SOTERIOLOGIA
1) DEFINIÇÃO
Soteriologia, do grego "Soteria" (salvação) e
"logia" (estudo),
portanto Soteriologia significa Estudo da Salvação. Todo o processo de salvação
da humanidade culmina com a obra redentora de Jesus.
2) TERMOS
- Graça: favor de Deus (imerecido) concedido ao homem. É a mais pura manifestação de seu amor e misericórdia. Na história da humanidade sempre vimos o homem buscando, de forma errada, seus deuses, mas na manifestação da Graça ocorreu justamente o contrário, pois foi Deus que se manifestou para buscar sua criação, a fim de resgatá-la. A Graça tornou-se visível no mundo através da vinda e sacrifício de Jesus na cruz, no entanto, todo este plano já havia sido instituído, por Deus, antes mesmo da fundação do mundo;
- Predestinação: conselho ou decreto de Deus direcionado aos homens decaídos (Rm 8.29,30; 9.11-24);
- Eleição: ato eterno de Deus que, sem levar com conta méritos humanos, elege certo número para servirem e receberem a Graça;
- Vocação ou chamada: ato de Deus, pelo qual convida os homens a aceitarem pela fé a salvação propiciada por Jesus (I Co 1.9; I Ts 2.12; I Pe 5.10; Mt 11.28; Lc 5.32; Jo 7.37; At 2.39; Rm 8.30);
- Regeneração ou novo nascimento: ação sobrenatural, gratuita e instantânea de Deus, através do Espírito Santo, que concede ao pecador o início de uma nova vida espiritual através do sacrifício de Jesus (2 Pe 1.1-5). Trata-se da mudança que vem do alto e que ocorre dentro do homem, transformando o perdido e condenado pecador em um verdadeiro cidadão dos céus (Cl 2.13). A regeneração não depende de ações humanas, uma vez que sequer sentimos ou temos ciência do inicio deste processo em nossa vida. Tal como ao final de uma gestação uma nova criança é trazida a este mundo, o mesmo ocorre pela regeneração, já que um novo indivíduo é levado aos céus (Ef 2.6);
- Conversão: resposta consciente (At 2.38; 16.31), a forma pela qual a pessoa regenerada consegue expressar publicamente sua fé. Trata-se da decisão para o abandono do pecado. A conversão se caracteriza pela passagem de uma situação para outra e depende de um ato humano, diferente da justificação e regeneração que são atos exclusivos de Deus. Trata-se do caminho que nos afasta do pecado e nos aproxima do céu;
- Arrependimento: mudança voluntária e consciente, produzida na vida do pecador pelo Espírito Santo, atingindo sua mente e sentimentos (Mt 21.28-30; II Co 7.9-10). É o caminho que se abre para a manifestação do perdão de Deus;
- Fé: disposição da alma para confiar em outra pessoa. Trata-se da confiança do coração, que de tão forte que é se torna capaz de influenciar a atividade mental e espiritual dos homens. A fé é o firme e seguro conhecimento do favor de Deus, para conosco, é a completa confiança em Cristo, na sua vida, obra e poder;
- Justificação: ato judicial de Deus, com base na justiça de Jesus, por onde somos declarados justificados. É o resultado da grande luta espiritual travada no Calvário. Deus justificou o homem, usando Jesus como parâmetro legal para encerrar de vez a condenação. É a mudança de posição espiritual diante de Deus, ou seja, o homem de condenado é alçado à condição de justificado, muito mais do que uma simples absolvição. A justificação não é fruto do que Deus faz por nós diariamente, mas sim é resultado do que Deus fez por nós no Calvário, se tornando a única maneira de nos apresentarmos a Ele sem o peso da culpa;
- Perdão: É impossível falarmos de perdão, sem
mencionarmos Deus, que primeiro perdoou a humanidade (Gn 18.26; Lv 4.20; Nm
14.19; 15.25; Sl 25.18; 32.1,5; 85.2; Rm 4.6-8). Perdoar é deixar nascer uma
nova fase na memória, sem a lembrança dos momentos desagradáveis provocados
pelo pecado. Trata-se de um alto padrão de vida, algo que ensina, que promove
crescimento e que felizmente não se aprende no mundo, pois vem de Deus. Jesus,
em sua obra vicária, corrigiu os erros de Adão. O perdão é, portanto, o ato
judicial de Deus, que concede ao pecador os benefícios resultantes da
obediência passiva de Cristo;
- Adoção: resultado da ressurreição de Cristo (Rm 4.25). Na morte Cristo aniquilou o pecado e na ressurreição trouxe justiça. O perdão foi operado mediante a substituição na cruz. A justiça é concedida por meio da imputação. A justiça é imputada no tribunal de Deus (I Pe 3.18). Antes de entregarmos nossas vidas a Jesus, éramos simples criaturas afastados do Criador pelo pecado e condenados à perdição eterna. Pela Graça, nos tornamos co-herdeiros de Cristo (Ef 1.13, I Co 3.21) e passamos a viver nas regiões celestiais em Cristo Jesus (Rm 5.2; Ef 2.8). Assumimos a posição de filho, pela adoção (Rm 8.15,23; Gl 4.5; Ef 1.5), que é uma das mais belas doutrinas da Bíblia e passamos a desfrutar de todos os privilégios que Deus preparou para aqueles que aceitam Jesus como Salvador. A adoção nos torna filhos de Deus (1 Jo 3.2), irmãos de Jesus (Hb 2.11), herdeiros dos céus (Rm 8.17);
- Substituição: ato judicial de Deus, provendo um substituto qualificado, para que tomasse sobre si toda a carga do pecado ora imputada à humanidade (Is 53.4-7; I Co 5.7). Um substituto qualificado que deveria possuir a perfeita encarnação, que representasse fielmente a natureza humana (Hb 2.14-17; 5.1; Jo 1.14), que se identificasse com o sofrimento humano (Hb 4.15; Hb 5.2,3) e que apresentasse a perfeita santidade, sem mácula, um inocente. Jamais um mortal reunia tais condições para assumir a posição de substituto;
- Santificação: processo pelo qual o Espírito Santo leva o homem a buscar uma identificação com Jesus (Pv 4.18; Fp 3.12-14; 2 Co 3.18). É vestir-se do novo homem e não somente despojar-se da velha criatura (Rm 6.4; Ef 4.22.24, 25-32). É o tipo de vida que nos proporciona a mais profunda comunhão espiritual com Deus (1 Co 1.30; Ef 1.3) e nos faz cada vez mais parecido com Jesus;
- Glorificação: ponto culminante da obra da salvação. É o premio final do homem que busca a vida eterna. A glorificação significará que as fases da vida, a mais pura vontade de Deus, foram atingidas em sua totalidade. A glorificação da Igreja acontecerá no dia da volta de Jesus, momento em que os mortos ressuscitarão e os vivos serão transformados em corpos incorruptíveis (I Co 15.51-53).
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