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quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Os primogênitos: Deixa o meu ir, senão levo o seu. Capítulo 5

A MORADA TEMPORÁRIA DOS HEBREUS 

Saíram felizes, sarados, renovados e fortalecidos. Somente uma coisa que era maior que esta alegria, a certeza de que a caminhada seria curta e que chegariam logo ao destino, a Terra Prometida.

Acreditavam seriam facilmente[1] direcionados à Terra Prometida, quem sabe poderiam ser transladados e ou arrebatados como Enoque (Gn 5.24). 

Os mais espirituais poderiam esperar, após as primeiras dunas do deserto, os carros de Israel e seus cavaleiros em ação pela primeira vez na história (2 Rs 2.12). Ou quem sabe encontrariam logo na saída uma comitiva de boas vindas ao deserto, composta por anjos, assim como encontrou Jacó (Gn 32.1-2). Ou por fim poderiam ser elevados às alturas como Jesus (At 1.9).

Tudo tem o seu preço, mas Israel não queria entender este principio. Se ao menos se atentassem para a história dos patriarcas anteriores, veriam que todos pagaram[2] um preço, porque então o primogênito (Ex 4.22-23) não pagaria?

Israel caminhou em direção à Terra Prometida, mas antes de alcançar o seu legitimo território enfrentou situações desesperadoras, que julgavam desnecessárias. Imaginavam que as promessas pudessem isentá-los de tal prova.

Quando saíram do Egito, cheios de vigor e alicerçados por grandes promessas, jamais imaginaram uma viagem tão longa e de fato não teria tal necessidade, mas Deus prolongou ao máximo, para que revelassem o verdadeiro caráter. O plano para libertação foi simples e eficiente. Foi uma decisão suprema, pois Deus resolveu e decidiu[3] pela libertação (Ex 2.23-24).

Quando os hebreus viram a manifestação do “Eu Sou”, o Único e verdadeiro, não pensaram duas vezes e aderiram ao grupo de vitoriosos que saíram do Egito. Isto marcou o inicio da saga de Israel em busca de seu território prometido.

A saída foi uma bênção imerecida, fruto do clamor e orações. A caminhada se tornou um sacrifico necessário, um trajeto curto que se alongou. A chegada foi somente para dois[4] fortes vitoriosos e para uma geração que se formou pós-saída.

Os hebreus precisavam conhecer melhor a Deus, por isso foram levados ao deserto, um lugar de solidão, de esterilidade total, em que estariam totalmente dependentes dos recursos divinos e onde ficaria nítida a diferença entre os que queriam receber a bênção e os que desejavam somente passear ou usufruir das providências de Deus.

Os passos dos hebreus estavam sendo vigiados pelas nações vizinhas que temeram, pois idealizaram a imagem de um povo forte, que arrasava tudo por onde passava. Mal sabiam que não eram nada disto. A fama sempre esteve muito a frente deles (Js 2.9-11), porém a murmuração, por todo aquele sacrifício, sempre os acompanhou.

O deserto foi necessário para que os hebreus aprendessem a se desvencilhar da carne por completo e para conhecerem a Deus na sua totalidade (Dt 8.2, 14).

continua...



[1] Se entrassem facilmente em Canaã, certamente se considerariam pequenos deuses (cfe Sl 82.1-8).

[2] Todos eles pagaram o preço em meio ao deserto.

[3] Deus decidiu libertar seu povo e não cobrou deles a fé para receberem a bênção, mas para entrarem em Canaã a história foi bem diferente.

[4] Josué e Calebe.

Por: Ailton da Silva - 11 anos (Ide por todo mundo)

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