“Então disse a Abrão:
Saibas, de certo, que peregrina será a tua descendência em terra alheia, e será
reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos...”
“...mas também eu
julgarei a nação, à qual ela tem de servir, e depois sairá com grande riqueza”.
(Gn 15.13-14)
O maior temor dos egípcios, após a
morte de José e diante do crescimento vertiginoso dos hebreus, foi justamente a
possibilidade daquele povo se aliar aos inimigos de Faraó para vencê-los ou
dominá-los em seu próprio território, por isso optaram pela escravidão e
opressão.
Desta forma cooperaram para o
cumprimento da primeira parte da Palavra do próprio Deus:
“decerto que peregrina será a tua
semente em terra que não é sua; e serví-los-á e afligi-la-ão quatrocentos
anos”.
Porém os algozes se esqueceram da
segunda parte da profecia, a principal, que dizia respeito a eles:
“[...]
Eu (Deus) julgarei a gente à qual servirão, e depois sairão com grande
fazenda”.
O grande desejo dos hebreus era serem
reconhecidos como nação independente e povo exclusivo de Deus, mas isto não
seria alcançado com facilidade. Após as dez pragas, Faraó não
suportando mais as consequências de sua teimosia, não somente permitiu a saída,
como também expulsou (Ex 12.31) aquele povo para adorarem no deserto, em liberdade.
Levaram família, gado e tudo o que os
egípcios lhe deram como recompensa (Ex 11.2-3) pelos quatro séculos de trabalho. O último
pedido do opressor foi: “abençoai-me também a mim”.
Uma alegria nunca vista na terra. Que
satisfação! Os egípcios contemplaram o desfile dos vitoriosos, alguns rangeram
os dentes de raiva, outros juraram vingança, muitos desejaram boa viagem: “vão
com seu Deus e sumam daqui”.
Mas alguns temerosos pais e mães e
pais, que ainda choravam a morte de seus primogênitos, balançavam os lenços e
toalhas brancos em suas janelas, como sinal de rendição. Estavam glorificando o
verdadeiro e único Deus.
Os hebreus passavam pelas ruas e
desafiavam os egípcios com seus olhares, agora altivos, se sentiram fortes. A
conversa foi diferente. Gritaram em bom e alto som para todos ouvirem: “Quem
mandou mexer com o nosso Deus”.
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