A SECA: O PRIMEIRO PROBLEMA
Elias, impulsionado pelo Espírito de Deus,
se apresentou ao rei Acabe e declarou que não haveria orvalho e chuva naqueles
anos. Que coragem para entregar o prenúncio do caos que viria sobre a nação,
ainda mais sendo quem era o destinatário principal, o apóstata rei. Como de
costume não rodeou e não passou a mão na cabeça de ninguém.
Israel estava vivendo dias difíceis,
principalmente após o aparecimento repentino de Elias com sua
mensagem sobre o fechamento do céu (I Rs 17.1). A situação espiritual que já
era caótica, desde a divisão do reino, atingiu níveis alarmantes e intoleráveis
naqueles dias.
A idolatria alastrou-se e bezerros de
ouro foram adorados em Dã e Betel. Em Samaria havia um templo dedicado a Baal e
postes-ídolos espalhados por todo o reino.
Os sacerdotes de Baal passaram a dominar
a vida religiosa de Israel e um dito tornou-se popular: “Baal vive e YAHWEH já
não existe mais”.
Neste cenário idolatra surgiu Elias, como
um porta-voz de Deus. Sua primeira missão foi se apresentar ao rei Acabe para
lhe informar sobre a seca iminente e para dizer que o único e verdadeiro
perturbador de Israel era ele próprio e não o profeta (I Rs 18.18).
Segundo Elias, toda aquela situação era resultado
do pecado descontrolado da casa real. O profeta apontou o erro do Reino do
Norte, que teria um custo muito alto.
A longa seca predita pelo profeta Elias
teve seu cumprimento ainda naqueles dias (I Rs 17.1,2; 18.1,2) e foi citada em
o Novo Testamento (Lc 4.25; Tg 5.17).
A seca, um fenômeno climático e
imprevisível, acabou sendo algo previsível e anunciado. Não era um fenômeno
simplesmente meteorológico, mas profético.
Esta foi uma das armas que Jeová se
utilizou para punir um povo desviado. A força da natureza voltou-se contra os
homens rebeldes. Este fato revelou a soberania de Deus, não somente sobre a
história, mas também sobre os fenômenos naturais.
E não haveria água, riqueza, colheita,
prosperidade, alegria, disposição e coragem, pelo menos enquanto estivessem
dobrando seus joelhos a Baal, enganados pela rainha e seus profetas.
O lado bom desta disciplina é que
ficariam livres dos ladrões, que certamente não apareceriam para roubar suas
colheitas, como aconteciam nos áureos tempos dos juízes (Jz 6.3-4).
A crença, na época, era que Baal, o deus
da fertilidade, possuía o controle sobre todos os fenômenos naturais, mas
durante os três anos e meio de seca (Tg 5.17), esta divindade não foi capaz de
enviar sequer uma gotinha de água sobre seus adoradores.
Após a entrega da profecia sobre a seca,
o profeta Elias despareceu de cena, seguindo corretamente as instruções de
Deus, por isto o rei Acabe convocou uma força tarefa para procurá-lo, mas foi
em vão. Nem mesmo os melhores serviços de espionagens poderiam encontrá-lo. Nem
mesmo se o rei tivesse distribuído cartazes de "procura-se[1]",
vivo, morto ou arrebatado.
continua...
[1] Elias
estava sendo procurado naquele tempo, vivo ou morto. Hoje ele está sendo
procurado também, vivo, morto, pois foi arrebatado.
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