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sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Prefiro murmurar no deserto. As dez murmurações do primogênito. Capítulo 2

O CLAMOR

Quando Moisés contemplou a situação desesperadora, sentiu uma tristeza muito grande, pois não sabia como motivá-los a crerem em Deus? Algo de bom estava por acontecer, mas para isto seria necessário uma nova intervenção Divina para que não se rebelassem ou para que não fossem iludidos pelo desejo maligno de retorno ao Egito.

Era o pastor zelando pelas suas ovelhas e dando os primeiros sinais de seu amor por um povo que faria de tudo para que agisse de outra forma. Que espanto seria para os hebreus e para a humanidade caso Moisés, um dia, pegasse sua bagagem e família e voltasse para Midiã. O que poderia impedi-lo de tomar decisão tão radical? A pressão era grande e as reclamações eram constantes, mas acima disto, o amor e zelo, que sentia pelo povo, já fluía de seu interior para o exterior e era visível a qualquer um.

O certo é que não teria coragem para abandonar o barco, mas o mesmo não podemos dizer do povo, pois não pensariam duas vezes. Para provocarem um motim seria fácil, haja vista a vulnerabilidade de caráter e diversidade de pensamentos e condutas. Então como Moisés conseguiria acalmar o ânimo de todos?

Talvez uma convocação geral para uma reunião extraordinária, ou uma nova demonstração do poder de Deus com algo nunca visto na Terra, ou quem sabe, Moisés poderia levantar um clamor solitário e assim todos veriam o seu pedido ser atendido imediatamente, ou poderia usar o seu cajado, diante dos olhos arregalados dos hebreus.

Alias, diante das condições espirituais de muitos, seria normal que tentassem roubar este seu instrumento de trabalho para adorá-lo, endeusá-lo ou quem sabe para tirarem proveito financeiro quando entrassem em Canaã.

O clamor imaginado era uma realidade inatingível para o povo. Para alguns seria melhor reclamar do que buscar ou apresentar soluções. Como muitos não reuniam condições espirituais para clamarem, simplesmente ficaram olhando Moisés entrar na presença de Deus. 

continua...

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

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