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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

A prosperidade no Antigo Testamento. Plano de aula.



RICOS ABENÇOADOS?
POBRES AMALDIÇOADOS?

OLHOS ENGODADOS PELA GORDURA
RETRIBUIÇÃO X SOBERANIA DE DEUS
ACÚMULOS DE BENS OU DE PROBLEMAS
TEM “BENS” QUE O CORAÇÃO NÃO SUPORTA
LIÇÃO 2 - 1º TRIMESTRE 2012

PROPOSTA DA LIÇÃO:

• Prosperidade é somente acúmulo de bens e saúde perfeita?
• Riqueza – dádiva de Deus? Pobreza – julgamento divino?
• Todos, ricos e pobres dependem do favor de Deus;
• Prosperidade espiritual em primeiro lugar. Em segundo a material;
• Povo afligido pela doença, medicina limitada e Deus soberano;
• Forma de prosperidade material: trabalho;
• A graça de Deus é estendida a todos os homens indistintamente;
• Obediência: causa das bênçãos e prosperidade;
• Desobediência: causa da maldição;
• Paradoxo ou realidade bíblica: justos sofrem e maus prosperam.

INTRODUÇÃO
A sociedade judaica era composta pelos grandes proprietários, comerciantes e integrantes do alto clero que faziam parte da classe alta. Na média encontrávamos os sacerdotes, pequenos e médios proprietários rurais ou comerciantes. Na baixa estavam os trabalhadores em geral e entre os miseráveis encontrávamos os mendigos, escravos, os excluídos sociais e os ladrões.

No Antigo Testamento, a prosperidade não se resumia apenas ao acúmulo de posses, bens materiais e saúde perfeita, mas sim referia-se a dimensão espiritual, a um intimo relacionamento com Deus, tanto que é possível vermos personagens bem sucedidas, mas que não estavam no pleno gozo da prosperidade, propriamente dita (Sl 73.2), e pessoas prósperas que não eram, aos olhos humanos, bem sucedidas ou que estavam passando por algum problema (Jó 1.14-22).

Por isto podemos afirmar que tais condições não são características essências que evidenciam a prosperidade, já que esta é o resultado de uma vida de obediência e fidelidade a Deus.

Os teólogos da prosperidade se utilizam da Palavra, por meios de versículos isolados e ignorando os contextos (Dt 15.4; Sl 82.6) e inventando pretextos para justificarem suas doutrinas.

I. RIQUEZA E POBREZA; DOENÇA E CURA NA ANTIGA ALIANÇA
1. PROSPERIDADE E SOLIDARIEDADE.
No Antigo Testamento a riqueza e pobreza andavam lado a lado (Rt 2.1-2), mas não poderiam, por isto, serem associadas a benção ou maldição. Ninguém era amaldiçoado ou abençoado em virtude das suas posses ou pobreza. Todos os dois lados dependiam do favor de Deus (I Sm 2.7-8). O certo é que os que estavam em melhores condições deveriam se atentar para os menos favorecidos (Dt 15.4-11), desta forma a prosperidade se tornaria verdadeira, pois a solidariedade seria um de seus sinônimos.

Era alto o número de pobres em Israel. Existem alguns exemplos como o de Rute, a moabita pobre e Boaz, o rico, mas as condições sociais poderiam aferir a prosperidade de um e a pobreza de outro. Não temos base para fundamentar a afirmação de que ela estava diante do julgamento Divino enquanto que ele estava agraciado pelas bênçãos de Deus, pois quem alcançou o favor diante de Deus? Ela ou ele? A prosperidade pode sim ser aferida pela presença de alguns valores tais como a justiça, o entendimento e a humildade, presentes na vida dos dois (Sl 73.1).

A pobreza, sempre existiu em Israel (Dt 15.11; Jo 12.8), não por imposição de Deus, mas sim em decorrência de catástrofes naturais, colheitas desfavoráveis, guerras com os seus vizinhos e ferrenhos inimigos ou pelos desvios espirituais do povo que sempre culminavam com a correção Divina. Nestes casos, a lei mosaica previa que os ricos deveriam atender a estas vitimas. A solidariedade deveria ser uma constante.

a) Lei da rebusca:
A Lei da Rebusca ou respiga (Lv 23.22), estabelecia que o proprietário não poderia efetuar a colheita na sua totalidade, sob pena de maldição, mas sim deveria deixar aos pobres tudo o que caísse no chão. Não precisava fazer alarde e tampouco convocá-los, pois eles conheciam a lei e ficavam esperando o momento da benção. Noemi e Rute, fizeram uso desta lei e sobreviveram ao período de escassez e fome pelo qual passaram (Rt 1.1).

2. PROSPERIDADE E ESPIRITUALIDADE.
A condição privilegiada do homem não está atrelada à sua espiritualidade, por isto o cristão não pode buscar somente o seu bem estar físico e as riquezas materiais, pois existem outras prioridades em sua vida (Pv 10.22). Dentre estes tesouros podemos destacar o conhecimento (Pv 3.13), a integridade (Sl 7.8), a justiça (Sl 15.2), o entendimento (Pv 15.32), a humildade e a paz (Pv 15.33).

As respostas para todos os problemas sociais são encontradas na Palavra de Deus, por isto a igreja deve se preocupar com a situação espiritual dos pecadores, mas não pode, em hipótese alguma, desprezar os necessitados. A igreja primitiva, desde o principio, sempre se importou com o próximo, tanto que os primeiros crentes venderam suas propriedades e depositaram o dinheiro aos pés dos apóstolos, que certamente usavam de forma a suprir as necessidades da igreja (At 2.44,45; 4.34-37) e não para satisfação de suas vaidades individuais.

3. PROSPERIDADE E BEM-ESTAR FÍSICO.
No Antigo Testamento encontramos uma série de enfermidades que assolavam o povo, que devido a limitada medicina, da época, que tratava apenas aos ferimentos exteriores, sempre buscavam em Deus a solução para os seus problemas, pois Ele era o médico de Israel (Êx 15.26).

Deus, tanto curava, quanto permitia que a enfermidade assolasse o povo, pois a sua soberania transcede todo o nosso entendimento e necessidade (Jó 5.18) e todas tem o seu propósito (Sl 119.67).

Um bom exemplo de bem estar físico foi o José no Egito (Gn 39.2-4). Como poderíamos esperar que sua vida tomasse novos rumos de uma hora para outra? Escravo, prisioneiro e por fim estava vivendo como uma respeitada autoridade no palácio, somente Deus poderia ter prosperado a vida daquele jovem. Desde o inicio enfrentou vários problemas, mas ao final recebeu a prosperidade.

II. A PROSPERIDADE COMO RESULTADO DO TRABALHO E DO FAVOR DE DEUS
1. O TRABALHO COMO PROPÓSITO DIVINO.
A prosperidade sempre esteve ligada ao trabalho no Antigo Testamento, portanto se outra forma apresentada é totalmente contrária à Palavra. Isto começou no ainda no paraíso, onde coube ao homem a tarefa de cuidar, vigiar e lavrar (Gn 2.15). A prosperidade alcançada pelo trabalho é algo bíblico (Dt 8.18), mas a indolência e a preguiça (Pv 21.25) são condenadas na Bíblia.

No jardim do Éden o homem viveu uma vida próspera, feliz e abençoada. Foi um período de inocência, comunhão e prosperidade, pois esteve em um lugar agradável, tranqüilo, que lhe proporcionava bem estar físico e mental, com alimento a sua disposição.

Jacó também foi um homem próspero, pois trabalhou durante 20 anos com seu tio Labão (Gn 31.41), porém deixou claro que não fosse o trabalhar de Deus em sua vida ele não teria atingido aquela situação de prosperidade.

2. A BÊNÇÃO DE DEUS COMO FAVOR DIVINO.
A prosperidade também pode ser compreendida como um favor divino, uma benção dada a todos os homens (Pv 10.22), fato este conhecido na teologia como ‘graça comum’. Todos são alcançados por ela, por isto devemos reconhecer o Senhor como fonte de toda prosperidade.

A benção para Israel era como uma confirmação da aliança feita com Abraão. Se dependesse da justiça ou fidelidade certamente eles mesmos criariam muitos obstáculos para serem abençoados.

O rei Uzias buscou o Senhor e foi um homem próspero. De forma extraordinária desfrutou de sucesso e progresso (II Cr 26.7-15), mas a soberba entrou em seu coração e toda a prosperidade alcançada em sua vida caiu por terra (II Cr 26.16-23).

III. PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA A PROSPERIDADE
1. RETRIBUIÇÃO.
Todos os patriarcas de Israel foram bem sucedidos na vida, não pela posição ou escolha de Deus, ou porque não vieram a cometer pecados, mas porque desde o inicio mantiveram uma intima comunhão com Deus e viveram uma vida de obediência. Abraão foi abençoado (Gn 14.18-20), Isaque (Gn 26.1-6), Jacó (Gn 30.43), José (Gn 40.41-43).

A lei da retribuição é bem conhecida do povo de Deus (Dt 27 e 28). A causa das bênçãos e prosperidade sempre foi a obediência, assim como ocorreu no caso dos patriarcas, mas por outro lado a desobediência sempre trouxe sérias consequências ao povo (Jz 2.11) após a morte de Josué, (3.12) após a morte de Otniel, (4.1) após a morte de Eúde, (6.1; 10.6; 13.1). Durante o período tribal isto aconteceu com frequência, já na monarquia foi bem menos, pois houve o ministério dos profetas enviados por Deus, que alertavam o povo e os governantes.

2. SOBERANIA DIVINA.
Mesmo diante da lei da retribuição, existem muitos casos em que a soberania de Deus impera. No tocante a prosperidade, a relação causa e efeito, as vezes fica subordinada a vontade de Deus, a isto também se aplica a questão do pecado e suas consequências. Talvez por isto encontramos o salmista reclamando da prosperidade dos ímpios (Sl 37.1-7).

Outra prova da soberania Divina é o fato do sofrimento dos justos e da prosperidade dos maus (Sl 73.3). Para estes casos, o coração teve mais do que poderia suportar e os olhos ficaram inchados por causa da gordura (Sl 73.7). Moisés, mesmo fiel, no final da carreira desejou ardentemente entrar na boa terra (Dt 3.25), mas não obteve sucesso diante da soberana vontade de Deus.

Os amigos de Jó apenas reconheciam o principio da retribuição ou a lei do pecado e suas consequências, por isto atribuíram a ele o peso do erro. A situação de Jó nos revela o quanto ainda Deus se preocupa com o homem, seja em que circunstâncias ele estiver (Jó 42.6).

CONCLUSÃO - OBJETIVOS DA LIÇÃO
A prosperidade no Antigo Testamento não era resultado de méritos pessoais, pelo contrário, dependia totalmente da relação homem e Deus. também não pode ser entendida como casual, circunstancial, fruto da lei da causa e efeito. A soberania Divina está acima de todas as circunstâncias.

1) Conceituar: A prosperidade no Antigo Testamento.
• Era muito mais do que o acúmulo de posses, bem estar e saúde;
• Conhecimento, integridade, justiça, entendimento, humildade e paz.

2) Identificar as fontes da prosperidade no Antigo Pacto.
• A prosperidade sempre esteve ligada ao trabalho na Antiga Aliança;
• A prosperidade é um favor divino (soberania de Deus).

3) Compreender: Os princípios veterotestamentários e a prosperidade;
• Lei da Retribuição: a prosperidade é resultado da obediência;
• Soberania Divina: a lei de retribuição não anula a soberania de Deus

REFERÊNCIAS:
BARBOSA, Francisco A. A prosperidade no Antigo Testamento. Disponível em: http://auxilioebd.blogspot.com/2012/01/licao-2-prosperidade-no-antigo.html. Acesso em 05 de jan. 2012.

BARBOSA, José Roberto A. A prosperidade no Antigo Testamento. Disponível em: http://subsidioebd.blogspot.com/2011/12/licao-02.html. Acesso em 02 de jan. 2012.

Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003

Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000

Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Baureri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 2003.

GABY, Wagner. A missão integral da Igreja. Porque o reino de Deus está entre vós. Lições Bíblicas. Faixa Jovens e Adultos. 3º trimestre de 2011. Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 2011

GERMANO, Altair. A prosperidade no Antigo Testamento. Disponível em: http://www.altairgermano.net/2011/12/prosperidade-no-antigo-testamento.html. Acesso em 30 de dez. 2011.

JESUS, Isaias Silva de Jesus. A prosperidade no Antigo Testamento. Disponível em: http://rxisaias.blogspot.com/2012_01_01_archive.html#1607143323725963065. Acesso em 05 de jan. 2012.

LOURENÇO, Luciano de Paula. A prosperidade no Antigo Testamento. Disponível em: http://luloure.blogspot.com/2012/01/aula-02-prosperidade-no-antigo. html. Acesso em 05 de jan. 2012.

Por: Ailton da Silva

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