FORA DO PARAÍSO, MAS AINDA NO PLANO DE DEUS
Mesmo na condição de pecador, o homem conseguiu obter a atenção de
Deus, justamente quando o inimigo depositava suas fichas na queda e vergonha
humana, por imaginar ter feito o trabalho perfeito, porém amargou uma nova
derrota, pois Adão foi procurado e chamado pelo seu próprio nome e esteve mais
uma vez na presença do Criador.
Deus teve misericórdia do homem após sentenciá-lo, pois poderia ter
exterminado ali mesmo a sua criação. Naquele momento deu-se a instalação da
misericórdia de Deus e a apresentação do plano de salvação da humanidade. E
para concluir o dia de bênçãos o homem ganhou de presente roupas novas e
duradouras.
Este foi o estopim da fúria maligna contra a criação de Deus, pois
esperava[1] uma
sentença de condenação. Ele não entendeu o porquê de tamanha proteção. Não
poderia haver de Deus outra reação que não aquela, uma vez que a tentação veio
do exterior, não nasceu no coração do homem, pois não havia espaço, campo ou
motivo para isto. Pela primeira vez o pecado se intrometeu na raça humana. Uma
simples desobediência, mas de consequências monstruosas, foi capaz de afetar a
cultura original criada por Deus.
O homem foi expulso[2] do
paraíso e esteve frente a frente com um ambiente totalmente oposto, sujeito a
dificuldades, lutas, doenças, violência, contendas, brigas, discussões,
doenças, dores, mortes, ciúmes, crueldades e competitividade. Até então, por
receberem somente bênçãos de Deus, não tinham conhecimento desta realidade
cruel. Começariam a colher os resultados do pecado. Tudo agora seria conseguido
pelo suor de seu trabalho ou pela bondade da natureza ainda que o serviria
fielmente.
O pecado alterou a conduta da humanidade e foi a causa de sua expulsão
do paraíso, mas não foi capaz de tirar o homem do coração de Deus e tampouco
alterou o plano Divino, tanto que as gerações seguintes aguardavam ansiosas o
cumprimento das promessas, mesmo conhecendo toda a história da queda. O que
animava aqueles corações era a certeza de que não estavam abandonados a mercê
de suas próprias sortes e convicções, contudo não mais tiveram mais acesso ao
paraíso.
O direito de habitarem no primeiro paraíso foi perdido, mas ainda
existe a possibilidade de que o homem alcance o segundo, a nova Jerusalém,
lugar para onde somos atraídos pelo sacrifício vicário de Jesus.
O primeiro casal não teve direito a uma preparação transcultural, para
mudarem de ambiente, sequer dias ou horas de carência, pois a expulsão se deu
tão logo ouviram a sentença, ou poderíamos imaginar Deus dando a eles um tempo
para se despedirem de tudo e de todos? Se tivessem esta oportunidade será que
refletiriam sobre o ocorrido? Jamais seria permitida tamanha tortura moral e
espiritual. O sofrimento seria maior por saberem que sairiam, um dia, portanto
era melhor cumprirem imediatamente a sentença.
Findou-se então a breve estadia humana no paraíso onde estavam sobre
as bênçãos e proteção de Deus. Agora a história seria outra e bem diferente.
A transição cultural foi um choque para eles, mas a mudança do padrão
de vida foi bem mais problemática. Como lidaram com esta nova situação?
Continua...
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