A TRAJETÓRIA DE ELIAS
A profecia de Elias sobre a seca, que também o atingiria, deu inicio ao combate entre o verdadeiro Deus e Baal. O profeta havia se tornado uma persona non grata em Israel, por isto foi enviado para se refugiar no ribeiro de Querite (I Rs 17.3). Sua mensagem (I Rs 17.1) soou como um desafio a Acabe, forçando-o a sair de cena temporariamente, caso contrário seria morto.
a)
A trajetória de Elias – de Querite à Sarepta:
Em Querite, foi sustentado milagrosamente
e da forma mais improvável (I Rs 17.3-6). Um lugar de sombra e água fresca, mas
não representava o ponto final de sua jornada. Um local propicio para Deus
treinar e trabalhar na vida do profeta.
No entanto, não poderia fixar-se naquele
local, porque não havia a fonte permanente, já que se tratava de um rio
temporário que dependia das águas das chuvas, justamente o que faltava na
época.
Aquela provisão seria temporária, pois o ribeiro
se secaria aos poucos, mesmo assim e também contrariando a lógica humana, o
profeta permaneceu no local e não correu da situação. Quem faz de Querite o seu
ponto final certamente terá problemas, porque esta fonte seca, isto prova.
Elias somente saiu de Querite quando Deus
ordenou que fosse a Sarepta, de Sidom. Para socorrer e sustentar os seus
filhos, Deus usa os meios mais inesperados. “Vai-te daqui, saia de cena.
Procure refúgio, esconderijo". O rei jamais procuraria Elias em Sarepta.
Deus o instruiu a ir para Sarepta (I Rs
17.9), na Fenícia, para ser sustentado por uma pobre viúva, que contemplaria o
Deus de Israel abençoando sua vida.
Como foi difícil se imaginar recebendo algo
daquela pobre viúva, que não conhecia, não sabia nada sobre a sua religião, se
era ou não simpatizante de Jezabel. Como confiar nela?
Será que a notícia de uma possível recompensa
pela prisão de Elias havia se espalhado naquela região? Se tivesse, estava
correndo perigo? Imaginem os vizinhos ou os habitantes da cidade quando vissem
aquele homem rude, certamente o reconheceriam.
A visita do profeta Elias a terra de
Sarepta é emblemática por muitos motivos. Primeiro, a história nos revela o
cuidado de Deus para com os que se dispõem a fazer a sua vontade. Em segundo
lugar o profeta foi enviado para confrontar a apostasia, por isto necessitava
de um lugar seguro para refugiar-se, mas como é difícil imaginarmos que Sarepta[1]
fosse este local.
O episódio revela a soberania de Deus
sobre as nações. Mesmo tratando-se de uma terra pagã, Deus escolheu dentre os
moradores de Sarepta, uma mulher que serviria como instrumento para seu propósito.
Outras pessoas estavam em melhores
condições, mas Deus ordenou uma viúva pobre, humilde, que estava bem pior que o
profeta, que o socorresse, pois tinha plano para abençoar os dois lados.
A pessoa que mais recebeu de Deus foi a
viúva e não Elias, conforme o relatado por Jesus (Lc 4.25-26). Assim como no
caso dos corvos, a ordem para o sustento havia partido do céu, portanto não
tinha como a pobre mulher e o profeta duvidarem ou relutarem (I Rs 17.4, 9).
continua...
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