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quinta-feira, 14 de março de 2013

Mensagem 102: O homem que foi atropelado pela alegria. Pela alegria dos outros

INTRODUÇÃO
Eliseu foi acusado pelo caos instalado em Samaria, diante do cerco sírio (2 Rs 6.24,31), tal como seu mestre Elias fora acusado por Acabe da seca sobre Israel (1 Rs 18.17). Ele entregou uma mensagem de benção para a cidade, mas um capitão desacreditou e zombou, perdendo o direito de usufruir da benção. Mas um outro homem também agiu da mesma forma que este capitão e não foi punido. Porque Deus não puniu o segundo como puniu o primeiro? Ele tem 2 pesos e 2 medidas? O outro estava na sua presença, fazia parte de seu povo, portanto tinha direito a erros, enquanto o outro não? Deus não tem o culpado por inocente, mas será que as vezes Ele considera inocente o culpado? (cf Na 1.3).

1) PALAVRA DE ELISEU E A ZOMBARIA DO CAPITÃO. PROMOÇÃO À VISTA
“Amanhã a este tempo a benção será grande”. Para quem estava pagando 80 barras de prata por uma cabeça de jumento e 5 barras de prata por ¼ de esterco de pomba (2 Rs 6.25), certamente se alegria quando desembolsasse apenas 1 barra de prata por 3½ do melhor trigo e 1 barra de prata por 7 kilos de cevada (2 Rs 7.2 – NTLH).

Se cressem e esperasse em Deus a diferença seria gritante. O melhor trigo seria trocado pelas cabeças de jumento, mas se esperassem até amanhã (Js 3.5), mesmo que a fome fosse naquele dia, Deus não abreviaria o tempo da benção. A única coisa que deveriam fazer era esperar, pois Deus tinha coisas grandes para eles.

a) Reação do capitão
“Eis que se Deus abrisse as janelas do céu, poder-se-ia fazer isto”? Zombaria, cansaço, descrédito ou não queria mudança da situação?

b) Resposta do profeta:
A resposta foi no ato, no mesmo instante, tal como Amós (Am 7.12-17). “Eis que verás com os teus olhos, porém daí não comerás” (2 Rs 7.2), mas porque não usufruiria?
  • Ficaria parado, transformado em estátua de sal (Gn 19.26), enquanto os outros correriam para a benção;
  • Teria seus olhos arrancados, após a visão, a ponto de não poder correr atrás da benção como os demais, tal como Sansão (Jz 16.21), que gostava tanto de ficar apreciando a beleza das filhas dos filisteus (Jz 14.3, p. final). Justamente esta foi a sua primeira perda quando caiu nas mãos do inimigo, a visão;
  • Ou teria seus olhos arrancados tal como os do rei Ezequias, que havia interpretado de forma equivocada uma profecia de Ezequiel (Ez 12.13);
  • Ou morreria atropelado pela alegria do povo diante de mais uma benção recebida da parte de Deus (2 Rs 7.17).
2) A DÚVIDA DE MOISÉS (Nm 11.22)
Moisés estava cansado diante da dureza do coração de Israel, mas ainda se mantinha fiel a sua missão, porém, em um momento de bobeira, ele duvidou que Deus pudesse dar carne suficiente para aquela multidão comer durante um mês inteiro.

Qual foi a diferença deste seu erro para aquele que cometeria dias depois? Em vez de falar à rocha, ele a feriu por duas vezes (Nm 20.11-22), o qual trouxe graves conseqüências para ele, já que por isto perdeu o direito de entrar na terra prometida. Aliás se quer pode questionar a Deus sobre o assunto (Dt 3.23-26).

a) Resposta de Deus para Moisés
Porque Deus também não disse a Moisés, quando ele duvidou da carne, que ele somente veria com os olhos, mas que não comeria, assim como diria ao capitão?

Moisés foi punido, não por duvidar da carne abundante, mas sim por ferir a rocha 2 vezes e tal como o capitão, ele viu com os olhos a benção de Deus (Dt 34.1-5) e ali mesmo morreu, não podendo usufruir da benção com todo aquele povo. Ele sabia muito bem porque havia perdido aquela benção, pois declarou em alto som, para que todos ouvissem “porém o Senhor indignou-se muito contra mim por causa de vós” (Dt 3.26).

CONCLUSÃO
Deus não tem o culpado por inocente, seja ele quem for. O capitão duvidou que Deus pudesse trazer sobre a cidade mantimentos conforme a profecia de Eliseu, da mesma forma que Moisés não acreditou de principio ao ouvir do próprio Deus que mandaria carne para o mês todo. A diferença nos dois episódios é que o segundo quando viu a benção se aproximando tratou logo de se retratar, sabia que havia falado besteira, mas um dia a sua hora chegaria. Ele foi punido por um erro seu

Por: Ailton da Silva - Ano IVPor: Ailton da Silva - Ano IV

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