No paraíso tudo foi preparado e agora construiriam, transformariam ou
adaptariam, ou seja, criariam condições para viverem dignamente e socialmente,
já que moralmente não teriam mais possibilidades. E como foi o convívio com os
sentimentos malignos comuns aos humanos, que até então eram desconhecidos por
eles? O certo é que perceberam as diferenças de um ambiente para o outro.
Presenciaram toda sorte de acontecimentos[1], tragédias, tristezas,
derrotas, mas não tiveram alternativas. Deveriam seguir para se multiplicarem,
esta foi a ordem de Deus para o primeiro casal.
Acertos e erros fizeram parte das novas gerações, mas em nenhum
momento foram abandonados, pois continuaram sendo abençoados, mesmo diante da
corrupção inevitável, por isso foi necessário que Deus levantasse homens:
- Que andassem com Ele e que fossem fiéis como Enoque[2];
- De atitudes como Noé e sua família que pregaram uma mensagem nova e desconhecida enquanto construíam uma obra grandiosa e que presenciaram manifestações da Graça com a confirmação do Dilúvio;
- Que cressem, logo de princípio nas promessas, como Abraão;
- Como os grandes patriarcas de Israel que conservaram viva a promessa feita a Abraão;
- Reis, profetas, sacerdotes e líderes que incentivassem o povo a viver na esperança e na comunhão.
Mesmo fora do
paraíso seria possível imaginarmos Adão e Eva criando seus filhos no temor,
cientes da necessidade de um relacionamento intimo e correto com Deus, mesmo
com todas as desilusões que conheceram.
Eles imaginaram
que Caim, o primogênito, fosse o fruto da semente prometida, mas ficaram
decepcionados com a sua atitude. O sacrifício, totalmente sem fé, teve apenas a
intenção de reconquistar o território perdido pelos pais e em nenhum momento se
preocupou em agradar a Deus.
Ele trouxe o
fruto de seu suor, a representação de sua força, suas obras, conhecimento,
cultura, talvez por isto Deus não tenha aceito, sem contar que poderia ser
facilmente adquirido, encontrado, cultivado ou até mesmo furtado de vizinhos,
bem diferente dos animais que seu irmão ofereceu, haja vista as dificuldades
que devem ser dispensadas no trato e no cuidado com eles. A diferença foi
gritante.
Ele não ofereceu
sangue inocente quando deveria, mas quando não era mais preciso derramou o do
seu irmão, que verdadeiramente havia agradado a Deus com a entrega das
primícias de seu rebanho.
Caim deixou seus
pais e habitou em outras terras e desta forma a semente humana foi espalhada
juntamente com a corrupção do gênero. A maldade do homem foi tolerada até o dia
em que a família de Noé foi preservada após a Terra ter sido lavada de todo o
pecado.
Entre altos e baixos, após a sua criação e o dilúvio, o homem
caminhou, ora obedecendo, ora desobedecendo, até que o pacto[3] de
Deus com a humanidade fosse renovado através de um grande patriarca e sua
família, personagens da eleição da grande nação de Israel.
Na criação o homem foi colocado como mordomo, com a finalidade de cultivar, administrar a terra e cuidar dos animais, mas não foi capaz de cumprir esta sua comissão. Por ocasião do estabelecimento do governo de Cristo, no milênio[4], Ele administrará, zelará e mostrará a humanidade como é possível o cumprimento, na integra, da grande comissão cultural.
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