Isaque estava indo para auxiliar o pai na
administração do sacrifício e para ajudá-lo a provar sua fé e fidelidade a
Deus.
Ao chegarem ao local do sacrifício,
Abraão deixou seus servos e jumento[1],
pois seria desnecessário aquele animal de carga. A lenha não era tão pesada
assim e poderiam carregar.
O suposto e imperfeito cordeiro para o
sacrifício estava caminhando com os próprios pés, enquanto que o Verdadeiro,
Digno, Perfeito e Único Cordeiro que poderia ser sacrificado, já estava lá em
cima do monte esperando há muito tempo.
O pai subiu triste, o filho subiu
confiante e carregando a madeira para o próprio[2] sacrifício. Que peso, que
responsabilidade caiu sobre os ombros daquele jovem. Como o pai via aquela
cena? O que imaginava ou o que filme passava rapidamente em sua mente?
Havia chegado o momento de todos os
sonhos de Abraão caírem por terra. Se o filho fosse morto, fatalmente seus
planos quanto à sua descendência não seriam cumpridos, uma vez que não teria
mais filhos para a continuidade.
Diante do altar ergueu o cutelo, mas
neste instante ouviu a voz do anjo do Senhor dizendo que não finalizasse o
sacrifício, pois já havia provado que realmente temia a Deus.
Abraão subiu chorando e desceu sorrindo
abraçado ao filho pelo livramento recebido. Subiu e desceu sempre com a
promessa ao lado. Em nenhum momento perdeu o foco.
Sequer teve o trabalho de ordenar que
seus moços fossem atrás de algum cordeiro para completar o sacrifício. Simplesmente
virou-se[3] e
viu um cordeiro enroscado entre o mato. Isto prova que Deus sempre está à
retaguarda, provendo o que precisamos. Bastou esticar a mão e pegá-lo, pronto,
o seu serviço sacrificial estava completo.
Jamais conseguiríamos imaginar a alegria[4]. Um
sentimento que somente ambos poderiam descrever, em virtude da tensão vivida
durante o trajeto e os cruciais minutos que antecederam o sacrifício.
Ter saído da terra de seus pais, para
depois ser presenteado com um filho na velhice, que anos mais tarde foi o
instrumento usado para provar a sua fidelidade, foi a base da segurança de
Abraão para aguardar o cumprimento das promessas. Ao final deste episódio Deus
olhou para Abraão e declarou: “Justificado pela fé, totalmente”.
[1] O
jumento representava toda a carga negativa que trouxe desde a sua partida, por
isto resolveu deixa-lo para que o sacrifício fosse leve e agradável a Deus.
[2] Tal com
Jesus que carregou sua cruz, Isaque apareceu no cenário bíblico carregando a
lenha para o próprio sacrifício.
[3] Deus
envia a providencia às nossas costas, na frente, na entrada, na saída, subindo,
descendo, nunca falha.
[4] Um encontro a três,
pai, filho e Provedor. O dia que seria trágico terminou de forma gloriosa.
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