1) AJUNTAMENTO PARA OUVIREM A LEI:
Após a reconstrução dos muros restava agora o resgate espiritual dos judeus, que por muito tempo estiveram distantes e alheios aos ensinos da Lei Mosaica. A situação espiritual dos que permaneceram na cidade e dos que retornaram pedia um urgente avivamento. A missão do grande líder não era somente material.
a) Como se deu este ajuntamento (8.1-2):
- Não houve convocação (8.1), tampouco uso da força ou violência, pois todo o povo se ajuntou espontaneamente;
- Praticamente exigiram o ensino, pois ainda no ardor da reconstrução do muro, pediram a Esdras que trouxesse o livro da Lei (8.1), estavam com sede da Palavra;
- Foi em unidade, pois todo o povo se ajuntou como um só homem.
A
leitura, explicação e ensino foram a base para o grande avivamento entre os
judeus, pois buscaram a Deus, foram renovados e demonstraram interesse pela
Lei.
Neemias
entendeu que aquela tarefa era tão urgente e necessária quanto a reconstrução
da cidade, por isto envolveu todos no trabalho, principalmente os levitas
(11.1). Os ensinadores também foram renovados, capacitados, muitos deles
resgatados e outros seriam apresentados à tradição judaica, pois até aquele
momento conheciam somente a cultura babilônica.
2) CULTO
DE ENSINO/RESGATE DA REVERÊNCIA:
Todos se reuniram diante da Porta das Águas, desde a alva até ao meio dia para ouvirem atentamente a leitura da Lei. Durante sete dias foram seis horas diárias de leitura. De pé, Esdras lia o livro da lei e não havia espaço para a distração, cansaço ou dispersão. Todos estavam atentos a leitura, pois estavam sedentos. Não poderia ter outro resultado que não o choro e o arrependimento coletivo.
a) Resgate da reverência a Lei (8.5):
Todo o povo compreendeu aquele momento e reverenciou a leitura da Lei, se colocaram em pé, participando ativamente, concordando com a leitura, adorando ao Senhor e prostrando-se por terra.
b) Resgate do ensino da Lei (8.7-8):
Os líderes compreenderam que não era tão
somente apresentar a Lei, que sequer conheciam, seria necessário o empenhar
maior para que entendessem o que estava sendo lido, pois muitos somente
conheciam o aramaico, língua oficial dos que voltaram do exílio. O importante
seria o entendimento e não propriamente as emoções.
Não saiam do lugar, não distraiam, não se
preocupavam com o amanhã, apenas prestavam atenção à leitura. Neste momento os
levitas entraram em cena e ensinaram e explicaram o sentido para que
entendessem o que estava sendo lido. Neemias, orgulhoso pelo trabalhar de Deus,
consagrou aquele dia ao grande responsável por toda aquela obra.
3) COMENTÁRIOS ADICIONAIS:
- Às vezes temos que explicar aos visitantes na igreja cada passo do culto, pois muitos não conhecem nosso vocabulário, não entendem a Palavra;
- Clamor do povo: "Expliquem melhor o que vocês estão nos dizendo";
- Seria possível ouvirmos uma mensagem na igreja e não entendermos nada?
- Quando pregamos para os pecadores muitos não entendem, zombam, mas depois que explicamos, ensinamos, aceitam Jesus como Salvador e a história muda;
- Leitura, ensino e explicação são base para o genuíno avivamento. De nada adiantariam seis horas diárias e sete dias por semana se não houvesse a exposição da Palavra;
- O ideal seria os mega pregadores permanecessem alguns dias a mais nas igrejas, após os grandes congressos, para ensinarem e explicarem suas mensagens;
- Pregação da Palavra é como uma foice que corre o mato e corta em grande quantidade. O ensino é como aquela enxadinha de horta, que fica rodeando a plantinha, limpando ao seu redor;
- Avivamento é reunir de trezentas a mil pessoas em um estádio ou ginásio?
- Os judeus pediram aos líderes como um dia pediram a Paulo na sinagoga na sua primeira viagem missionária (At 13.15) “se você tem alguma palavra de consolação para o povo, falai”;
- Todo tempo em que ficaram dispersos pelo mundo, os judeus fizeram de tudo para preservarem as suas tradições, apesar que em alguns casos tiveram que ensinar novamente;
- Neemias poderia ter ordenado o seguinte: Esdras você faz a leitura e eu fico ao lado como representante do rei. O povo que ouça e pratique depois, mas não foi isto que aconteceu, pois colocaram os obreiros a direita e esquerda e os levitas auxiliado no ensino e explicação;
- Poderíamos dizer para uma criança que da árvore tal colhemos os seus frutos. Não seria melhor ensinarmos e explicarmos sobre a semente que é jogada no chão, dentro de um buraco, para ficar no escuro, na solidão, na umidade, enterrada, pisada e que quando começa a crescer em vez de desabrochar para cima, primeiramente ela busca o fortalecimento de suas raízes, para então aparecer sobre a terra. Neste momento começa a fugir das enxadadas do agricultor, quando não aparecem os ventos, que ajudam a engrossarem o seu caule. Somente depois é que vem o fruto visível.
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