Casamento arranjado, político, na verdade foi a
porta para que apresentasse e espalhasse a idolatria em Israel (I Rs 16.29-31).
Calculista, má, vingativa, possessiva, faltariam adjetivos a ela, mas Josefo a
descreveu perfeitamente:
"Jamais mulher alguma foi mais ousada e
insolente. Tão horrível era a sua impiedade que ela não se envergonhou de
edificar um templo a Baal, deus dos tírios, de plantar madeiras de todas as
espécies e de estabelecer falsos profetas para prestar um culto sacrílego a
essa falsa divindade. Como Acabe sobrepujava a todos os seus predecessores em
maldade, ele tinha prazer em manter sempre essa espécie de gente junto de si.
JOSEFO (Livro oitavo, capítulo 7)
Atormentou a mente do profeta Elias (I Rs
19.1), após o episódio do Monte Carmelo, pois não admitiu a morte de seus
profetas, certamente eram seus auxiliares para disseminarem a bestialidade em
Israel.
“Quando Jezabel soube dos prodígios que Elias
havia realizado e da morte de seus profetas, mandou dizer-lhe que o trataria do
modo como ele os havia tratado. Tais ameaças atemorizaram-no, e ele fugiu para
a cidade de Berseba, que está na extremidade do território da tribo de judá e
confina com a Iduméia. Lá deixou o seu servo e penetrou sozinho no deserto. Ele
pediu a Deus que o retirasse deste mundo e adormeceu em seguida, debaixo de uma
árvore”. JOSEFO (Livro oitavo, capítulo 7).
Ela garantiu que daria ao rei o que ele tanto
desejava (I Rs 21.7b), justamente o que não havia sido capaz de conseguir pela
sua autoridade. Planejou minuciosamente a exaltação e morte de Nabote (I Rs
21.9-10). Ela fez tudo isto, pois não resistiu a figura triste do rei, por não
ter conseguido concretizar a compra das terras que tanto desejava anexar ao seu
“quintal”. Mostrou a Acabe como era fácil resolver os problemas com o uso da
autoridade.
“Essa recusa ofendeu de tal modo a Acabe que
ele não quis mais comer nem tomar banho. Jezabel perguntou-lhe a causa daquilo,
e ele contou que Nabote, por uma estranha grosseria, lhe recusara
obstinadamente vender ou trocar a sua vinha, embora ele se tivesse humilhado e
lhe rogado em termos indignos da majestade de um rei”.
“A altiva princesa respondeu que aquilo não era
motivo pelo qual se devesse afligir, a ponto de esquecer até o cuidado com a
própria pessoa, e que se tranqüilizasse e confiasse nela, sem se preocupar
mais: ela tomaria providências, e a insolência de Nabote seria castigada.
Imediatamente mandou escrever em nome do rei aos principais oficiais da
província, para que decretassem um jejum, e, quando o povo estivesse reunido,
dessem o primeiro lugar a Nabote, pela nobreza de sua descendência, mas em
seguida fizessem ele ser acusado por três homens, que o rei lhes mandaria, de
ter blasfemado contra Deus e contra o rei. Desse modo, ele seria então
eliminado. Tudo foi executado, e Nabote foi apedrejado e morto pelo povo.
Jezabel de imediato mandou dizer ao rei que ele poderia tomar posse da vinha de
Nabote quando quisesse, sem que isso lhe custasse coisa alguma. Ele ficou tão
contente que se levantou da cama e para lá se dirigiu no mesmo instante”. JOSEFO
(Livro oitavo, capítulo 7).
Mas assim
como qualquer mortal, ela teve o seu fim, primeiramente profetizado por Elias
(I Rs 21.23), que não temia mais suas ameaças, tanto que se apresentou
pessoalmente para entregar a mensagem de Deus. Tudo o que fora falado pelo
profeta se cumpriu à risca (II Rs 19.33-37).
Será que a
igreja em Tiatira teria o mesmo fim da vinha da Nabote caso não fosse avisada
por Jesus? Quem sabe ela não instalaria naquelas terras uma escola para formar
novos profetas a Baal, já que a perda foi grandiosa.
REFERÊNCIAS:
Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003
Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP).
Sociedade Bíblica do Brasil, 2000
Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Baureri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil,
Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 2003
JOSEFO, Flávio.
História dos Hebreus. De Abraão a queda de Jerusalém. 8ª Ed. Traduzido por
Vicente Pedroso. Rio de Janeiro. CPAD, 2004
Por: Ailton da Silva
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