2ª MURMURAÇÃO - MOTIVO: FALTA DE ÁGUA DOCE
Estavam de uma
vez por todas engajados naquela caminhada, cansados, mas não poderiam parar,
pois não tinham autorização para fixarem moradas naquelas regiões.
Mesmo não
visualizando a Terra Prometida e não conseguindo imaginar a distância[1] que
ainda faltava, deveriam prosseguir. Se passasse pela cabeça dos revoltosos,
murmuradores ou descontentes o tempo em que ainda peregrinariam, certamente
tentariam se adaptar às precárias condições de vida que aquele deserto
proporcionava.
A esperança era a visão da Terra
Prometida após algum monte, porém era grande a desilusão, pois avistavam
somente areia, deserto, novos inimigos[2] e intermináveis problemas.
O sobe e desce do nível espiritual dos
hebreus nunca ficou tão evidente quanto nos dias que antecederam e os
posteriores à saída. Ficaram tão alegres e temerosos com as pragas e saída e se
entristeceram logo quando deram de cara com o mar Vermelho.
A alegria demonstrada na abertura do
gigante mar Vermelho e posterior morte dos inimigos deu lugar ao choro diante
das águas amargas. Na verdade, não estavam reclamando de Moisés, o líder, mas
de Deus (Ex 16.7,8), assim como muitos pensam e fazem hoje. Reclamar e cobrar
de Moisés não era a solução para aquele problema.
Não imaginavam, mas estavam sendo
vigiados. Cada passo, ação, conversa e planos. Enquanto caminhavam, as outras
nações se preparavam para o temido encontro com os hebreus. A fama corria muito
à frente deles (Js 2.10-11).
O retorno para o Egito até poderia ser
cogitado, mas como atravessariam novamente o mar Vermelho? Será que Deus
abriria novamente para passarem a seco? E os egípcios, que não foram com Faraó,
na frustrada tentativa de recaptura, como recepcionaria os desiludidos hebreus
quando adentrassem os portões daquela potência? Recepção calorosa ou vingança
pelos muitos mortos no mar Vermelho e pelas pragas.
A primeira abertura do mar havia sido
para os vitoriosos e jamais o milagre seria repetido para os derrotados. Quem
sabe os egípcios os ajudariam na travessia, à base de muitas chicotadas e lhes
concederia pão e água em troca dos trabalhos forçados ao extremo. Portanto, se
a caminhada estava difícil, longa, dolorosa, muito mais seria o retorno.
A certeza de que Deus estava vigiando e
guiando era grande, mas consideravam desnecessária aquela caminhada e não a
viam como aprendizado. Durante o trajeto conheceram todo o tipo de mal que as
outras nações praticavam e deveriam cuidar para não repetir quando tomassem
posse da Terra Prometida.
Pela experiência adquirida no deserto,
certamente não teriam dificuldades em cumprir as ordens de Deus, tão logo
chegassem à Canaã. A longa viagem serviu para provarem que eram realmente
dignos da Terra Prometida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário