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sábado, 18 de junho de 2011

plano de aula - lições trimestres anteriores

1º trimestre de 2007

A Igreja e a sua missão
Lição 10 – 11/03/2007
VISITAÇÃO

Introdução
A visitação, pratica que, infelizmente, neste mundo onde se defende cada vez mais o individualismo, tornou-se rara e, o que é mais triste, quando é realizada, o é de forma inadequada.



1) Significado

Visitar significa ir ver (alguém), ir conhecer, rever, inspecionar, vistoriar, revelar (Deus) a graça, conviver. Exige um gesto de deslocamento para que haja um exame mais minucioso e demorado de uma pessoa.
• Antigo Testamento – a palavra visitar aparece com o sentido de punir, castigar (Gn 50:24-25), numa clara demonstração de que a visita divina envolve juízo e julgamento tanto para a restauração espiritual do seu povo como para castigo dos ímpios;
• Novo Testamento – a palavra visitar tem o significado de considerar, procurar, inspecionar, examinar com os olhos para ver como alguém é, para ajudar o pobre, o necessitado e o aflito, com o propósito de trazer salvação (At 7:23, 15:36, Tg 17:27).

Esta diferença de significação entre o Novo e o Antigo Testamento é bem coerente, pois o papel da Igreja é dar continuidade a obra de Jesus que veio ao mundo não para julgá-lo e nem tampouco condená-lo, mas sim, para que fosse salvo por Ele. De pronto, pois vemos que toda e qualquer visita que seja motivada pelo propósito de julgamento e condenação não tem qualquer respaldo bíblico.


2) Elementos essenciais da visita:

• Visitar exige o deslocamento de alguém para o local onde esta a outra pessoa, ou pode ser com a ajuda da tecnologia, de forma virtual;

• É preciso que se tenha o desejo de ingressar no ambiente ou no mundo do visitado, é preciso um motivo, um propósito;

• Exige uma atitude de empatia, de compaixão, para que haja a devida compreensão, o devido esclarecimento e aconselhamento. Ex: Deus ao visitar o seu povo no Egito, afirmou ter descido para livrá-los (Ex 3”8), ou seja, visitar alguém exige que assumamos a sua posição, que estejamos ao seu nível;

• Exige cortesia, devemos ser civilizados, educados, toda visita deve ser feita conforme as regras de boas maneiras vigentes, devemos respeitar os costumes locais e as normas de boa educação, mesmo que sejam de origem humanas ou que nada aproveitam para o lado espiritual. Por isto, não devemos nos opor aos costumes existentes nos lugares visitados, mas não devemos participar de tudo aquilo que contraria a Palavra de Deus. Na casa de Jairo e mesmo sendo zombado Jesus se mostrou sóbrio e equilibrado;

• Devemos ter ciência do dever cívico da visita. Tiago afirmou que a religião pura e imaculada para com Deus, o Pai é visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo (Tg 1”27). Isto não é um dever em relação as pessoas carentes (órfãos e viúvas desprotegidos), mas sim é uma obrigação imposta por Deus aos homens. Assim devemos visitar os que choram, e chorar com eles, os que não tem como nos recompensar, também devemos visitar e se alegrar com os que estão alegres;

• Para se visitar é necessário a afeição, o amor fraternal, desta forma a finalidade da visita não é a destruição das almas. As visitas destruidoras não são motivadas pela afeição, mas pela hipocrisia. Os fariseus, segundo Jesus, eram especialistas neste tipo de visita (Mt 23”14). Quantos, sedizentes crentes em Cisto, não tem adentrado nos lares apenas para fomentar a difamação e a maledicência com suas línguas felinas? Quantos, em vez de trazerem consolo e conforto, não trazem a discórdia, o desalento e o desespero?

• A visitação envolve uma questão ética importantíssima, que é o dos limites da privacidade da pessoa visitada. Jamais podemos ser indiscretos, violadores da intimidade alheia, curiosos;

• A visitação deverá ser antecedida de um convite, dos que estão passando por grandes necessidades espirituais, em fraqueza. Jamais se poderá visitar alguém de surpresa, sem prévio aviso, de modo a causar-lhe embaraço, mal estar e ate contrariedade, precisamos ter muita prudência também na duração. Inclusive onde há integrantes da família que não comungam a mesma fé;


3) Visitas feitas por Jesus

• Pedro (Mt 8”14) – Jesus visitou a casa de alguns de seus discípulos, mesmo tendo ordenado a eles que deixassem tudo para trás para segui-lo, pois era importante visitar a casa dos que estavam se convertendo e que estariam ao lado dele na obra;

• Matheus o publicano (Mt 9”10) – Jesus não se deixava levar pelos preconceitos sociais, pois entrou na casa de Matheus, novo convertido, que convidou seus amigos que eram todos pecadores e publicanos. Jesus tinha ciência que a casa não era sua, era de Matheus, por isto não poderia impedir a entrada dos amigos dele;

• Jairo (Mt 9”23) – Jesus não desista de nenhuma visita, nem mesmo quando tentaram desmotivá-lo no meio do caminho, pois não deixou que a incredulidade de alguns atrapalhasse o seu intento e até mesmo quando chegou na casa não permitiu que aqueles que, haviam sido contratados para chorarem e tocarem, atrapalhassem a sua operação;

• Simão o leproso, (Mt 26) – Jesus dava valor as pessoas e não as coisas, quando entrou na casa de Simão, uma mulher lançou ungüento caríssimo aos seus pés. Esta atitude foi reprovada pelas pessoas que estavam na casa, exceto por Ele;
• Simão, o fariseu (Lc 7”36) – Jesus não se importava quando não era bem recebido em uma casa, mesmo que tivesse sido convidado, mas nem por isso se magoava ou entristecia;

• Marta e Maria (Lc 10”38) – enquanto Marta se preocupava com os serviços da casa, Maria ficava aos pés do Senhor, em nenhum momento Jesus exigiu a presença de Marta e tampouco ordenou que Maria a fosse ajudar para terminarem logo o serviço, o seu propósito era pregar.

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