Páginas

domingo, 10 de outubro de 2021

Os patriarcas. Coincidências ou repetições da história? – Capítulo 12

Moisés: Quinto patriarca. Nascimento e livramentos. Deus falou com ele! 

A morte de José e o esquecimento de seus feitos por parte dos egípcios, marcaram o fim dos privilégios recebidos pelos filhos de Israel e iniciaram o período de sofrimento, mas inexplicavelmente foi o momento de maior crescimento demográfico dos hebreus, nunca visto até então.

O número de hebreus aumentou, o rebanho seguiu o mesmo caminho e por isto se tornaram fortes e toda a terra do Egito se encheu deles.

Este crescimento demográfico foi assustador e percebido pelos egípcios. Aquele pequeno clã, cerca de setenta pessoas, rapidamente se multiplicou, atingindo o espantoso número de seiscentos mil varões sem contar os meninos e estrangeiros, no momento da saída com Moisés (Ex 12.37) e seiscentos e um mil e setecentos e trinta, contados de vinte anos para cima (Nm 26.2, 51), já no meio do deserto, que caminhavam em direção a Canaã.

Mas como se deu esta multiplicação em terras egípcias? O solo fértil ou as condições encontradas na melhor região do Egito no início da administração de José? Independente do motivo que proporcionou este crescimento demográfico, o certo é que todos logo estariam sob os cuidados de Moisés, que os guiaria até Canaã.

Mas com o crescimento veio também a indiferença dos egípcios, que discordavam do monoteísmo adotado por alguns dos hebreus que ainda adoravam o Único e Verdadeiro Deus naquele território idólatra[1].

Porém o grande temor dos egípcios era a possibilidade dos hebreus se aliarem aos seus inimigos ou de dominarem-nos em seu próprio território, por isso optaram pela escravidão e opressão.

Desta forma cooperaram para o cumprimento da primeira parte da Palavra profetizada pelo próprio Deus: “decerto que peregrina será a tua semente em terra que não é sua; e serví-los-á e afligi-la-ão quatrocentos anos”, mas os algozes se esqueceram da segunda parte, a principal, que dizia respeito a eles: “[...] Eu (Deus) julgarei a gente à qual servirão, e depois sairão com grande fazenda”.

O grande desejo dos hebreus era serem reconhecidos como nação independente e povo exclusivo de Deus, mas isto não seria alcançado com facilidade.

Se para os patriarcas a jornada foi dura, com perdas e sofrimentos, porque para os filhos de Israel a história seria diferente?

Para obter este reconhecimento seria preciso um sinal, fruto do sofrimento, para cumprimento de mais uma etapa do plano de Deus para criar uma nação.

O primeiro passo seria a saída do Egito, mas a base de muito sofrimento, angústia, tribulações, sentimento de abandono, rejeição, perda do controle da situação, clamores, choro e revolta.

Durante este processo os hebreus poderiam, até mesmo, condenarem Jacó e José por terem aceito o convite para morarem naquele país.

Israel deveria enfrentar esta situação para então rumar em direção às suas terras, mas para esta tarefa seria necessária a figura de um líder, profeta, libertador, um legislador que atentasse para as suas reivindicações.

Moisés, hebreu, nascido e criado no Egito, filho de Anrão e Joquebede, descendentes de Levi, irmão de Arão e Miriã, foi o homem encarregado para a missão.

O pequeno Moisés, recém-nascido, foi salvo da morte por uma comissão criada por Deus, composta pelas parteiras, pela própria mãe, pela irmã e pela filha de Faraó.

As parteiras, temendo a Deus, não cumpriram as ordens de Faraó e preferiram salvar a vida de Moisés. A mãe também poderia ter entregue a Faraó, por medo de represálias. A irmã poderia ter ficado indiferente quando o viu sendo deixado na borda do rio.

A ordem maligna foi menor que o amor das parteiras, mãe e irmã. Quantas mães hebreias entregaram seus filhos para serem mortos na esperança de salvarem outros? Seria possível?

Mas o momento crucial de sua vida foi quando passou pelas mãos da filha de Faraó, pois ali poderia ter sido morto logo no primeiro contato. Esta também, por fazer parte da comissão pró Moisés, resolveu contrariar as ordens de seu pai e mesmo podendo sofrer represálias, preferiu adotar o menino.

Mas como relatou o caso para o pai? Quais argumentos foram utilizados para que o bebê não fosse morto? Com que cara apresentou o menino para a família? Como intercedeu por Moisés?

Os fatos que se seguiram na vida de Moisés foram semelhantes aos ocorridos com os patriarcas anteriores, pois as intervenções de Deus foram idênticas, principalmente nos nascimentos, nas relações conturbadas, nos erros, nas fugas, nas chamadas não entendidas, no momento em que relegaram a segundo plano suas respectivas missões. Mas ao final todos saíram vitoriosos.

continua...



[1] Israel foi influenciado, já no meio do deserto, pela idolatria egípcia (Ex 32.1-5), pois se dispôs das riquezas ganhas durante a libertação para esculpirem o bezerro de ouro (Gn 15.14; Ex 12.35).

Por: Ailton da Silva - 12 anos (Ide por todo mundo)

Nenhum comentário:

Postar um comentário