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segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Ética Cristã - aula 3

8) QUESTÕES ÉTICAS E O CRISTIANISMO

a) O cristão e o controle de natalidade e aborto

  • O aborto é um infanticídio qualificado, pois é premeditado. Os envolvidos sabem com antecedência o dia, a hora, o local e os instrumentos usados na execução das vítimas;
  • É cometido por motivo irrelevante, contra pessoas inocentes e indefesas;
  • O ventre de uma mulher não pode se transformar num cárcere de horrores. O ser que ali é gerado pelo Autor da Vida não é um condenado à morte, é predestinado à vida e não importa se tenha um dia ou sete meses de existência uterina;
  • A ideia dos materialistas é desvalorizar o ser humano em crescimento no ventre materno, reduzindo-o a uma questão meramente técnica e funcional. Todavia, o nascituro tem direito à mesma proteção dispensada às pessoas já nascidas.

 

b) O cristão e a responsabilidade social

A Igreja nasceu diante da intelectualidade grega, da religião monoteísta judaica e da organização social e política romana, mas todos estes não fatores não serviram, por si só, como auxilio para que a Igreja enfrentasse as mazelas sociais da época durante o seu crescimento. Na verdade as contribuições também serviram para disseminar no meio da Igreja os mais diversos pensamentos e correntes filosóficas, por mais estranhas que pudessem parecer.

A primeira dificuldade foi no campo social, com as viúvas dos judeus gregos que estavam sendo preteridas em relação às outras, durante a distribuição de donativos. Na antiguidade as viúvas que não tivessem filhos enfrentariam grandes dificuldades para se sustentarem, como aconteceria com a viúva de Naim ao sepultar seu filho, já na Igreja, a ideia era outra completamente diferente, não poderia haver entre eles pessoas carentes, com necessidades (Tg 1.27; I Tm 5.3-16).

A missão assistencial da Igreja no mundo é a continuação da obra iniciada por Jesus. Assim como o Senhor jamais se esqueceu dos pobres, a Igreja não deve desprezá-los (Lc 4.18,19). O imperativo da Grande Comissão inclui, na essência da mensagem do Evangelho, o atendimento às pessoas necessitadas (Mt 25. 35-40; Jo 13. 14,15).

É nosso dever ajudar, assistir e socorrer os necessitados. Devemos atender ao pedinte e ao carente de víveres para a sua subsistência (SI 132.15; Lv 19.10; 23.22; Êx 23. 11). A justiça social ordenada por Deus determinava que os ricos não desprezassem os pobres (Dt 15.7-11), e que o estrangeiro, a viúva e o órfão fossem atendidos em suas necessidades (Ex 22. 22; Dt 10. 18; 14. 29).

 

c) O cristão e o jeitinho brasileiro

O jeitinho brasileiro, muito utilizado, é uma forma, uma resposta ou saída para uma situação em que não podemos ou não queremos enfrentar. É o jeito de alcançarmos os objetivos, sem nos preocupar se estaremos ou não prejudicando outros. Ou seja, é uma forma de contornarmos as normas, leis, tirando vantagem de uma situação. “Enfim é abrir caminho para que as coisas aconteçam da maneira como se gostaria. É ajeitar tudo por baixo dos panos”, encontrar brechas, ajeitar situações, dar um ajuste, um empurrão ou simplesmente o famoso “esquece o assunto”.

 

d) O cristão e a mentira

“A mentira é a uma manifestação contrária à verdade, cuja essência é o engano, e cuja gravidade se mede segundo o egoísmo ou a maldade que encerra”. É severamente proibida no decálogo (10 mandamentos – Ex 20.16). Trata-se portanto de um dos pecados mais generalizados da atualidade, a tal ponto de cauterizar a mente de muitos, inclusive de cristãos. É a forma covarde como alguns enfrentam a realidade, pois ficam presos à justificativas ilusórias sem fundamentos.

Na verdade, a mentira é uma questão ética que permeia o homem no seu dia a dia, é uma prática que nos distancia de Deus, destrói relacionamentos (Pv 25.18; 26.18-19, 28) e por fim destrói o próprio mentiroso. Mentir é loucura e pecado (Pv 26.19) e faz parte das coisas que Deus odeia (Pv 6.16-19). É uma prática do velho homem, da velha natureza e leva a prejuízos, muitas vezes, irreparáveis (At 5.1-11).

 

“O Comandante Lloyd Bucher, do navio-espião Pueblo, que, com sua tripulação de 23 homens, foi capturado pelos norte-coreanos. Quando os interrogadores ameaçaram matar a tripulação, Bucher assinou confissões, confessando falsamente a culpa de fazer espionagem nas águas territoriais da Coréia do Norte. Estas falsas confissões vieram a ser o fundamento para poupar as vidas da tripulação e levar à sua libertação”.

 

A pergunta, portanto, é esta: A mentira de Bucher para salvar estas vidas foi moralmente justificada? Ou, de modo mais geral, mentir para salvar uma vida é moralmente certo em qualquer situação? Uma maneira de responder a esta pergunta é rejeitar totalmente a noção de moralidade.

 

e) O cristão e o sexo

Um dos propósitos de Deus para com o sexo é despertar e satisfazer no homem e na mulher, a fome de intimidade. “Sexo não é apenas um incidente no casamento. Embora não tenha sido criado para ser o cerne da intimidade, o sexo é a música do matrimônio”.


O sexo é um presente de Deus para as pessoas casadas. Ao criar os humanos, Deus os fez “macho e fêmea” e viu que sua criação era algo “muito bom”. (Gn 1.27,31). Quando instituiu o casamento entre o primeiro homem e a primeira mulher, Deus disse. “Eles têm de tornar-se uma só carne.” (Gn 2.24). Esse vínculo incluía o prazer da intimidade sexual, bem como um profundo apego emocional. Deus restringe as relações sexuais apenas aos casados (Hb 13.4). Os casais precisam ser fiéis e estar comprometidos um com o outro. Eles encontram o maior de todos os prazeres, não por procurar satisfação egoísta, mas por aplicar o princípio bíblico. “Há mais felicidade em dar do que há em receber” (At 20.35).

 

f) O cristão e a eutanásia

A palavra eutanásia é composta por dois termos gregos “eu” (boa ou fácil) e “thánatos” (morte). Assim, seu significado é morte boa, serena ou fácil. Sua prática consiste em tirar a vida de uma pessoa para livrá-la dos sofrimentos que a está afligindo por causa de alguma doença incurável ou irreversível.

A eutanásia passiva é uma medida moralmente aceitável, na opinião geral. Essa forma de aliviar o sofrimento humano consiste no desligamento de máquinas e aparelhos capazes de manter artificialmente a vida do paciente. Neste caso, a vida humana está sendo possível por meios artificiais. Geralmente, quando a pessoa chega a esse estágio é sinal de que o cérebro entrou em colapso e apenas o coração e a respiração estão sendo mantidos por meio de máquinas e aparelhos. O homem, principalmente o cristão, além de ser a imagem e semelhança de Deus é o templo do Espírito de Deus. Assim, destruir o próprio corpo é desonrar o Criador.

 

g) O cristão e a pena de morte

A Pena de Morte ou Pena Capital é a sentença aplicada pelo poder judiciário que consiste em retirar legalmente a vida a uma pessoa que cometeu, ou é suspeita de ter cometido, um crime que é considerado suficientemente grave e justo de ser punido com a morte.

É um tema muito polêmico, debatido e discutido; pois mexe com a Palavra de Deus, com o projeto do ser humano (vida) e com a Declaração Universal dos Direitos do Homem (art 3º e 5º. Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal; Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes).

Deus não estabeleceu a pena de morte após os fatos ocorridos entre Caim e Abel, bem que poderia. Porém a estabeleceu após o diluvio e a confirmou na Lei (Gn 9.6; Êx 21.12).

 

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

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