A MORADA TEMPORÁRIA DOS HEBREUS
Saíram felizes,
sarados, renovados e fortalecidos. Somente uma coisa que era maior que esta
alegria, a certeza de que a caminhada seria curta e que chegariam logo ao
destino, a Terra Prometida.
Acreditavam
seriam facilmente[1]
direcionados à Terra Prometida, quem sabe poderiam ser transladados e ou
arrebatados como Enoque (Gn 5.24).
Os mais
espirituais poderiam esperar, após as primeiras dunas do deserto, os carros de
Israel e seus cavaleiros em ação pela primeira vez na história (2 Rs 2.12). Ou
quem sabe encontrariam logo na saída uma comitiva de boas vindas ao deserto,
composta por anjos, assim como encontrou Jacó (Gn 32.1-2). Ou por fim poderiam
ser elevados às alturas como Jesus (At 1.9).
Tudo tem o seu preço, mas Israel não queria entender este principio.
Se ao menos se atentassem para a história dos patriarcas anteriores, veriam que
todos pagaram[2] um
preço, porque então o primogênito (Ex 4.22-23) não pagaria?
Israel caminhou
em direção à Terra Prometida, mas antes de alcançar o seu legitimo território
enfrentou situações desesperadoras, que julgavam desnecessárias. Imaginavam que
as promessas pudessem isentá-los de tal prova.
Quando saíram do Egito, cheios de vigor e alicerçados por grandes promessas, jamais imaginaram uma viagem tão longa e de fato não teria tal necessidade, mas Deus prolongou ao máximo, para que revelassem o verdadeiro caráter. O plano para libertação foi simples e eficiente. Foi uma decisão suprema, pois Deus resolveu e decidiu[3] pela libertação (Ex 2.23-24).
Quando os hebreus
viram a manifestação do “Eu Sou”, o Único e verdadeiro, não pensaram duas vezes
e aderiram ao grupo de vitoriosos que saíram do Egito. Isto marcou o inicio da
saga de Israel em busca de seu território prometido.
A saída foi uma bênção imerecida, fruto do clamor e orações. A
caminhada se tornou um sacrifico necessário, um trajeto curto que se alongou. A
chegada foi somente para dois[4]
fortes vitoriosos e para uma geração que se formou pós-saída.
Os hebreus precisavam conhecer melhor a Deus, por isso foram levados
ao deserto, um lugar de solidão, de esterilidade total, em que estariam
totalmente dependentes dos recursos divinos e onde ficaria nítida a diferença
entre os que queriam receber a bênção e os que desejavam somente passear ou
usufruir das providências de Deus.
Os passos dos hebreus estavam sendo vigiados pelas nações vizinhas que temeram, pois idealizaram a imagem de um povo forte, que arrasava tudo por onde passava. Mal sabiam que não eram nada disto. A fama sempre esteve muito a frente deles (Js 2.9-11), porém a murmuração, por todo aquele sacrifício, sempre os acompanhou.
O deserto foi necessário para que os hebreus aprendessem a se desvencilhar da carne por completo e para conhecerem a Deus na sua totalidade (Dt 8.2, 14).
continua...
[1] Se
entrassem facilmente em Canaã, certamente se considerariam pequenos deuses (cfe
Sl 82.1-8).
[2] Todos
eles pagaram o preço em meio ao deserto.
[3] Deus
decidiu libertar seu povo e não cobrou deles a fé para receberem a bênção, mas
para entrarem em Canaã a história foi bem diferente.
[4] Josué e
Calebe.
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