II – A PREGAÇÃO,
ORATÓRIA E O PREGADOR
1) A PREGAÇÃO
Pregação é o ato de pregar a palavra de Deus. Pregador (aquele que prega) vem do latim, “prae” e “dicare” anunciar, publicar. Apalavra grega correspondente a pregador é “Keryx”, arauto, isto é, aquele que tem uma mensagem (Kerygma) do reino de Deus, uma boa notícia, uma boa-nova, Evangelho, “Evangelion”.
Proclamar o Evangelho é trazer as Boas Novas da Salvação, é apresentar ao público Jesus Cristo, seus ensinamentos e seu propósito. Na realidade, proclamar a Palavra de Deus significa muito mais do que simplesmente ler a Bíblia e atribuir uma lição prática à passagem lida. A pregação bíblica envolve a cuidadosa remoção do texto de seu engaste original, transferindo-o para a situação atual da Igreja. Para efetuá-lo, o ministro precisa compreender não somente as Escrituras, mas também a sua congregação, o mundo dos tempos bíblicos e a sua Igreja, bem como as semelhanças e diferenças entre ambos esses mundos.
O sermão serve de ponte entre o passado, presente e não constitui em simples comentário. Não se deve confundir a pregação bíblica com exegese gramatical, histórica ou teológica. A pregação precisa ser centralizada na Bíblia e não em problema pessoal ou questão contemporânea.
2) ORATÓRIA
A
monotonia na pregação é uma falta grave, principalmente porque existem muitas
maneiras de se variar a comunicação da mensagem. Os meios de comunicação
(multimídia) estão se aprimorando na variedade de comunicar. Todos sabem que um
comercial, filme, novela ou programa esportivo monótono não conquista
audiência.
"A voz carrega consigo toda a história do
homem e da humanidade".
A
má comunicação começa com uma voz irritante, fraca, estridente, aguda ou grave demais.
Assim como as boas vozes produzem convicção, as vozes defeituosas geram dúvidas
e rejeição. Prega mal quem não tem capacidade de encarar os seus ouvintes e
olha para tudo, menos para as pessoas e estas desejam uma perfeita comunicação
com o pregador. A comunicação do pregador deve ser com pessoas, não com
galerias imaginárias, corredores, paredes, ventiladores, planos ou qualquer
outro objeto no santuário. Ignorar a arte da boa comunicação é condenar-se a si
mesmo como pregador. É pregar uma mensagem que não pulsa com o vigor da realidade.
Há pregadores que em nome do conteúdo pecam na comunicação.
3) REQUISITOS PARA UMA BOA ORATÓRIA
- Influência Pessoal, dicção, timbre (inflexão, correto uso da voz);
- Gesticulação (oportuna e efetiva);
- Correção Gramatical;
- Expressividade, persuasão e comunicação.
4) CARACTERÍSTICAS DE
UM PREGADOR
A palavra de Deus afirma que a fé vem pela pregação da palavra (Rm 10.17), entretanto, a falta de preparo adequado do pregador, falta de unidade corporal no sermão, falta de vivência real do pregador na fé cristã, falta de aplicação prática às necessidades existentes na Igreja, falta de equilíbrio na seleção de textos bíblicos e a falta de um bom planejamento ministerial trazem dificuldades na proclamação da palavra.
5) ÉTICA NO PÚLPITO – “A PRIMEIRA IMPRESSÃO É A QUE FICA”.
O
pregador, independente da hora chega, sempre será observado dos pés a cabeça,
por isso esteja de acordo com o local e a ocasião, sobretudo as mulheres. Nos
homens o uso do “terno e gravata” é adequado a quase todos os locais e
ocasiões. Observe como são os membros da Igreja que visita? Quais são as
características da denominação? Qual é o horário de início e término do culto?
Em que bairro se localiza? Observe com atenção estes aspectos errados que devem
ser considerados pelo pregador:
- Não faça uma segunda ou uma auto apresentação;
- Não mantenha a mão no bolso ou na cintura o tempo todo;
- Procure não molhar o dedo na língua para virar as páginas da Bíblia;
- Evite limpar as narinas, cocar-se, exibir lenços sujos, arrumar o cabelo ou a roupa e não use roupas extravagantes;
- Evite apertar a mão de todos (basta um leve aceno);
- Não faça gestos impróprios;
- Não use esboços de outros pregadores, principalmente sem fonte;
- Evite contar gracejos, anedotas ou usar vocabulário vulgar, evite pedir desculpas;
- Evite chegar atrasado. Seja verdadeiro, atrativo, sincero e não copie outros pregadores;
- Pregue com naturalidade, originalidade e simplicidade;
- Seja espontâneo, dinâmico e utilize recursos áudio visuais.
6) O PREGADOR NÃO
PRECISA APARECER
Quando
convidado para pregar em outras Igrejas, o pregador deve considerar as normas
doutrinárias, litúrgicas e teológicas da Igreja:
- Evite abordar questões teológicas muito complexas;
- Não peça que a congregação faça algo que não esteja de acordo com os preceitos;
- Procure estar dentro dos padrões da denominação;
- Procure dar conotações evangelísticas à mensagem;
- Respeite o horário (mesmo que seja pouco tempo);
- Converse sempre com o Pastor antes do início do culto.
continua...
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