Coincidências ou repetições da história?
Seu pai, Jacó, quando fugiu, da morte
certa, levou apenas a roupa do corpo, tanto que orou pedindo a Deus que o
guardasse e provesse os recursos durante a sua viagem. O seu retorno foi bem
diferente, pois estava cumprindo a vontade de Deus. Durante todo o tempo em que
permaneceu longe de sua família foi um homem próspero, mas será que teria
atingido este estado, caso tivesse ficado e afrontado seu raivoso irmão?
Provavelmente não!
Agora estava José no trono e seus irmãos na lona, falidos, sem recursos e clamando por ajuda. Momento ideal para a tão esperada vingança, que não aconteceu, mas que chegou a passar pela mente de José (Gn 42.9).
Os que planejaram o mal na vida de José acabaram comendo nas mãos do bem sucedido[1] irmão, que preferiu oferecer o que tinha de melhor. Aprendeu com o pai, pois o seu coração não suportou ver as condições de miséria de seus irmãos.
O estranho é que invejaram, no passado,
uma peça de roupa, mas não sentiram inveja do trono e do carro que o irmão
desfilava atrás de Faraó. Aprenderam a lição e não queriam mais pagar pesado
preço pelo repetição do erro.
Este foi o plano de Deus para restaurar e
unir novamente aquela família, pois a fome assolou aquela região e somente o
Egito se preparou para enfrentá-la, graças aos conselhos de José, mediante a
interpretação dos sonhos de Faraó.
José foi enviado por Jacó, antes de ser
vendido, para verificar a situação de seus filhos que estavam pastoreando longe
e viu murmuradores e invejosos e acabou vendido como escravo.
Na esperança de conseguirem mantimentos
no Egito, os irmãos foram enviados e viram José trabalhando, bem diferente
deles, um estadista, um homem justo e honrado, uma verdadeira autoridade
comprometida com seu cargo. Restava somente se prostrarem e aprenderem com o
irmão.
Não sabiam que estavam negociando com o
próprio irmão. Foram interrogados e reconhecidos por José que, emocionado,
segurou a emoção por revê-los, e se retirou para enxugar suas lágrimas.
Naquele momento tinha todo o poder em
suas mãos para se vingar, porém o amor foi maior, mesmo com as cenas da traição
ainda frescas em sua mente, a aflição sentida ao ser levado como escravo para o
Egito e o tempo que ficou preso, inocente, tudo isto poderia influenciá-lo em
sua decisão, mas sabiamente tomou a direção correta.
A tristeza que sentia chegava ao fim.
Restava apenas se revelar a seus irmãos e reencontrar seu pai. Mas como fazer
isto, precisava de um plano. Era necessário transferir o problema para aqueles
que haviam criado. Estrategistas para elaboração de planos para se vingar havia
muitos, mas queria outro tipo de conselho, precisava resgatar no passado
ensinamentos recebido de seu pai para não se vingar de seus irmãos.
Este talvez fosse o momento de forçar, humanamente, o cumprimento das promessas de Deus, pois se lembrou dos sonhos, mas não aproveitou a oportunidade. Desejava somente encontrar uma forma de se revelar, de saber notícias do pai. A dor provocada pela traição e solidão na prisão nunca mais seria sentida.
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