F) A IDENTIDADE DAS DUAS TESTEMUNHAS:
Deus enviará duas
testemunhas na primeira metade da Grande Tribulação para pregarem o Evangelho
do Reino (Mt 24.14), para revelarem a verdadeira identidade do Anticristo e
para proclamarem os juízos de Deus sobre a Terra. Este ministério terá a
duração de 1260 dias (Ap 11.1-3). Os três mais prováveis candidatos são:
- Enoque e Elias (Gn 5.24; II Rs 2.11), já que ambos não experimentaram a primeira morte[1], tal como está reservado para toda a humanidade (Hb 9.27). Estas duas personalidades foram transformadas, arrebatadas, tomadas da Terra pelo próprio Deus. Tanto Enoque quanto Elias foram arrebatados antes que houvesse um acontecimento trágico, o dilúvio e o cativeiro na Babilônia, respectivamente.
- Moisés e Elias (Dt 34.6; Lc 9.30-31; Jd v.9), sendo que o primeiro transformou água em sangue ainda no Egito (Ex 7.20) e o segundo fechou os céus, pela sua palavra, para que não houvesse chuvas em Israel (I Rs 17.1). Moisés morreu e foi sepultado pelo próprio Deus e até hoje é desconhecido o local onde o seu corpo foi depositado e Elias foi arrebatado vivo. Os dois foram citados pelo profeta Malaquias, um em sequência ao outro (Ml 4.4), como um alerta para o grande e terrível dia do Senhor. O interessante é que os dois se manifestaram[2] com voz ativa no monte da Transfiguração e dialogaram com Jesus (Mc 9.4). Naquela ocasião um estava representando a Lei e o outro os Profetas e diante da Graça de Deus presenciaram o plano de salvação da humanidade manifesta em carne através do Filho de Deus.
Moisés perturbou o Egito e Elias foi acusado de perturbar o reino
apóstata de Israel (I Rs 18.17), mas nada que se compara ao que as duas
testemunhas farão conjuntamente, durante a primeira metade da Grande
Tribulação.
Trajados de pano
de saco, as duas testemunhas terão poder para fechar o céu para que não chova
nos dias da sua profecia (cfe I Rs 17.1) e terão também poder para fazer descer
fogo do céu (II Rs 1.10), terão poder sobre as águas para convertê-las em
sangue (cfe Ex 7.20; 9.9-10) e para ferir a terra com toda sorte de pragas,
quantas vezes quiserem, tal como as operações vistas durante o ministério de
Moisés e Elias.
As duas
testemunhas do Apocalipse serão as duas oliveiras e os dois castiçais (Ap
11.4), que se encontram diante de Deus, conforme a visão do profeta Zacarias
(Zc 4.2-14).
As duas
oliveiras, uma de cada lado do vaso de azeite, deveriam proporcionar o azeite
necessário para que as sete lâmpadas do castiçal continuassem acesas. Dois
ungidos que estarão diante do Senhor (Zc 4.14), os dois últimos profetas da
história, que terão um ministério público e de grandes sinais (Ap 11.3-6), para
fortalecer os mártires e despertar muitos outros.
Terminado o
ministério de quarenta e dois meses, a Besta os matará, na mesma cidade onde
Jesus foi crucificado. Naqueles dias Jerusalém será chamada espiritualmente de
Sodoma e Egito, devido a imoralidade e mundanismo (Ap 11.8).
E todos se
alegrarão com a morte das duas testemunhas, a ponto de mandarem presentes[3] uns
aos outros (Ap 11.8) e não permitirão que sejam sepultados, justamente para
prolongarem a alegria pelo fim das perturbações. Comemorarão a suposta derrota
das duas testemunhas e ficarão admirados pelo fato de terem sido quase
“enganados” . Seus corpos ficarão expostos em praça da cidade por três dias e
meio.
Depois deste
período, Deus enviar-lhes-á o espírito de vida, pondo-os de pé à vista de
todos. Em seguida, serão levados para o céu. Logo após o seu arrebatamento, a
cidade será abalada por um grande terremoto e sete mil homens morrerão (Ap
11.11-13), causando um sério prejuízo ao governo do Anticristo.
[1] A morte
não é obrigatória para todos aqueles que herdarão o céu, pois no dia do
arrebatamento muitos terão seus corpos transformados e não conhecerão a morte.
[2] Moisés
foi convocado por Deus e compareceu. Elias, o arrebatado, também esteve
presente? Carne, espírito ou em que tipo de corpo?
[3] Uma
copia do dia de Purim, comemoração do livramento que os judeus receberam
através da atuação da rainha Ester (Et 9.20-22).
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