 4.7). Tinham a certeza de que estavam sendo acompanhados por Jesus (Ap 2.1).

O império romano era um verdadeiro rolo compressor, que pressionava de todos os lados a fim de que os cristãos negassem e abandonassem a fé. As perseguições podem ser divididas em:
• Governamental – os cristãos eram capturados e esmagados ante as leis romanas;
• Econômica – os cristãos enfrentavam o confisco de bens, perdiam seus negócios, somente por confessarem a fé em Jesus;
• Religiosa – os da sinagoga de satanás acusavam os cristão de canibalismo (referência santa ceia), perversões sexuais, incestos, devido a prática do amor fraternal;
• Física – os cristãos eram lançados nas prisões e não duravam muito tempo. Quando não morriam pelo sofrimento o império os matavam como exemplo ou para evitar custos. Eram poucos os que suportavam, afinal “10 dias” naquelas prisões parecia uma eternidade;
• Satânica – a luta daquela igreja não era contra a carne ou sangue, mas sim contra o próprio inferno (Ef 6.11-12).

2. POBREZA.
Laodiceia de nada tinha falta, enquanto que Esmirna carecia de tudo. Isto foi atestado por Jesus (Ap 2.9), porém esta condição tornava a igreja rica, mas somente aos olhos Dele, o Único capaz de enxergar riqueza naquela situação (I Pe 1.18-19).

Mesmo a cidade sendo rica e próspera, a igreja era composta por cristãos originados das classes mais baixas e por outros que perderam seus bens através do confisco, mas que mesmos nestas condições não se deixavam corromper. Era uma igreja espremida, sofrida, perseguida e acuda na terra e ao mesmo tempo rica e vitoriosa aos olhos do Pai.

3. ATAQUES DOS FALSOS CRENTES.
Alem da perseguição externa, a igreja enfrentava alguns ataques internos vindos de falsos crentes, que procuravam corromper a graça de Cristo através de artifícios humanos. Eles disseminavam heresias e modismos e blasfêmias.

Havia em Esmirna uma influente comunidade judaica, que mantinham os laços e anseios patriarcais, mas que por outro lado combatiam ferozmente o avanço do Evangelho. Esta classe de judeus extremamente religiosos estavam infiltrados ou tinham acesso a igreja, desta forma puderam atrapalhar a liberdade e disseminaram ensinamentos, heresias e confusões entre os primeiros cristãos. Eles compunham a sinagoga de Satanás (Ap 2.9).

A mesma perseguição judaica sofrida por Estevão (At. 7), quando a igreja primitiva ainda se limitava apenas aos arredores de Jerusalém. Os mesmos zelosos judeus que perseguiram Paulo em Antioquia da Psídia (At. 13.50), em Icônio (At. 14.2,5), em Listra (At. 14.19) e em Corinto (At. 18.6). Era perigoso se declarar cristão nesta cidade.

4. OS CRENTES EM PRISÃO.
Pobreza, tribulação, ataques e por fim as prisões. Muitos foram lançados nas prisões, a ante-sala do túmulo, para suportarem uma tribulação de 10 dias literais ou não, mas o certo é que enfrentaram (Ap 2.10).

Não era intenção dos romanos sustentarem seus prisioneiros nas prisões, por isto se utilizam de métodos de torturas para que negassem a fé e fossem soltos ou mortos, caso não suportassem os sofrimentos, doenças e pestilências.

Jesus não prometeu o livramento para aquela igreja, mas ofereceu o ânimo, renovou as forças para que suportassem as tribulações e para que toda a igreja aprendesse com a sua história de fé (Sl 119:71). Os cristãos de Esmirna não poderiam fugir, se mostrarem covardes e tampouco se esquivarem de suas responsabilidades, fossem quais fossem as circunstâncias.

CONCLUSÃO – OBJETIVOS DA LIÇÃO
Como não temer a angustia da primeira morte, como no caso dos cristãos em Esmirna? Somente conhecendo a natureza da segunda morte e seus danos, o suplicio e a separação eterna de Deus. A igreja temia a segunda, por isto se sujeitava a primeira, crendo que Jesus se revelaria a eles como a ressurreição e a vida, como de fato aconteceu. Eles nasceram duas vezes, mas morreriam apenas uma (Jo 3.17)

1) Identificar as principais características da igreja de Esmirna:
• Igreja pobre e perseguida inserida na cidade vaidosa e próspera;
• Sustentou seu testemunho até o fim. Não negociou sua fidelidade;
• Defenderam, viveram e morreram pela fé. Não adoraram.

2) Descrever como Jesus se apresentou à igreja de Esmirna:
• Jesus se apresentou como o Primeiro e o Último (Ap 2.8).
• Não deveriam temer, pois a ressurreição e a vida estavam com eles.

3) Saber as condições da cidade de Esmirna:
• Cidade próspera, idólatra e orgulhosa.

REFERÊNCIAS:
BARBOSA, José Roberto A. Esmirna, a igreja confessante e mártir. http://subsidioebd.blogspot.com.br/2012/04/esmirna-igrejaconfessante-e-martir.html. Acesso em 16 de abr. 2012.

BARBOSA, Francisco A. Esmirna, a igreja confessante e mártir. Disponível em: http://auxilioebd.blogspot.com.br/2012/04/licao-4-esmirna-igreja-confessante-e.html. Acesso em 19 de abr. 2012.

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Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000

Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Baureri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 2003.

CARNEIRO FILHO, Geraldo. Esmirna, a igreja confessante e mártir. Disponível em: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com.br/2012/04/1-trimestre-de-2012-licao-n-04-22042012.html. Acesso em 18 de abr. 2012.

JESUS, Isaías Silva de. Esmirna, a igreja confessante e mártir. Disponível em:http://rxisaias.blogspot.com.br/2012_04_01_archive.html#8561919902727459518. Acesso em 16 de abr. 2012.

LOURENÇO, Luciano de Paula. Esmirna, a igreja confessante e mártir. Disponível em: http://luloure.blogspot.com.br/2012/04/aula-04-esmirna-igreja-confessante-e.html. Acesso em 15 de abr. 2012.

SILVA, Severino Pedro. Apocalipse - Versículo por Versículo. CPAD.

ZIBORDI, Ciro. Esmirna, a igreja confessante e mártir. Disponível em: http://cirozibordi.blogspot.com.br/2012/04/esmirna-igreja-confessante-e-martir.html. Acesso em 16 de abr. 2012.

Por: Ailton da Silva

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