8) PROCESSO DE CRUCIFICAÇÃO
A crucificação
absolutamente é a única resposta suficiente para o homem decaído. As feridas
precisam da cura da cruz. Os pecados precisam do perdão da cruz. As maldições
precisam da libertação da Cruz. Você pode ter um excelente diagnóstico, mas se
o remédio for inadequado não haverá cura. Médicos, psicólogos, psiquiatras, religiosos,
filósofos, etc, que ignoram, a cruz estão condenados à frustração.
A crucificação e
simplesmente o processo de transferir para Jesus nossos pecados e maldições
(legados hereditários), dores e enfermidades (Is 53). Ou seja, é o processo de
submeter o sacrifício de Jesus às causas de maldição determinadas pelo
mapeamento. Fazer valer o que Jesus fez por nós através do seu sacrifício e
ponto final. Não basta apenas Jesus ter levado profeticamente todas essas
coisas na cruz, é necessária uma atitude pessoal de transferi-las
especificamente.
Precisamos de uma
identificação com a cruz de Cristo, que se torna o fundamento do princípio da
Redenção que opera contra o Imperador das Trevas, ou seja, é trazer a tona o
território que envolve os pecados escondidos e suas mazelas e confrontá-lo com
o sacrifício de Jesus na cruz.
O ponto primário ou
fundamental é lidar com ignorância, para isto torna-se necessário conhecer
Jesus, pois o que adianta o pagamento ter sido efetuado na cruz se não
conhecemos de fato aquele que o fez. Ter direito a salvação não significa ter a
salvação. Biblicamente é desejo de Deus que todos se salvem e que ninguém
sequer venha aparecer na condenação eterna.
O fato de Jesus ter
morrido por todos significa que todos já estão
imediatamente salvos? Obviamente que não. Jesus morreu para romper com
todo legado de maldições e enfermidade, porém todos os salvos não estão
completamente libertos e curados. É difícil admitir isso, mas temos que
entender, crer e aceitar que Jesus já pagou o preço e por isso passamos a ter o
direito à uma vida totalmente abundante.
Porém, desfrutar
eficazmente desta vida é muito mais do que ter o direito a ela. Apesar de
crente ter o direito a uma vida totalmente liberta, na verdade poucos a têm.
Existe uma distância entre ter uma vida livre e realmente ter essa vida livre e
abundante. Essa é a mesma distância entre a cruz e a crucificação. A cruz de
Cristo não adianta nada se não temos à disposição voluntária de sermos
crucificados.
a) Acertando o alvo
Vamos analisar os
vários parâmetros da crucificação. Estas são as “armas do sangue”, os mais
poderosos princípios de libertação. “E eles o venceram pelo Sangue do
Cordeiro" (Ap 12.11). A crucificação pode ser definida resumidamente no
processo de negar a si mesmo:
- Humilhação: é o processo de renunciar com o objetivo de tratar responsavelmente os pecados, feridas e causas de maldição. Aqui é o ponto mais penetrante do conflito quando o orgulho tenta impor-se das maneiras mais variadas possíveis: desde um pretexto sutil e plausível de esquivar-se até uma rebelião agressiva. A primeira perspectiva de libertação vem de uma atitude de humilhação;
- Confissão: é o processo de expor a outra pessoa o pecado, de forma pessoal ou intercessora. Este é o princípio da colisão. É neste momento que a luz dissipa as trevas, que os anjos golpeiam os demônios e que a cruz triunfa sobre as maldições comunicando os milagres de Deus e purificando a atmosfera espiritual. Aqui vale uma observação importante. Não devemos confundir a confissão das iniquidades dos nossos antepassados com a consulta aos antepassados. A primeira situação é bíblica e poderosa para remover da memória de Deus estes pecados praticados e nunca remidos. Desta forma satanás perde a sua argumentabilidade sendo impedido de influenciar a descendência daquela pessoa com as suas amargas maldições. A segunda situação, a consulta aos antepassados é anti-bíblica e deve ser rejeitada. Está é a base do espiritismo e do ocultismo que permeia quase todas as grandes religiões do mundo como budismo, kardecismo hinduísmo, etc, prendendo milhões de pessoas. Na verdade percebemos algo muito sutil no inimigo. A consulta aos antepassados é uma versão satânica do princípio bíblico de confessar intercessoriamente as iniquidades não confessadas dos nossos antepassados;
- Arrependimento: a convicção do pecado e confissão fazem parte do processo de arrependimento, que por sua vez se caracteriza pela mudança, pela transformação de motivação e comportamento, bem diferente do remorso, um sentimento de culpa que não traz a libertação e que não vem acompanhado de arrependimento;
- Perdão: sem perdoar não podemos ser perdoados. Perdoar é o processo de enfrentamento responsável de nossas feridas e ressentimentos. O perdão não é um sentimento, é um mandamento. Ele não brota do nada em nossas vidas, antes é o resultado de um perseverante processo de escolha pelo caminho da cruz. Quando realmente precisamos perdoar alguém, não iremos sentir, de principio, o desejo de perdoar, é provável que sintamos algo bem diferente. Precisamos renunciar estes sentimentos e ressentimentos perdoando a pessoa. Só da cruz e que podemos dizer: “Pai perdoa-os porque não sabem o que fazem";
- Renúncia: é o processo complementar do arrependimento e confissão no sentido de desfazer e anular pactos, alianças, acordos, pedidos, rezas, crenças, etc, em relação às entidades demoníacas;
- Restituição: é o processo de retratar, devolver e restaurar aquilo que foi danificado, subtraído ou defraudado na vida de outras pessoas. Em se tratando de pecado oculto (na esfera dos pensamentos) se confessa ocultamente a Deus. Já o pecado pessoal deve-se confessar pessoalmente, com a pessoa lesada. O pecado público se confessa publicamente. Está é a mais poderosa e eficaz arma para libertar a consciência e liberar a restituição;
- Reconciliação: é o processo de desfazer as barreiras. Geralmente engloba os aspectos mencionados anteriormente com o objetivo de reatar pessoalmente ou relacionamentos rompidos e marcados por fortes barreiras de amarguras, ressentimentos, ódio, vingança, etc;
- Intercessão: é o processo de tomar o lugar de outra pessoa, aplicando o sacrifício de Jesus em relação às consequências dos pecados praticados por esta pessoa. Todos os aspectos da crucificação mencionados interiormente podem ser praticados intercessoriamente, ou seja, podemos fazê-lo no lugar de uma pessoa que por algum motivo não quer ou não pode fazer. Obviamente que a intercessão lida apenas com a consequência do pecado e não com a culpa, mas as consequências e influências malignas daquela culpa sobre a sua descendência estão sendo amenizadas ou canceladas.
“E sucedia
que, tendo decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviada Jó e os
santificava; e, levantando-se de madrugada, oferecia holocausto segundo número
de todos eles; pois dizia Jó: talvez meus filhos tenho um pecado, e blasfemado
Deus no seu coração. Assim eu fazia Jó continuar mente” (Jó 1.5).
9) A INTERCESSÃO
A intercessão engloba
alguns princípios básicos:
- O princípio da justificação: A diferença principal entre oração e intercessão é que a intercessão possui uma faceta redentora. Enquanto a oração se vale do nome de Jesus, a intercessão apela não apenas ao nome, mas principalmente ao poder justificador do sangue de Jesus. A justificação de uma pessoa fecha a boca dos demônios desautorizando as suas perniciosas influências e maldições. Em libertação, um quilo de intercessão tem maior efeito que uma tonelada de oração;
- O principio do corporativismo ou direito de identificação: este é o aspecto fundamental que estabelece a diferença entre a intercessão e a oração. Podemos nos identificar com o corpo a que pertencemos, seja ele familiar, denominacional, territorial, etc. Este foi o aspecto mais relevante do sacrifício de Jesus. Ele se identificou com a nossa condenação para cumprir nossa sentença. Jesus não apenas se identificou com nossos pecados, dores e enfermidades, como também se identificou com o coração de Deus, liberando o perdão de Deus e todas as suas promessas. Na identificação podemos sentir o que aquela pessoa está sentindo;
- O principio do resgate: Quando intercessoriamente você confessa as iniquidades de uma outra pessoa, você estabelece um processo para resgatá-la das consequências que deveria sofrer e confronta os demônios que estão cegando e manipulando a pessoa por quem intercedemos. Desta forma, não só afastamos os demônios como viabilizamos ação da presença de Deus na vida da pessoa;
- O principio da colisão: Através da intercessão, não apenas estudamos as pessoas como também colidimos com as forças e influências demoníacas infiltradas, desalojando-as. Normalmente o intercessor sente o impacto desta colisão durante o processo de libertação. É possível até mesmo haverá manifestação os sintomas da libertação na sua vida, poupando assim a pessoa ministrada. Não devemos porém, confundir colisão com retaliação. A colisão é o efeito colateral que o intercessor sente ao se chocar através do poder da cruz com os demônios enfrentados numa libertação. A Retaliação é quando os demônios nos acerta em virtude de brechas espirituais abertas. Não enfrentamos a Retaliação com oração, ou seja, contra retaliação não se ora, fecha-se as brechas;
- O principio do ato profético: Quando você confessa os pecados de uma pessoa, você está construindo uma realidade espiritual onde esta pessoa por quem você está intercedendo fará por si, no tempo oportuno, a mesma confissão. A confissão intercessora intensifica o ministério do Espírito Santo sobre a pessoa, convencendo a do pecado, da justiça e do juízo. Desta forma, podemos afirmar que toda interseção é profética;
- O principio da coletividade: No âmbito de uma linhagem, a confissão intercessora restaura os lugares antigamente assolados de geração em geração. Portanto, ao confessarmos intercessoriamente os pecados das nossas gerações antepassadas, colidimos com forças e maldições demoníacas alojadas até mesmo por séculos deixando um ambiente espiritual livre sobre a nossa parentela e descendência. Promovemos um benefício coletivo.
“Portanto,
assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de
justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação e vida" (Rm
5.18).
Esse texto retrata o
aspecto intercessório da morte de Jesus, focalizando o poder da intercessão
ligado ao corpo de Cristo. A morte intercessora de Jesus sancionada pela
confissão corporativa de pecados e iniquidades em relação a nossa linhagem
satisfaz a justiça de Deus, desautorizando a permanência dos demônios e
reintegrado direito de influência sobre a nossa família e descendência ao
Espírito Santo.
A maldição é
intrinsecamente coletiva, uma influência pecaminosa endossada por várias
gerações, que estabelece um tipo de memória coletiva ou fortaleza mental
familiar capaz de amarrar as pessoas em terríveis enganos baseados em tradições
pecaminosas, que se expressam através da idolatria, inversão de papéis no
casamento, imoralidade, alcoolismo, etc.
Através de uma vida
de fé, obediência e intercessão, cancelamos o débito espiritual causado pelas
iniquidades e entesouramos um crédito sob o âmbito familiar. Assim como pecado
deixa uma consequência para muitos, da mesma forma a intercessão dissolve as
consequências hereditárias dos pecados e inibe as consequências da culpa
trazendo a presença de Deus.
Tanto como pecado,
quanto à obediência possuem um aspecto coletivo e hereditário, pois o pecado
deixa um teto de maldição, porém, a obediência, por sua vez, deixa o legado de
promessas divinas em relação aos descendentes. Este aspecto coletivo, portanto,
é definido através de influência especial, seja ela demoníaca ou divina.
“ porque,
se pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela
graça de um só homem, Jesus Cristo, abundou Sobre muitas” (Rm 5.15).
A lei da herança
ensina que herdamos não a culpa, mas as consequências dos pecados não redimidos
dos nossos antepassados.
“Portanto,
assim como por um só homem entrou o pecado no mundo. E pelo pecado a morte,
assim também a morte passou a todos os nomes, porquanto todos pecaram” (Rm
5.12).
Não herdamos a culpa
de Adão, fulminante consequência do seu pecado que foi a morte. É impossível
herdar o pecado e culpa de alguém, visto que o pecado é uma escolha pessoal,
moral e intransferível. O que herdamos foram as consequências físicas, emocionais,
espirituais, etc.
A obediência por sua
vez tem o trunfo no direito de intercessão. A lei da intercessão, ou da
confissão por identificação dissolve ou cancela essas mesmas consequências
sobre as pessoas atingidas Por isso é comum, quando iniquidades de linhagem,
parentes que antes eram irredutíveis em relação ao Evangelho repentinamente são
alcançados pela Revelação do Espírito Santo e as pessoas se convertem. A
intercessão nestes moldes é uma arma poderosa para promover a salvação
familiar, pois o manto da maldição acumulado são poderosamente rompidos pela
intercessão.
a) Os elementos catalisadores da intercessão:
- Perímetro de unidade: “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se desviar dos seus maus caminhos, então eu ouvirei do céu, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra" (II Cr 7.14);
- Nível de concordância: “dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que concordares, pois, na terra será concordado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16.19);
- Perseverança: andar nos bons caminhos.
- Identificação: ter o caráter de Cristo.
10) DISCIPLINA
É o processo de
exercitar a escolha para construir um caráter de obediência. Sustentar a
conquista alcançada numa ministração faz parte do processo de libertação. Nada
é duradouro sem a disciplina e perseverança. Este é o genuíno selo de uma
libertação. Sem este selo, o território pode ser reconquistado pelo inimigo.
Ser disciplinado é torna-se forte. Isto não é privilégio de alguns, é uma
escolha que todos podem fazer. A Bíblia nos exorta: “Diga ao fraco, sou
forte" (Jl 3.10). Deus disse a
Josué: “Sê forte e corajoso” (Js 1.6).
Força moral é uma
escolha independente até da lei da herança. Tanto a santidade quanto o pecado
são consequências de nossas escolhas. Nenhuma influência pode justificar nossas
escolhas erradas. Por mais fortes que sejam as influências e a perseguição
espiritual hereditária que sofremos, ainda assim, podemos nos tornar mais
fortes que tudo isso. Obviamente que isto não quer dizer que devamos ignorar as
maldições.
11) UM PROCESSO DE LIBERTAÇÃO NÃO É UM FIM EM SI MESMO
Libertação faz parte
do que Paulo chama do “todo conselho de Deus”. A santificação tem várias
facetas, e a libertação é apenas uma delas, talvez a mais básica. Libertação é
um agente facilitador que aponta para uma possibilidade sólida e completa de
santificação. Libertação não é tudo. Ela apenas abre caminho para uma vida de
fé e obediência.
“Porque,
embora andando na carne, não militamos segundo a carne, pois as armas da nossa
milícia não são canais, mas poderosas em Deus, para demolição de
fortalezas; derribando raciocínios e
todo baluarte que se ergue contra o conhecimento
de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência a Cristo; e estando
prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida a vossa obediência”
(II Co 13.3-6).
A consumação de uma
vida vitoriosa se dá quando construímos um caráter de obediência em relação às
áreas de derrotas que sofreram processo de libertação. As atitudes que não
visam a construção deste caráter de obediência são irresponsáveis e perigosas.
12) O PROCESSO DE LIBERTAÇÃO É SUCEDIDO DE PROVAS
Todo processo de
libertação é sucedido por um tempo específico de provas em relação à área
recuperada. Não podemos manter a libertação sem enfrentarmos e sermos aprovados
em provas nas quais tínhamos uma história de fracassos. Pessoas provadas e
aprovadas são transformadas.
Não há santidade de
caráter sem aprovação espiritual. É necessário exercitarmos voluntariamente
nossa escolha, optando pela santidade de Deus. O “revide demoníaco”, neste caso
não é apenas uma tentação demoníaca, mas uma prova de Deus, que visa conduzir a
uma vida espiritual estável e vigorosa.
Ao resistir esta
prova de impacto, pois muito maior é o que está em nós do que está no mundo, a
possibilidade de viver em liberdade total é de cem por cento. Jesus também
alertou-nos que demônios, quando desalojados, vão procurar descanso em lugares
que lhe são convenientes. Ou seja, alguém de preferência da nossa família
(geração), de onde terão uma base estratégica para o contra ataque.
É notório que muitos
de nós, ao nos convertermos e sermos libertos, passamos a ser fortemente
resistidos e afrontados por familiares. Por isso Jesus disse que os nossos
inimigos seriam os da própria família. Na verdade estaríamos sendo atacados
pelos demônios que antes abrigávamos em nossa vida, através das pessoas a quem
mais amamos, que por alguma brecha alojaram.
Essa obviamente não é uma prova fácil. Precisamos discernir a natureza da batalha para não entrarmos no jogo do inimigo lutando contra carne e sangue. Dessa forma, a libertação torna-se um trampolim para uma vida crescente de santidade e autoridade.
13) O PROCESSO DE
AVALIAÇÃO
É o processo de conferir os sintomas apresentamos antes e depois de uma libertação. Após crucificarmos as supostas causas de maldição que foram diagnosticadas no processo de libertação, precisamos avaliar os resultados obtidos em relação aos sintomas iniciais para averiguarmos se o quadro de maldição foram eliminados ou drasticamente amenizados.
Caso os sintomas iniciais tenham permanecido inalterados, provavelmente houve uma falha no processo de mapeamento, ou no processo de crucificação das causas ou ainda em ambos. É necessário continuar cavando nestes terrenos até que a vida da pessoa se alinhe com os benefícios já conquistados pelo sacrifício vigário de Jesus.
Como vimos, é necessário o acompanhamento à pessoa após a libertação. Esse acompanhamento é uma oportunidade de disciplinar o indivíduo formando, assim, pessoas comprometidas, com ideias formadas e principalmente, que seja útil para a obra de Deus.Fonte: Apostila Curso Básico de Teologia do SETEM – Seminário Teológico Manancial. Elaboração: Pb. Ailton da Silva
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