1)
FAMÍLIA
Os hebreus mantinham costumes,
tradições e procuravam preservar a identidade nacional. A família era
considerada a mais importante instituição.
2)
NOIVADO
Entre os hebreus o noivado era um
compromisso sério, que criava um vinculo tal como o casamento e somente a morte
poderia dissolver. Poderia durar de um mês a sete anos. O relacionamento sexual
somente ocorria após as núpcias. Nesse período a noiva continuava na casa do
pai. O casamento era realizado quando o noivo acabava a construção da casa.
3)
CONTRATO DE CASAMENTO, NÚPCIAS, CASAMENTO E LEVIRATO
O contrato de casamento era acertado
pelo pai do noivo, pelo irmão mais velho ou por um parente mais próximo.
Excepcionalmente era acertado pela mãe ou amigo da família. Os dotes eram pagos
pelo noivo, que oscilava entre 30 e 50 siclos de prata, como uma recompensa ao
pai pela perda da filha. O casamento entre irmãos era proibido pela Lei de
Moisés.
As nupciais eram celebrações que variavam entre sete dias ou mais, dependendo do poder aquisitivo dos noivos. Com seus amigos, o noivo se dirigia a casa da noiva, que estava esperando com as vestes nupciais e com o rosto coberto por véu.
A poligamia era aceitável, porém com algumas restrições previstas na lei mosaica, tipo: as mulheres não poderiam ser irmãs, ou mãe e filhas e o marido não poderia se relacionar com as esposas ao mesmo tempo. Em relação ao casamento misto, essa prática era abominada (Dt 7.1-4).
Havia também a prática do levirato, uma permissão para a viúva se casar com o irmão do falecido, caso não tivessem filhos. Isso dava segurança a ela e manteria a memória do marido e a herança na família (Dt 25.5,6).
4)
DIVÓRCIO
O divórcio era permitido na Lei
Mosaica devido ao coração duro dos israelitas. Com essa permissão muitos se
aproveitaram para romper o matrimônio por quaisquer motivos. Alguns repudiavam
a esposa por não achá-la graciosa. Deus não aprovava esse comportamento, apenas
tolerava. O rompimento era oficializado pela carta de divorcio (Dt 24.3-4).
5)
ESTERILIDADE
Um costume da região, trazido das
primeiras civilizações, permitia que a esposa estéril oferecesse servas para
que seu marido não ficasse sem herdeiros. Esse filho poderia ser adotado pela
esposa principal (Gn 16.1-4; 30.1-13), no entanto, caso a principal viesse a
ter filho, poderia transferir os direitos do filho da serva para o seu (Gn
21.8-10), tal como fez Sara.
6)
FILHOS
Os filhos são herança do Senhor (SI
127.3-5) e os israelitas cultivavam esse pensamento. As filhas eram
consideradas mão de obra por seus pais, por isso na ocasião do casamento era
oferecido dote para compensar a perda.
7)
CIRCUNCISÃO
A
circuncisão era, para os judeus, um dos mais importantes itens da Lei. Era o
sinal e selo da aliança que Deus fez com Israel, através da vida de Abraão. Era
um rito religioso com caráter moral e espiritual, consistindo em um sinal
físico de que a pessoa pertencia ao povo com o qual Deus fez um pacto. Era
também um sinal de obediência a Deus (Gn 17.11; At 7.8).
8) HERANÇA
A primogenitura era respeitadíssima
em Israel e garantia ao filho mais velho a porção dobrada dos bens. As filhas
recebiam a herança paterna somente na falta de irmãos. As que não recebiam eram
sustentadas pelos irmãos que se encarregavam, inclusive, de seu casamento. Na
falta de filhos, a herança poderia ser destinada aos servos, caso o senhor
assim desejasse. Esse costume da região, trazido de povos antigos, era a maior
preocupação de Abraão, pois ainda não havia sido abençoado com filhos (Gn
15.2-3).
Outro fator determinante para as questões sobre herança era a posse de ídolos domésticos que passavam de geração a geração, ou seja, o filho a quem fosse confiado a posse e guarda desses ídolos seria constituído herdeiro de todos os bens. Raquel roubou os ídolos de seu pai ao retornar com Jacó para Canaã, pois não sabia o que encontraria pela frente e imaginou ser aquela uma segurança para seu futuro (Gn 31.22-37).
9) O PAPEL DA MULHER NA SOCIEDADE
As mulheres eram submissas ao
marido, que por sua vez as honravam. As mulheres se preocupavam com afazeres
domésticos, mas algumas ocuparam lugar de destaque e foram honradas, entre
elas: Sara, Rebeca, Raquel, Rute, Hulda, Débora, Ester.
10)
SAUDAÇÕES
Os hebreus se saudavam inclinando o
corpo para frente, com a mão direita sobre o lado esquerdo do peito. Esse tipo
de saudação é considerada muito prolongada pelos ocidentais. Talvez por isso
que Jesus orientou aos seus discípulos para que não saudassem pelo caminho (Lc
10.4). Costumavam se inclinar até o chão quando saudavam magistrados ou pessoas
importantes.
11)
SEPULTAMENTO E LUTO
Com a constatação do óbito, o corpo
era lavado e enrolado em lençóis perfumados, para amenizar a rápida
decomposição, devido ao clima quente. As carpideiras iam à frente, logo após o
defunto e depois os parentes e amigos do falecido. Os túmulos dos pobres eram
cavados no chão, enquanto que os ricos tinham seus túmulos escavados nas rochas.
O sepultamento era feito no mesmo dia. O luto durava sete dias.
12)
MORADIAS
- Tendas: eram feitas em pele de cabras;
- Cabanas: feitas com estacas e cobertas com folhagens;
- Casas: feitas de pedra, tijolos e de madeira. Geralmente pequenas e de apenas um cômodo. As casas dos ricos possuíam vários cômodos;
- Torre de vigia: construídas para proteger lavouras, feitas de madeira provisoriamente e depois de pedra para servirem de moradia;
- Palácio: residência dos reis. O de Salomão foi o mais imponente.
13)
MOBÍLIAS
As mobílias dos hebreus eram poucas,
apenas leito e uma mesa baixa, raramente usavam cadeiras. Os ricos possuíam
mobílias sofisticadas.
14)
ALIMENTAÇÃO
Os hebreus se alimentavam de pão,
azeite, vinho, legumes, frutas, leite, mel, farinha e carne, que em festas eram
largamente consumidas. O peixe era mais consumido no litoral e nas imediações
de rios e do mar da Galiléia.
15)
INDUMENTÁRIA
Vestuário masculino: Os homens usavam túnica, capa de
algodão, cinto de couro e turbante. O bastão e o anel-sinete eram usados como
ornamentos. Os sacerdotes e sumo sacerdotes usam vestes que tipificavam a
glória e a santidade divina;
As túnicas das mulheres eram mais ornamentadas.
Costumavam cobrir o rosto quando apareciam em público. Usavam pulseiras, anéis,
pendentes e diademas, algumas se pintavam. As mulheres hebreias costumavam ser
elogiadas pela modéstia e simplicidade.
16)
GRUPOS IDEOLÓGICOS
- Saduceus: grupo econômico e político, formado pelos sacerdotes. Eram materialistas e não acreditavam na ressurreição;
- Fariseus: opositores ferrenhos do Cristianismo, fanáticos e hipócritas;
- Herodianos: defensores da dominação romana na Palestina;
- Zelotes: contrários aos romanos e defensores da soberania de Deus;
- Essênios: grupo asceta, apocalíptico e messiânico, praticamente foram dizimados por volta do ano 68 d.C.;
- Publicanos: eram os coletores de tributos e taxas destinados ao Império Romano, por isso eram odiados pelos judeus.
17)
O SINÉDRIO
O
Sinédrio se constituía na suprema instância jurídica dos judeus. Era formado
por 71 membros, constituídos entre o sumo-sacerdotes em exercício que era o
presidente, representantes da classe rica, conhecidos como anciãos e os
doutores da Lei ou escribas.
18)
RELIGIÃO
O judaísmo, primeira religião
monoteísta da história e fundamentada no Pentateuco e na Torá e regia toda a
vida social e religiosa dos hebreus.
19)
FESTAS E DIAS SOLENES
As festas e dias solenes
representavam fatos históricos importantes da existência dos hebreus e todos
apontavam para eventos significativos:
- Páscoa: celebrada em 14 de Nisã (entre Março e Abril). Apontava para a libertação dos hebreus no Egito. Comiam um cordeiro com ervas amargas e pães sem fermento (Ex 12.1-14; Lv 23.5; Jo 2.13);
- Festa dos Pães Asmos: celebrada entre 15 e 21 de Nisã (entre Março e Abril), para lembrar aos hebreus que foram tirados às pressas do Egito. Comiam pães sem fermentos (Ex 12.15-20; 13.3-10; Lv 23.6-8; Mc 14.1,12);
- Festa das Primícias ou Primeira Colheita: celebrada em 16 de Nisã (entre Março e Abril). Para que os hebreus reconhecessem a benignidade de Deus em suas colheitas. Os primeiros frutos das colheitas eram ofertados (Lv 23.9-14);
- Festa das Semanas ou Pentecostes: celebrada em 6 de Sivã (entre Maio e Junho), para demonstrar alegria e gratidão a Deus pela colheita obtida. Acontecia cinquenta dias após a oferta das primícias e celebrava a colheita do trigo (Ex 23.16; Lv 23.15-21; At 2.1);
- Festa das Trombetas (Rosh Hashaná ou Ano Novo): celebrado em 1 de Tisri (entre Setembro e Outubro), para comemorar o início do ano civil. Era um dia de descanso e de fazer ofertas, onde as trombetas e os chifres eram tocados o dia inteiro (Lv 23.23-25; Nm 29.1-6);
- Dia da Expiação (Yom Kippur): celebrado em 10 de Tisri (entre Setembro e Outubro) e tinha o propósito de oferecer sacrifícios pelos pecados dos sacerdotes, do povo e para purificar o santuário, um dia de descanso e jejum (Lv 16.1-34; Hb 9.7);
- Festa dos Tabernáculos ou Cabanas: celebrado entre 15 e 21 de Tisri (entre Setembro e Outubro), para lembrar a peregrinação de Israel no deserto. Semana de festa pela colheita e neste período habitavam em cabanas e ofereciam sacrifícios (Lv 23.33-36,39-43; Jo 7.2,37);
- Santa convocação: celebrado em 22 de Tisri (entre Setembro e Outubro), para comemorar o encerramento do ciclo de festividades. Um dia de descanso e oferta de sacrifícios (Lv 23.36; Nm 29.35-38);
- Festa de Purim: celebrada em 14 e 15 de Adar (entre Fevereiro e Março), para comemorar a libertação dos judeus no Tempo de Ester. Liam o livro de Ester (Et 9.18-32);
- Sábado: dia de descanso (Ex 20.8-11; Lv 23.3; Mt 12.1-14);
- Ano de Descanso ou Ano Sabático: celebrado a cada sete anos com o propósito de dar descanso para a terra, que nesse período não eram cultivadas (Ex 23.10-11; Lv 25.1-22; Dt 15.1-18);
- Ano do Jubileu: celebrado a cada cinquenta anos com o propósito de ajudar os pobres e preservar a ordem social. Ocorria a libertação dos escravos e a devolução das terras aos donos originais (Lv 25.8-11; 27.17-24; Nm 36.4).
Fonte: Apostila Curso Básico de Teologia do SETEM – Seminário
Teológico Manancial. Elaboração: Pb. Ailton da Silva
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