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quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Plano de aula (Lição 3) - A inerrância da Bíblia


INTRODUÇÃO

Por várias vezes o comentarista frisou: “A nossa declaração de fé”, portanto fazem parte deste seleto grupo os que creem na inerrância e infalibilidade da Bíblia. 

“Nossa ortodoxia professa e ensina que a Bíblia é a inspirada Palavra de Deus, inerrante e infalível com plena autoridade naquilo que diz e ensina”. (Baptista, 2021) 

Obra de Flávio Josefo não é para ler, é para pesquisar, enquanto que a Bíblia não é para pesquisar, é para ler e meditar.

 

I – O QUE É A INERRÂNCIA DA BÍBLIA

1. O conceito de inerrância bíblica

A Bíblia não tem erros. Não foi DITADA por Deus. Foi INSPIRADA. Ditado é muito cansativo, repetitivo e neste caso Deus não ficava repetindo sua Palavra para os escritores. Uma única vez era suficiente (cfe Ap 1.11 – “o que vês escreve”. Não creio em um homem dizendo para Deus: “dá para o Senhor repetir a última parte ou mostrar de novo, eu não entendi”. 

“Se for admitida a existência de algum erro nas Sagradas Escrituras, estaremos alijando a veracidade divina, fazendo a certeza desaparecer” (Baptista, 2021) 

Além do mais se for encontrado um erro, poderão aparecer outros milhares. “Porteira que passa boi, passa boiada”. E com a Palavra de Deus não seria este o caso. 

A Bíblia é isenta de erros em todos os assuntos por ela apresentada, tais como os aspectos doutrinários, espirituais, éticos, morais, históricos, culturais, científicos, etc.

 

2. A Bíblia reivindica a sua inerrância

Pv 30.5 – “Toda Palavra de Deus é pura; Ele é escudo para os que nEle confiam”. Palavra pura, provada, justamente porque Deus é o fundamento. Algumas passagens que comprovam a inexistência de erros na Bíblia:

  • Gn 42.13 – “Eles disseram: Nós, teus servos, somos doze irmãos (VERDADE), filhos de um homem na terra de Canaã (VERDADE); o mais novo está hoje com nosso pai (VERDADE), outro já não existe (MENTIRA)”. A Bíblia apresenta histórias de homens que mentiram, mas que na ficaram impunes e que viram seus atos serem revelados. Se nesta passagem José tivesse concordado com os irmãos, ai poderíamos apontar erros na Bíblia;
  • Dt 3.23-26 – “Também eu, nesse tempo, implorei graça ao Senhor , dizendo: Ó Senhor Deus! Passaste a mostrar ao teu servo a tua grandeza e a tua poderosa mão; porque que deus há, nos céus ou na terra, que possa fazer segundo as tuas obras, segundo os teus poderosos feitos? Rogo-te que me deixes passar, para que eu veja esta boa terra que está dalém do Jordão, esta boa região montanhosa e o Líbano. Porém o Senhor indignou-se muito contra mim, por vossa causa, e não me ouviu; antes, me disse: Basta! Não me fales mais nisto”. Moisés foi claro em apontar a causa do não de Deus, “por vossa causa”, e todos sabemos que este foi o motivo que tirou de Moisés o direito de entrar na Terra Prometida, portanto a Bíblia reivindica a sua inerrância;
  • Ez 12 – “E o príncipe que está no meio deles levará aos ombros as mobílias, e às escuras sairá; farão uma abertura na parede para as tirarem por ela; o seu rosto cobrirá, para que com os seus olhos não veja a terra. Também estenderei a minha rede sobre ele, e será apanhado no meu laço; e o levarei à babilônia, à terra dos caldeus, e contudo não a verá, ainda que ali morrerá”. O Profeta Ezequiel já estava no exílio (Ez 1.1), junto ao rio Quebar, portanto a sua profecia poderia ser interpretada de forma equivocada, pois como poderia estar alertando o povo de algo que já havia acontecido? A resposta é simples, tanto a ida (Jr 52.28-30) quanto o retorno (com Esdras, Zorobabel e Neemias) da Babilônia se deu em três etapas. Nabucodonosor levou os intelectuais, os inteligentes, a nata, os que pudessem produzir em suas terras, na verdade não queria preguiçosos ou “encostados”. Em uma destas levas estava Ezequiel, que se preparava para o sacerdócio, mas que viu seu sonho ser interrompido, melhor para ele, pois o serviço levítico já estava falido, corrompido. De um possível sacerdote em Jerusalém se tornou um profeta no exílio. Sua profecia dizia respeito a última deportação (Jr 52.9-11). 

Isto prova que a Palavra de Deus foi também provada no fogo, colocada à prova, como os mais nobres dos metais. Ao final desta operação a Palavra se revelou fiel, eficaz, tal como prometido foi a respeito dela (Sl 18.30). 

Vejamos este clássico: 

“E disse-lhe Saul: De quem és filho, jovem? E disse Davi: “Filho de teu servo Jessé, belemita”. (I Sm 17.58) 

Davi respondeu a questão do rei Saul e não estendeu muito a conversa. Foi simples e direto. Sou filho de Jesse, o belemita e ponto final. Qualquer um de nós se estivéssemos na pele dele teríamos continuado. Fatalmente diríamos: “Sou fulano, filho de beltrano, o novo rei, o seu sucessor, o que tomará o seu lugar e fará um trabalho melhor que o seu, porque ando segundo o coração de Deus”. É melhorar paramos no ponto final. 

“...as Escrituras não podem ser anuladas, nem se pode introduzir nada a elas, nem se pode encontrar falhas nela” (Baptista, 2021)

 

3. A infalibilidade e inerrância da Bíblia

O plano da salvação é outro fator que pode atestar a infalibilidade da Bíblia, pois em nenhum momento da história da humanidade, este plano apresentou falhas, erros ou necessitou de alterações.

 

II – O ESPIRITO SANTO PRESERVOU AS ESCRITURAS

1. Os manuscritos autográfos

Foram obras das mãos do próprio autor, que ficaram sujeitas às ações do tempo, não sobrevivendo, no entanto, o Espirito Santo se encarregou de preservar a ideia original inspirada por Deus através das cópias, que se mantiveram fiéis aos originais. Sem esta ação do Espirito Santo a Bíblia não poderia ser considerada fonte de inspiração e autoridade Divina.

 

2. Os manuscritos apógrafos

Estas cópias, que se mantiveram fiéis, graças a ação do Espírito Santo, são chamadas de manuscritos apógrafos. Muitas delas foram obras dos escribas judeus que mantiveram uma precisão impressionante, no que diz respeito aos materiais usados e também na contagem de linhas e colunas nos escritos, justamente para impedir futuros acréscimos, retiradas ou alterações de textos. Isso jamais viria do homem, veio do céu. 

Isto prova que a inspiração Divina ocorreu na primeira redação dos textos sagrados, já na preservação através das copias, ocorreu a ação do Espirito Santo de Deus para que esta inspiração fosse mantida.

 

3. Os apócrifos e pseudoepígrafados

Os livros apócrifos são aceitos pelos católicos romanos e rejeitados pelos judeus e protestantes. Apócrifo, do grego apocrypha, que significa "oculto" ou "difícil de entender. São escritos judaicos não-canônicos originários do período intertestamentário. Os livros apócrifos são: Tobias, Judite, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico, Baruque, I e II Macabeus e há alguns trechos apócrifos acrescidos nos livros de Ester (capítulo 10,4-16,24), Daniel (capítulo 3.24-90 e a inclusão dos capítulos 13 e 14). 

Existem nestes livros muitos falsos ensinos e contradições, tipo justificação pelas obras (Ecl. 3.33; Tob. 4.7-11), mediação dos Santos (Tob. 12.12), oração pelos mortos (II Macabeus 12.44-46) e superstições diversas (Tb 6.7-19). A relação dos apócrifos que não foram reconhecidos é extensa e inclui outros livros além dos já citados:

  • Evangelho de Tomé; dos ebionitas; de Pedro; de Tiago; dos egípcios;
  • Evangelho arábico da infância; Evangelho de Nicodemos;
  • Evangelho do carpinteiro José; a história do carpinteiro José;
  • O passamento de Maria; O Evangelho da natividade de Maria;
  • Evangelho de um Pseudo-Mateus; Evangelho dos doze;
  • Os Atos de Pedro; de João; de André; de Tome; de Paulo; de Matias; de Filipe e de Tadeu;
  • A Carta perdida aos Coríntios; As seis Cartas de Paulo a Sêneca; A Carta de Paulo aos laodicenses;
  • Apocalipse de Pedro; Paulo; Tome; Estêvão; Tiago; Messos; Dositeu.

 

III – A VERDADE NAS ESCRITURAS

1. A Bíblia é a verdade plena

Nas Escrituras corresponde à realidade exata dos fatos em concordância com o pensamento de Deus, que é a verdade (Jo 14.6; Rm 3.4) e a sua Palavra também é a verdade (Jo 17.17) – O escritor aos Hebreus declara que é “ impossível que Deus minta ” (Hb 6.18). 

“...ainda que o FRUTO DA OLIVEIRA minta” Hc 3.17 (impossível o FRUTO da oliveira mentir)

 

2. A verdade espiritual e moral.

Nossa Declaração de Fé afirma que a Bíblia nos revela o conhecimento completo de Deus, não sendo necessário nenhum a nova revelação para a nossa salvação.

 

Segundo pastor Antônio Gilberto, Deus requer do homem tudo o que o homem precisa saber, mas queremos mais, desejamos descobrir todos os segredos. Um dos mais cativantes é o da vida, quando ela surge? Quando nos tornarmos almas viventes? Quando a alma é inserida no corpo do bebê no ventre? O que nos foi revelado na Palavra, em todos os aspectos nos conforta e nos prepara para esta vida, e para a futura.

 

3. A verdade histórica e científica.

A própria história secular comprova a veracidade de muitas profecias através justamente dos fatos históricos que se seguiram. Um dos mais importantes é o caso do governante Nabucodonosor que teve seu reinado iniciado em 604 a.C. e se tornou um dos principais soberanos de sua época.


Conquistou boa parte da Ásia e do Oriente Médio, inclusive Jerusalém, levando cativo os judeus para Babilônia em 606, 597 e 586 a.C., respectivamente. O profeta Daniel esteve frente a este desesperado governante que havia recebido uma das mais importantes revelações acerca do futuro da humanidade através de um sonho, interpretação confirmada depois em visão (Dn 7.1-7).

a) Cabeça de ouro – primeiro animal (Leão)

  • A cabeça de ouro simbolizava o poderoso império Babilônico, que passaria e daria lugar a outro (Atual território do Iraque);

 

b) Peito e braço de prata – segundo animal (Urso)

  • O peito e braços de prata representava o império Medo-Persa, que se levantaria após a Babilônia, através das conquistas do grande Imperador Ciro em 539 a.C. (atual território do Irã).

 

c) Ventre e coxas de bronze – terceiro animal (Leopardo)

  • Duzentos anos mais tarde, o imperador Alexandre, o Grande comandando o império grego derrotou o império Medo-Persa e se estabeleceu como potência mundial (cultura grega, helenização).

 

d) Pernas de ferro – quarto animal (Animal espantoso)

  • Em 168 a.C., o império grego sucumbiu diante da força de Roma, o mais extenso e poderoso império que já existiu (dominação pela força).

 

e) Pés em parte de ferro e em parte de barro

  • Isto não simbolizava o surgimento de um novo império, mas sim identificava a divisão do império romano em dez reinos, por volta de 476 d.C., conforme numeração dos dedos dos pés da estátua de Nabucodonosor.

 

CONCLUSÃO - Poema

“Bíblia, a Palavra que aos homens foi dada

Mas por eles foi rejeitada

Somente porque está escrita no papel

Mas o que diriam se estivesse escrita no céu“

 

REFERÊNCIAS

A preservação do texto bíblico. disponível em; https://biblia.sbb.org.br/a-preservacao-do-texto-biblico.. Acesso em 12/01/2022 

Baptista, Douglas. A supremacia das Escrituras. A Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de Deus. Casa Publicadora das Assembleia de Deus. Rio de Janeiro, 2021 

Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003. 

Bíblia de Estudo Temas em Concordância. Nova Versão Internacional (NVI). Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2008. 

Bíblia Sagrada. Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000. 

Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro. Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2003. 

Por: Ailton da Silva - 12 anos (Ide por todo mundo)

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