ROMA INCENDIADA
Uma noite no mês de julho, no ano acima citado,
os habitantes de Roma foram despertados do sono pelo grito de "Fogo!"
Esta terrível palavra fez-se ouvir simultaneamente em diversas partes da
cidade, e dentro de poucas horas a majestosa capital ficou envolvida em chamas. A grande arena
situada entre os montes Palatino e Aventino, onde cabiam 150.000 pessoas, em
pouco tempo estava ardendo, assim como a maior parte dos edifícios públicos, os
monumentos, e casas particulares.
O fogo continuou por espaço de nove dias, e
Nero, por cujas ordens se tinha praticado este ato tão monstruoso, presenciou a
cena da torre de Mecenas, onde manifestou o prazer que teve em ver a beleza do
espetáculo, e, vestido como um ator, acompanhando-se com a música da sua lira,
cantou o incêndio da antiga Tróia!
O grande ódio que lhe votaram em conseqüência
deste ato, envergonhou-o e tornou-o receoso; e com a atividade que lhe deu a
sua consciência desassossegada, logo achou o meio de se livrar dessa situação.
O rápido desenvolvimento do cristianismo já tinha levantado muitos inimigos
contra essa nova doutrina. Muita gente havia em Roma que estava interessada na
sua supressão - por isso não podia haver nada mais oportuno, e ao mesmo tempo
mais simples para Nero, do que lançar a culpa do crime sobre os inofensivos
cristãos.
CRUÉIS TORMENTOS DOS CRENTES
Não se sabe quantos sofreram por essa ocasião,
mas de certo foram muitos, e eram-lhes aplicadas todas as torturas que um
espírito engenhoso e cruel podia imaginar, para satisfazer os depravados gostos
do imperador.
"Alguns foram vestidos com peles de
animais ferozes, e perseguidos pelos cães até serem mortos, outros foram
crucificados; outros envolvidos em panos alcatroados, e depois incendiados ao
pôr do sol, para que pudessem servir de luzes para iluminar a cidade durante a
noite. Nero cedia os seus próprios jardins para essas execuções e apresentava,
ao mesmo tempo, alguns jogos de circo, presenciando toda a cena vestido de
carreiro, indo umas vezes a pé no meio da multidão, outras vendo o espetáculo
do seu carro".
MORTE DE NERO
O miserável Nero morreu às suas próprias mãos,
no ano 63, cheio de remorsos e de medo; depois da sua morte a igreja teve descanso
por espaço de trinta anos.
Texto extraído do livro: História do cristianismo. A. E. Knight e W.
Anglin.
Por: Ailton da Silva
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