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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Clamai por nós. Mas eles não podem! - Exodo 32 x Salmos 115

"Moisés você não tem muito tempo para pensar! Tempo é precioso, vocês estão no deserto, para uma longa caminhada, mas a minha PACIÊNCIA chegou ao limite. Preciso de sua resposta".

Ainda bem que, para a história de Israel e a nossa, este trecho de diálogo não aconteceu. Moisés apenas ouviu de Deus o seu desejo de consumir aquela congregação e iniciar um novo povo a partir dele (Ex 32.10). Ele não foi pressionado pela resposta, mas teve que pensar rápido, pois a ação Divina se iniciaria tão logo as suas palavras fossem encerradas.

O que poderia fazer aquele homem? Olhando para aquela multidão e não via nenhuma possibilidades de continuarem fiéis na presença de Deus, mas por outro lado, que garantia ele teria de que uma outra geração, a partir dele, pudesse ser fiel? As outras falharam (Gn 4.1-7; 6.5-6; 9.20-29; 11.1-9; 19.30-38).

Porém, Moisés suplicou ao Senhor pelo povo e disse:

[...] Ó Senhor, por que se acende a tua ira contra o teu povo, que tiraste da terra do Egito com grande força e com forte mão?
Por que hão de falar os egípcios, dizendo: Para mal os tirou, para matá-los nos montes, e para destruí-los da face da terra?. Torna-te da tua ardente ira, e arrepende-te deste mal contra o teu povo.
Lembra-te de Abraão, de Isaque, e de Israel, teus servos, aos quais por ti mesmo juraste, e lhes disseste: Multiplicarei os vossos descendentes como as estrelas do céu, e lhes darei toda esta terra de que tenho falado, e eles a possuirão por herança para sempre" Ex 32.11-13.

Meu Deus! E o povo como assistiu tudo aquilo? Boquiabertos, arrependidos? Isso eu chamo de verdadeiro clamor por pessoas que nada fizeram por merecer. Pelo erro quase foram consumidos, mas o líder se prostrou diante de Deus e fez menção da promessa maior feita a Abraão e confirmada aos outros grandes patriarcas.

Porque Moisés agiu desta forma? A resposta é simples:
a) Moisés era um homem de carne, de sentimento, de reação, o amor falou mais alto;

b) Moisés tinha boca, para apresentar diante de Deus os seus argumentos;

c) Moisés tinha olhos, pois contemplou o pecado e as faces de cada um, atemorizados e alguns arrependidos;

d) Moisés tinha ouvidos, pois ouviu os pedidos do povo para que ele intercedesse por todos junto a Deus;

e) Moisés tinha nariz, pois sentiu o cheiro do pecado;

f) Moisés tinha mãos, pois saiu em revista pelo povo, apalpando a cada um e indignado não entendia porque agiram daquela forma. Sacudia-os, empurrava outros, puxava para perto de si, sei lá, algo ele fez. E também levantou as mãos para o céu em clamor;

g) Moisés tinha pés, pois andou no meio do povo atemorizado, cobrando explicações e mostrando o quanto eles mereciam aquela situação;

h) Moisés tinha garganta, pois saiu um som meio apertado, angustiado. A voz estava presa.

Ou seja, ele tinha tudo o que os ídolos não tem. Então como estas imagens podem clamar como Moisés? Que garantias os homens tem das bênçãos se os seus pretensos "clamadores"(Sl 115.4-7) não tem:
a) Eles não tem vida, pois são de barros, ferro, cimento, bronze, etc. Não se movem do lugar;

b) Eles não tem boca. Não falam;

c) Eles não tem olhos. Não enxergam;

d) Eles não tem ouvidos. Não ouvem;

e) Eles não tem nariz. Não sentem o cheiro do pecado;

f) Eles não tem mãos. Não apalpam;

g) Eles não tem pés. Não andam no meio do povo, não conhecem suas necessidades "in loco";

h) Eles não tem gargantas. Não emitem som.

Então se tornem semelhantes a eles os que fazem e os que neles confiam (Sl 115.8), nós porém faremos o que? Bendiremos ao Senhor desde agora para sempre (Sl 115.18).

Por: Ailton da Silva

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