O TRIO DE FERRO:
JACÓ, JOSÉ E MOISÉS
A história de Israel remonta os áureos tempos da chamada de Abraão, ainda no Crescente Fértil[1], no meio de sua parentela. De antemão, o patriarca foi inteirado, através de uma mensagem vinda diretamente de Deus, sobre o período de quatrocentos e trinta anos de escravidão total, que seus descendentes enfrentariam em um futuro (Gn 15.13-16). Todo o processo entre a visão de Abraão e a posse da Terra Prometida não poderia ser evitado.
a) Missão de Jacó: apresentar o Egito
A primeira parte
da promessa se cumpriu no momento em que Jacó aceitou o convite para morar no
Egito, recebendo a melhor parte do território (Gn 47.6).
Toda a família
fugiu da seca, fome e desolação. Canaã dependia muito das águas das chuvas e
sofria com a falta. O Rio Nilo não deixava o Egito sentir os efeitos deste problema.
Motivos para a
mudança rápida tiveram, pois o convite amigável do filho feito ao pai, as
carroças para o transporte, a promissora carreira política de José e a
permissão para levarem seus gados e pertences soaram naqueles corações como uma
grande bênção vinda da parte de Deus para coroar toda a trajetória iniciada por
Abraão. E de fato foi.
No inicio, os
simples pastores viveram em um paraíso, tudo foi festa, mordomia, respeito,
liberdade e privilégios. Talvez esta situação possa ser explicada pelo fato do
Egito, na época, estar sob domínio dos hicsos[2], povo que soube demonstrar
sua gratidão pelo trabalho e socorro de José, mas com o passar dos tempos, o
ambiente se tornou desfavorável. Este povo tão grato perdeu espaço e os
egípcios retomaram o poder. Tanta indiferença e ingratidão somente poderia vir
de quem realmente abominava os hebreus desde o início.
Todos os que se
mudaram com Jacó usufruíram das riquezas do Egito, pois conheceram a fartura
naquelas terras, antes do período de fome e opressão conforme revelação
entregue pelo então ainda prisioneiro José.
Jacó, ao levar
sua família, apresentou o Egito aos hebreus. A intenção era atender ao pedido
de seu filho José e também fugir do período de fome que ainda assolaria boa
parte da Terra. Deus tinha um plano para unir aquela família, portanto não
teria como o pai dizer não ao filho.
Cerca de setenta
pessoas desceram ao Egito, com Jacó e se multiplicaram, a ponto daquela terra
se encher deles (Ex 1.7). No momento da libertação com Moisés, este número
subiria para mais de seiscentos mil varões sem contar mulheres e meninos.
Na época de José,
os hebreus não se misturaram aos egípcios, pelo menos uma grande parte e por
algum tempo. A astúcia do governador hebreu surtiu o resultado esperado, pois
os havia orientado a dizerem que eram pastores, o que era abominação para os
egípcios. Conscientemente implantou um abismo para impedir o contato e a
mistura dos hebreus com a cultura egípcia. Isolados em Gósen puderam manter a
identidade e seus costumes (Gn 46.31-34).
continua...
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