Texto áureo
“Pela fé, entendemos que os mundos,
pela palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi
feito do que é aparente” (Hb 11.3).
Verdade prática
A primeira grande verdade da Bíblia é que Deus criou os
Céus, a Terra e o ser humano.
Leitura bíblica em classe: Salmos 104.1-14.
1 — Bendize, ó
minha alma, ao SENHOR! SENHOR, Deus meu, tu és magnificentíssimo; estás vestido
de glória e de majestade.
2 — Ele
cobre-se de luz como de uma veste, estende os céus como uma cortina.
3 — Põe nas
águas os vigamentos das suas câmaras, faz das nuvens o seu carro e anda sobre
as asas do vento.
4 — Faz dos ventos
seus mensageiros, dos seus ministros, um fogo abrasador.
5 — Lançou os
fundamentos da terra, para que não vacile em tempo algum.
6 — Tu a
cobriste com o abismo, como com uma veste; as águas estavam sobre os montes;
7 — à tua
repreensão, fugiram; à voz do teu trovão, se apressaram.
8 — Subiram
aos montes, desceram aos vales, até ao lugar que para elas fundaste.
9 — Limite
lhes traçaste, que não ultrapassarão, para que não tornem mais a cobrir a
terra.
10 — Tu, que
nos vales fazes rebentar nascentes que correm entre os montes.
11 — Dão de
beber a todos os animais do campo; os jumentos monteses matam com elas a sua
sede.
12 — Junto
delas habitam as aves do céu, cantando entre os ramos.
13 — Ele rega
os montes desde as suas câmaras; a terra farta-se do fruto das suas obras.
14 — Ele faz
crescer a erva para os animais e a verdura, para o serviço do homem, para que
tire da terra o alimento.
INTRODUÇÃO
O livro de Gênesis não é uma alegoria, por isso, é
imprescindível que consideremos a narrativa da criação um fato histórico; algo
que aconteceu exatamente como está escrito. Tendo em vista este parâmetro,
estudemos, agora, a Doutrina da Criação. Comecemos por definir o Criacionismo
Bíblico.
I. O CRIACIONISMO BÍBLICO
1. DEFINIÇÃO.
O Criacionismo Bíblico é a doutrina segundo a qual Deus
criou, a partir de sua palavra, tudo quanto existe: os Céus, a Terra, os reinos
vegetal e animal, e finalmente o ser humano (Hb 11.3). Ele criou tudo a partir
do tudo.
O ensinamento bíblico difere totalmente das muitas
teorias que foram criadas ao longo da história, todas com o intuito de ofuscar
a obra de Deus.
2. FUNDAMENTOS.
O Criacionismo fundamenta-se na Bíblia Sagrada, na
manifestação silenciosa da natureza e nas observações e estudos que dela
fazemos (Rm 1.20; Sl 119.1-6). O início do livro de Gênesis afirma o
ensinamento bíblico e se opõe a qualquer visão contrária.
3. OBJETIVOS.
Três são os objetivos do Criacionismo:
a) Mostrar que Deus é o Criador de todas as coisas,
animadas ou inanimadas;
b) Demonstrar que, por criar tudo quanto existe, tudo lhe
pertence e que tudo foi criado para que fosse provido um lugar para o homem
habitar. O firmamento anuncia a grandiosidade da obra de Deus;
c) Levar-nos a adorá-lo como nosso Criador e Senhor, pois
toda a glória deve ser direcionada a Ele e todos os elementos da natureza lhe
rendem louvores, inclusive cabe ao homem esta incumbência.
II. A CRIAÇÃO DO TEMPO, DO ESPAÇO E DA LUZ
1. O TEMPO.
Entre os versículos um e três do primeiro capítulo de
Gênesis há um intervalo indefinido, no qual Deus criou o tempo, o espaço, os
Céus e os anjos e, finalmente, a Terra ainda informe. Embora a Bíblia não o
diga, podemos afirmar que a primeira coisa que Deus criou foi o tempo. Isto
porque a obra divina, embora concebida na eternidade, somente poderia ser
consumada no âmbito temporal. Só o Criador é eterno. A criação acha-se sujeita
ao tempo, requerendo as intervenções e cuidados divinos (Sl 104.5).
A expressão “no princípio”
foi usada para demonstrar a situação da Terra antes do início do plano de
criação e também porque o homem jamais teria condições de determinar a época, o
tempo ou em que condições se deu tal evento, devido à inexistência de um
calendário ou registros apropriados.
O limitado conhecimento
humano também impede o estabelecimento de uma relação cronológica entre o que
já existia e o que veio a ser criado depois, portanto, não existe outra
expressão capaz de revelar com exatidão as condições do planeta antes do início
da criação.
2. O ESPAÇO.
O que é o espaço? Podemos defini-lo como o tecido cósmico
que Deus criou para colocar os corpos celestes. Portanto, o espaço também é
criação divina e foi criado “a fim de conter a sua obra”, mas não se limitando ao tempo ou muito menos
ao espaço, como está o homem.
3. OS CÉUS E OS ANJOS.
Os Céus, a morada de Deus, também foram criados num
contexto espaço-temporal, por uma razão bastante simples: embora não pertençam
à nossa dimensão, são um lugar bem real. É para lá que as almas dos justos são
encaminhadas. Após a criação dos Céus, Deus chamou à existência os seus anjos
através do sopro de sua boca (Sl 33.6). E assim, o Senhor neles infundiu,
também, a sua imagem e semelhança. Portanto eles não surgiram a partir de
outros anjos, mas foram criados em algum momento, antes da criação do mundo
físico, em um estado de santidade.
4. A TERRA AINDA INFORME.
Deus formou a Terra antes dos seis dias da criação. A
princípio, informe e vazia, seria modelada pelo Espírito de Deus até que viesse
a adquirir a forma atual (Gn 1.2).
No
entanto, por sermos conhecedores da eterna perfeição de Deus jamais
aceitaríamos a sua obra de criação se resumindo à apenas aquele ato, ou seja,
uma Terra disforme, sem vida, sem beleza, sem aparência, entregue a uma
completa escuridão e desprovida de recursos humanos ou Divino. Jamais Ele nos
colocaria em condições tão precárias, pois havia planejado muito mais do que
poderíamos imaginar.
III. A ORDENAÇÃO DA TERRA
1. O ESPÍRITO SANTO NA CRIAÇÃO.
O Espírito Santo pairou sobre as águas (Gn 1.2), estava
se movendo sobre a superfície, como se estivesse cuidando. Ele esteve presente
e desempenhou um papel ativo na obra da criação. O que vemos pelo relato
bíblico é que a cada dia, Deus fez uma tarefa diferente, mas ordenada, para que
a vida fosse possível em nosso planeta.
2. TAREFAS ORDENADAS.
Em sua obra a cada dia, Deus agiu de forma bem
específica, organizando o cenário em que seria colocada a vida em nosso
planeta. Primeiro Ele preparou o mundo para receber os seres vivos, depois os
criou. Ele primeiro criou o ambiente em que viveríamos, para depois nos criar.
IV. A CRIAÇÃO DA LUZ
1. E HOUVE LUZ.
A criação da luz, no primeiro dia do Universo, é
carregada de significados (Gn 1.3). Embora o Criador dela não precisasse, a
criação a reclamava (Sl 139.12). Sem luz, a vida seria impossível.
Esta luz
representa a revelação da verdade ao homem.
2. A LUZ INICIAL.
A luz de Gênesis 1.3 não era proveniente do Sol, pois
este só viria a ser criado no quarto dia. Ela provinha do próprio Deus. Luz
semelhante, porém mais gloriosa, haverá na Jerusalém Celeste (Ap 22.5).
Esta luz, cósmica, natural
e diferente, possui uma fonte de energia que não está ao alcance do
entendimento humano, tampouco depende da presença do sol para mantê-la, haja
vista que mesmo na completa escuridão ainda é possível enxergarmos. Somente não
era na Terra original, totalmente tomada pelas trevas.
A luminosidade e o calor
produzidos pelos astros responsáveis não podem ser comparados com esta
claridade vista inclusive nos dias nublados, portanto o homem e tampouco o sol
ou a lua são capazes de irradiar a luz vista no primeiro dia da criação.
V. A SEPARAÇÃO DAS ÁGUAS
1. SEPARANDO AS ÁGUAS.
Deus não criou a Terra
para ser um caos, mas para servir-nos de habitação (Is 45.18). Por isso, no terceiro dia da Criação,
separou as águas que se achavam abaixo e acima do firmamento (Gn 1.6-10).
No segundo dia Deus olhou
para a Terra e viu muitas águas e acima delas o firmamento, foi neste momento
que Ele ordenou a separação entre elas e ao mesmo tempo inovou, surpreendeu,
abençoou. Deus criou o firmamento, separando-o da terra e o colocou na região
nobre, no alto. Dotou-o de umidade própria para formar as chuvas que regariam o
planeta.
2. A CRIAÇÃO DA ATMOSFERA.
Foi ainda no terceiro dia que Deus criou o firmamento; e,
com este, a atmosfera terrestre, para que a vida se tornasse possível.
Deus
criaria o sol somente no quarto dia, mas logo no segundo sabia que o homem não
suportaria toda a sua energia, por isso instalou uma proteção capaz de absorver
os raios solares nocivos a nossa saúde, sendo esta camada de vital importância
para a nossa sobrevivência.
Outra finalidade desta
camada, além de filtrar os raios solares, seria a de purificar o ambiente para
retirar as impurezas do ar, apesar de que até aquele momento Deus havia criado
apenas a luz, não vimos nenhuma menção de sua parte, em relação ao oxigênio,
item importantíssimo para as reações químicas que se resultariam após todo o
processo de criação, uma vez que o homem, os animais e a natureza, todos
dependeriam e contribuiriam para a renovação do ar. Talvez por isto Deus tenha
se preocupado tanto com a natureza, criando as grandes árvores frutíferas e
dando a elas a função de purificarem o ambiente antes de dar vida a sua maior criação.
VI. A CRIAÇÃO DO REINO VEGETAL
1. O REINO VEGETAL.
Para que os animais, que só seriam criados no quinto e no
sexto dias, pudessem se alimentar, o Senhor, já no terceiro dia da criação, fez
brotar as relvas, as ervas e as árvores (Gn 1.11-13). Em sua obra, Deus
mostrou-se em tudo perfeito e metódico. Seu cronograma foi rigorosamente
cumprido (Sl 86.8).
Deus ordenou o
aparecimento do mundo botânico na porção seca, ervas, sementes e árvores
frutíferas, dando vida à natureza, sua oficina, seu local de trabalho.
2. AS POSSIBILIDADES DO REINO VEGETAL.
Deus ordenou que o reino vegetal produzisse ervas,
plantas e árvores frutíferas, para que pudessem se multiplicar segundo a sua
espécie (Gn 1.11,12).
Desta forma Deus criou-se
um ciclo e um vínculo, pois a natureza produziria alimentos para o homem, após
a sua criação e este por sua vez a tentaria preservar, em outras palavras, um
dependeria do outro para existir. Agora
sim a Terra começava a dar condições de vida.
As duas forças que dominariam
a Terra ficaram frente a frente, de um lado o homem, com a sua impiedade, sem
medir as conseqüências de seus atos e do outro a natureza, frágil e ao mesmo
tempo forte, lutando contra o descaso destruidor humano.
Estava formada então a
natureza, símbolo da Beleza e Santidade de Deus, a única que permanece fiel às
ordens de Deus, produzindo alimentos e vida. A sua lentidão, precisa e perfeita
provoca no homem o ímpeto para destruir, em pouco tempo, o que levou anos para
ser formado.
VII. A CRIAÇÃO DO SISTEMA SOLAR
1. A CRIAÇÃO DO SOL, DA LUA E DAS ESTRELAS.
No quarto dia, Deus criou o Sol, a Lua e as estrelas (Gn
1.14-19) e regulou seus movimentos a fim de determinarem as estações e anos.
Dessa forma, o tempo será dividido não apenas em dia e noite, como acontecia
até ao terceiro dia, mas também em semanas, meses, estações e anos (Gn 1.14).
Foi algo grandioso,
magnífico, que auxiliaria a humanidade em seu planejamento, controle pessoal e
de todos os acontecimentos do passado ajudando com isto a História no que tange
ordenar e comprovar cronologicamente os fatos históricos.
Deus já havia ordenado o
surgimento da luz, porque então criar o sol? A Terra já possuía uma fonte de
claridade, mas ainda os anos e estações não estavam sendo determinados e não havia
produção de calor em grande escala, tão necessário para o homem quanto para a
natureza.
Deus era sabedor que o
homem teria necessidade de trabalhar durante um período e descansar no outro,
prova física e clara de nossa limitação corporal.
No ponto de vista
histórico como estaria à humanidade se não existisse o sol para determinar dias
e anos? A nossa história seria vaga, não existiriam registros ou provas, cada
um defenderia suas idéias, deixando-nos envolvidos em uma verdadeira guerra de conhecimentos próprios,
ideologias ultrapassadas, cercados de uma eterna escassez de memória histórica,
totalmente perdidos, mas graças a esta criação foi possibilitado ao homem ter o
controle cronológico dos fatos, universalizando assim as suas teses. Deus viu
que isto foi de grande valia para a humanidade.
2. A PERFEIÇÃO DO SISTEMA SOLAR.
Deus criou o sistema solar para funcionar perfeitamente,
conforme declarou o profeta Jeremias: “Assim diz o Senhor, que dá o sol para a
luz do dia e as leis fixas à lua e às estrelas para a luz da noite, que agita o
mar e faz bramir as suas ondas; Senhor dos Exércitos é o seu nome. Se falharem
estas leis fixas diante de mim, diz o Senhor, deixará também a descendência de
Israel de ser uma nação diante de mim para sempre” (Jr 31.35,36 — ARA). Não há máquina tão perfeita quanto o sistema solar (Is
40.26). Em nenhum momento o universo foi “convocado” para um “recall”.
VIII. A CRIAÇÃO DO REINO ANIMAL
1. QUINTO DIA.
Somente depois de o ambiente natural estar devidamente
aparelhado é que Deus criou, no quinto e sexto dias, os animais aquáticos,
alados e terrestres. O Criador agiu de forma sábia em seus intentos. No quinto
dia, Deus criou os grandes animais marinhos e os peixes; em seguida, as aves
(Gn 1.20,21). Ato contínuo, ordenou-lhes: “Frutificai, e multiplicai-vos, e
enchei as águas nos mares; e as aves se multipliquem na terra” (Gn 1.22).
Durante o passar dos anos
o homem desbravou a Terra e os mares descobrindo espécies de peixes, animais
marinhos, aves e também inúmeras formas de vida, muitas delas minúsculas, quase
invisíveis. Foi exatamente isto o que aconteceu no quinto dia, quando Deus,
pensando em facilitar a vida humana, ordenou que as águas e os céus produzissem
répteis, peixes de todas as espécies e aves, respectivamente, ordenando que
enchessem as águas dos mares e povoassem os céus.
A criação das aves do céu
representava a liberdade do homem para alçar vôos em direção ao celeste, ao
espiritual. Do alto é possível contemplar as maravilhas de Deus, obras de suas
mãos, bem como visualizar a diferença entre aqueles que estão e os que não
estão na presença do Criador.
Voar, como os pássaros,
estar por cima, por cabeça e não por cauda, com visão aguçada para enxergar o
necessário, contemplando as grandezas de Deus, para depois mergulhar nas águas
do Espírito.
A criação dos animais nos
mares é prova de que a visão aguçada, o poder e as grandezas de Deus não são
vistas somente de cima, mas também podem ser contemplados quando o homem está
por baixo, no escuro, nos escombros, nos monturos, nas decisões, nos
comportamentos, nas atitudes, nas mínimas e humildes coisas, nos fracos, nas
minúsculas criaturas, que às vezes não valorizamos. Até mesmo nas profundezas dos
mares existe luz, refletida através dos minerais ou dos próprios peixes.
2. SEXTO DIA.
No sexto dia, Deus criou os animais selvagens e os
domésticos (Gn 1.24,25). No que tange aos animais, há uma espantosa variedade
de espécies entre eles e, ao mesmo tempo, uma cadeia maravilhosa que os
identifica (Sl 104.24). Observemos, por exemplo, a família dos felinos. Vai
desde o gatinho até ao leão, rei dos animais. No sexto dia, Deus criou também o
homem, e assim deu início à humanidade.
No sexto dia Deus ordenou
a criação de toda sorte de animais terrestres, répteis, inclusive gados e
grandes rebanhos para que enchessem toda a Terra. A visão era perfeita, riqueza
na arborização, os céus povoados pelas aves, os mares com os seus limites e
animais marinhos, a natureza formada com todo o seu resplendor, mas faltava
algo para completar a sua obra, justamente um que tivesse domínio sobre tudo e
todos, é claro, que toda a sua obra não se resumiria a benefícios ao planeta e
animais. Deus pensava mais alto, havia deixado o principal para o final.
CONCLUSÃO
Deus não se limitou a criar os Céus, a Terra, os animais
e o ser humano. Fazendo-se presente em sua obra, mas sem confundir-se com esta,
Ele se mostra presente e soberano em todas as coisas. Não estamos sozinhos
neste mundo. O Pai Celeste zela por nós.
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