Indisciplinados, não estavam preparados para enfrentar inimigos
poderosos como os filisteus que habitavam às margens do Mar Mediterrâneo, por
isto foram desviados para o caminho mais longo (Ex 13.17-18), que em tese seria
fácil e até mesmo seguro.
Esta rota, traçada por Deus, era o caminho mais longo, tanto para irem
quanto para voltarem, caso tivesse esta ousadia e coragem. Se tivessem ido pelo
caminho mais curto, certamente os revoltosos voltariam mais rápido para o
Egito.
Em muitas oportunidades pediram autorização para o retorno ao Egito,
mas no fundo sabiam o quanto seria difícil o retorno, mesmo porque como
atravessariam o Mar Vermelho? A nado com suas próprias forças? Ou imaginavam
que Deus pudesse separar as águas e tornar seco o caminho para os derrotados e
indisciplinados?
Em condições normais seria possível percorrer este trajeto em pouco
mais de trinta[1]
dias, mesmo com toda aquela carga.
Seguiram o
caminho mais longo, porém necessário, já que para ficar marcado na história das
duas nações algo de extraordinário deveria acontecer e Deus ainda tinha muito
por mostrar aos hebreus durante o trajeto.
Se tivessem
seguido pelo caminho curto, de poucos dias, certamente não veriam as operações,
misericórdias e milagres de Deus e não teriam a certeza da chamada.
Pelo caminho
longo, os egípcios seriam eliminados, os filisteus, seus futuros inimigos,
seriam evitados e quando chegassem em Canaã já teriam a experiência e estrutura
para suportarem e reprovarem a conduta pecaminosa dos cananeus, sem contar que
já teriam forças suficientes para lutarem pelas suas próprias terras. Além do
mais, pela caminhada amariam mais a obra e passariam este sentimento às futuras
gerações.
Mas antes de
enfrentarem os cananeus, se depararam com outro grande inimigo, o deserto, que
para alguns, era considerado o único obstáculo até Canaã. Todos tinham ciência,
mas não queriam encará-lo, desejavam facilidades. Quem sabe não pensaram
transladação até o destino final? Isto contrariava a vontade de Deus, que
desejava a adoração e o serviço naquele lugar (Ex 5.1), para provarem dignos de
na Terra Prometida.
Deus afirmou que
se tornariam uma grande nação, mas como poderiam crer com convicção diante
daquela precária situação? Famintos, pobres, medrosos, alguns doentes, outros
com intenções[2]
diferentes. Somente Deus poderia trabalhar em favor deles. O socorro viria do
alto, a partir do momento em que para lá olhassem (Sl 121.1).
continua...
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