O CLAMOR
Quando Moisés contemplou a situação
desesperadora, sentiu uma tristeza muito grande, pois não sabia como motivá-los
a crerem em Deus? Algo de bom estava por acontecer, mas para isto seria
necessário uma nova intervenção Divina para que não se rebelassem ou para que
não fossem iludidos pelo desejo maligno de retorno ao Egito.
Era o pastor zelando pelas suas ovelhas e
dando os primeiros sinais de seu amor por um povo que faria de tudo para que
agisse de outra forma. Que espanto seria para os hebreus e para a humanidade
caso Moisés, um dia, pegasse sua bagagem e família e voltasse para Midiã. O que
poderia impedi-lo de tomar decisão tão radical? A pressão era grande e as
reclamações eram constantes, mas acima disto, o amor e zelo, que sentia pelo
povo, já fluía de seu interior para o exterior e era visível a qualquer um.
O certo é que não teria coragem para
abandonar o barco, mas o mesmo não podemos dizer do povo, pois não pensariam
duas vezes. Para provocarem um motim seria fácil, haja vista a vulnerabilidade de
caráter e diversidade de pensamentos e condutas. Então como Moisés conseguiria
acalmar o ânimo de todos?
Talvez uma convocação geral para uma
reunião extraordinária, ou uma nova demonstração do poder de Deus com algo
nunca visto na Terra, ou quem sabe, Moisés poderia levantar um clamor solitário
e assim todos veriam o seu pedido ser atendido imediatamente, ou poderia usar o
seu cajado, diante dos olhos arregalados dos hebreus.
Alias, diante das condições espirituais
de muitos, seria normal que tentassem roubar este seu instrumento de trabalho
para adorá-lo, endeusá-lo ou quem sabe para tirarem proveito financeiro quando
entrassem em Canaã.
O clamor imaginado era uma realidade
inatingível para o povo. Para alguns seria melhor reclamar do que buscar ou apresentar
soluções. Como muitos não reuniam condições espirituais para clamarem,
simplesmente ficaram olhando Moisés entrar na presença de Deus.
continua...
Nenhum comentário:
Postar um comentário