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sexta-feira, 6 de setembro de 2013

A alegria dos salvos em Cristo. Plano de aula

TEXTO ÁUREO 
“Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos” (Fp 4.4).

VERDADE PRÁTICA
Em tempos trabalhosos e difíceis, somente a alegria do Senhor pode apaziguar a nossa alma.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 4.1-7.
1 - Portanto, meus amados e mui queridos irmãos, minha alegria e coroa, estai assim firmes no Senhor, amados.
2 - Rogo a Evódia e rogo a Síntique que sintam o mesmo no Senhor.
3 - E peço-te também a ti, meu verdadeiro companheiro, que ajudes essas mulheres que trabalharam comigo no evangelho, e com Clemente, e com os outros cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida.
4 - Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos.
5 - Seja a vossa equidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor.
6 - Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças.
7 - E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.

PROPOSTA DA LIÇÃO
          Paulo manifestou seu amor e carinho pelos filipenses;
          Duas mulheres perturbavam a comunhão da igreja;
          Nossa verdadeira cidadania vem do céu;
          Os filipenses estavam expostos a falsos mestres;
          Jesus é a fonte da alegria cristã;
          Paulo recomendou equidade, pois perto está o Senhor;
          A alegria do Senhor gera equidade e desfaz a ansiedade;
          A paz de Deus acalma o coração perturbado;
          Paz de Deus: uma muro em torno de uma casa.

INTRODUÇÃO
Alegria, regozijo e contentamento são expressões comuns ao longo da Epístola de Paulo aos Filipenses. Paradoxalmente, elas revelam o coração do apóstolo na prisão de Roma. Paulo não se desesperou com o seu cativeiro, mas alegrou-se no Senhor. Ele sabia que estava nas mãos de Deus e contentava-se com as notícias de que a igreja de Filipos, fruto do seu árduo ministério, caminhava muito bem. Ele sabia muito bem como reportar-se a os filipenses: “Portanto, meus AMADOS e mui QUERIDOS irmãos, minha ALEGRIA e COROA, estai assim firmes no Senhor, AMADOS” (Fp 4.1). Ele sabia muito bem como animá-los: “Vocês lembram das VARADAS que recebi por causa de vós?” (At 16.22).

O apóstolo não deixou se abater com as tribulações do seu ministério, pois nelas, ele via a providência amorosa do Altíssimo. Em sua carta ao filipenses, Paulo demonstrou toda a sua preocupação e buscou conscientizar a igreja quanto a necessidade da existência do mesmo sentimento neles.

Ele esperava a mesma reação da igreja, pois suas recomendações finais visavam animar os filipenses para que sentissem a mesma alegria que sentia, mesmo em prisões. Ele o considerava “como a alegria e coroa do seu ministério”. Afinal custou algumas boas e edificantes varadas (At 16.22). O que poderia ser para ele motivo de muita tristeza era na verdade, “um motivo de muita alegria”, (coisas de crente). O pastor apanhou na fundação da igreja e esta por sua vez o apoiou em sua missão.

Sua alegria era pelas almas que via saindo das garras do Maligno, a mesma vista no céu, pela conversão dos pecadores. A igreja, para morar no céu, deverá se alegrar na terra, mas para isto ela deveria cumprir sua missão, apresentar o Evangelho.

I. EXORTAÇÃO À ALEGRIA E FIRMEZA DA FÉ (4.1-3)
1. A ALEGRIA DE PAULO. 
Paulo afirma aos filipenses que eles são sua “alegria e coroa” e aconselha-os a continuarem firmes no Senhor (v.1), independente das circunstâncias serem ou não favoráveis, aliás, ele era mestre neste assunto, pois estava em prisão e mesmo assim não se abatia. A igreja deveria sentir a mesma alegria que ele sentia por estar servindo a Jesus e por ver o resultado de seu trabalho, via Epafrodito e Timóteo, obreiros enviados e que certamente lhe arrancavam lágrimas com noticias boas de Filipos.

Se as prisões não abalavam Paulo, muitos menos os problemas de ordem relacional constatados em Filipos, comum em meio a congregação de homens carnais. Isto poderia ser resolvido com algumas recomendações e conselhos através da Palavra. O que, as vezes, tirava a tranquilidade do apóstolo era os constantes ataques dos falsos obreiros com seus ensinamentos distorcidos e nocivos a fé cristã, mas da mesma forma, seriam eles facilmente vencidos pela exposição e ensino da Palavra.

A permanência dos filipenses em Cristo bastava para encher o coração do apóstolo de alegria. Por isso, ele manifestou o seu orgulho e os mais íntimos sentimentos de amor e carinho para com os irmãos de Filipos.

Não havia sido em vão sua corrida, que teve largada justamente naquele dia, da despedida em Antioquia, quando foram separados e enviados pela igreja para a primeira viagem missionária (At 13.3). Ele sabia também que o primeiro susto (At 14.19) não havia sido capaz de desanimá-lo, tampouco segundo, aquelas doidas varadas em Filipos (At 16.22), aquilo tudo foi um afago, estimulo, um empurrãozinho e uma pitada do amor dos futuros novos convertidos filipenses, que estavam entre aquela multidão e que certamente estavam congregados, se tornando o ponto de apoio para o ministério de Paulo (Fp 1.5).

2. A ALEGRIA NAS RELAÇÕES FRATERNAS. 
Nem tudo, porém, era maravilhoso e perfeito na igreja de Filipos. Ali, estava ocorrendo um grande problema de relacionamento entre duas importantes mulheres que cooperaram na implantação da igreja filipense: Evódia e Síntique (v.2). Esse problema estava perturbando a comunhão da igreja e expondo a saúde espiritual do rebanho. 

A fim de resolver a questão, Paulo se dirige a um obreiro local (Timóteo ou Tito, não sabemos) que, com Clemente e os demais cooperadores, foram orientados a restabelecerem o relacionamento harmônico e fraterno entre Evódia e Síntique. Ele poderia não ter demonstrado tanta preocupação, afinal, nada mais lógico e atual que houvesse ou que haja problemas de ordem relacional, mas ele mostrou que reconhecia o trabalho e a importância daquelas mulheres e que acima de tudo confiava na intervenção de seus obreiros locais para colocarem um ponto final em toda aquela situação. O conselho paulino foi: “falem para estas mulheres construírem pontes e não cavarem abismos”.

Como verdadeiro pastor, o apóstolo tratou as duas mulheres com o devido cuidado e respeito, pois as tinha em grande estima pelo fato de ambas terem contribuído muito para o seu apostolado. Ele não desprezou os préstimos delas no tocante ao trabalho.

3. A ALEGRIA DE TER OS NOMES ESCRITOS NO LIVRO DA VIDA. 
O versículo 3 demonstra algo muito precioso para o cristão: a alegria de ter o nome escrito no livro da vida, que simboliza “o conhecimento que Deus tem daqueles que lhe pertencem (cf Lc 10:17-20; 12:8,9; Hb 12:22,23; Ap 3:5; 20:11-15)”. Paulo menciona tal certeza, objetivando reafirmar a felicidade e a glória de se pertencer exclusivamente ao Reino de Deus. 

Os filipenses tinham cidadania romana porque eram originários de uma colônia do império, mas quando o apóstolo escreve sobre cidadania refere-se a uma muito mais importante que a de Roma. Nossa verdadeira cidadania vem do céu, e o “mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.16).

II. A ALEGRIA DIVINA SUSTENTA A VIDA CRISTÃ (4.4,5)
1. ALEGRIA PERMANENTE NO SENHOR. 
A versão bíblica ARC emprega a palavra “regozijar” no lugar de “alegria” (v.4). O que é regozijar-se? É alegrar-se plenamente. A declaração paulina afirma que a fonte da alegria cristã é o Senhor Jesus, que promoveu a nossa reconciliação com Deus (Rm 5.1,11). Através dEle somos estimulados a permanecer firmes na fé (Rm 5.2).

É a presença viva do Espírito Santo em nós que produz essa certeza (Jo 16.7; Rm 14.17; 15.13). Nada neste mundo é capaz de superar as vicissitudes da vida como a alegria produzida em nosso coração pelo Senhor (Tg 1.2-4; Rm 5.3).

O apóstolo sabia da batalha que os filipenses enfrentavam contra os falsos mestres. Estes fomentavam heresias capazes de criar dúvidas quanto à fé. E, por isso, Paulo imperativamente reitera aos filipenses: “Regozijai-vos sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos”. Ele nos ensinou uma lição importante: “as nossas atitudes interiores não tem que refletir as nossas circunstâncias exteriores”.

2. UMA ALEGRIA CUJA FONTE É CRISTO. 
A alegria cristã tem como fonte a pessoa bendita do Senhor Jesus. É por isso que, mesmo em meio às adversidades sofridas em Filipos, o apóstolo teve grandes experiências de alegrias espirituais (At 16; cf. 1 Ts 2.2). Isso só foi possível pelo fato de ele conhecer pessoalmente Jesus de Nazaré.

Quando o apóstolo foi confrontado interiormente e pediu a Deus para que fosse tirado o “espinho de sua carne”, o Senhor lhe respondeu: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Co 12.9a). Após esse episódio, Paulo então pôde afirmar: “De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo” (2 Co 12.9b).

3. UMA ALEGRIA QUE PRODUZ MODERAÇÃO. 
O texto bíblico recomenda que a nossa “equidade [deve ser] notória a todos os homens”, pois “perto está o Senhor” (v.5). Na versão ARA, o termo “equidade” é traduzido como “moderação”. Ambas as palavras são sinônimas porque dizem respeito à amabilidade, benignidade e brandura. Levando em conta o contexto de Filipenses, os termos referem-se à pessoa que nunca usa de retaliação quando é provada ou ameaçada por causa de sua fé.

O apóstolo Paulo espera dos filipenses autocontrole e não um comportamento explosivo, próprio de pessoas destemperadas ou sem domínio próprio. 

Ele assim o faz, por saber que, aquele que tem a alegria do Senhor no coração, possui uma disposição amável e honesta para com outras pessoas, particularmente em relação àquelas inamistosas e más. William Barcklay escreve que “o homem que tem moderação é aquele que sabe quando não deve aplicar a letra estrita da lei, quando deve deixar a justiça e introduzir a misericórdia”.

III. A SINGULARIDADE DA PAZ DE DEUS (4.6,7)
1. A ALEGRIA DESFAZ A ANSIEDADE E PRODUZ A PAZ. 
Além de gerar equidade, a alegria do Senhor desfaz a ansiedade, pois esta é contrária a confiança que afirmamos ter em Deus. Nada pode tirar a nossa paz, perturbando-nos a mente e o coração. As nossas petições devem ser feitas humildemente, com ação de graças em reconhecimento à misericórdia do Senhor (v.6), ao mesmo tempo em que confiamos na providência do Pai Celeste.

Em nenhum momento Paulo se deixou vencer pelo desespero ou muito menos se mostrou ansioso pela sua situação, aliás, em sua prisão ele confiava e olhava para Deus, jamais fez menção dos seus problemas como fim de carreira. Tal como José, no Egito, que nas mesmas condições não se abalou, desesperou ou tampouco sucumbiu diante de um problema que parecia não permitir soluções. Os dois personagens, que não estavam em um paraíso, não tomaram decisões precipitadas de forma a colocar em risco o caráter, fé e trajetória.

A alegria de Paulo era pela permanência da fé dos filipenses, pela liberdade que lhes permitiam expressar toda a satisfação por estarem servindo a Jesus. Em nenhum momento desejou ardentemente sair, fugir ou ser retirado com mão forte daquela prisão, para junto com a igreja se alegrar ainda mais.

Situação bem diferente dos dias atuais, quando muitos oram pedindo a Deus terremoto capaz de destruir paredes, abrir buracos para eles saírem de suas ditas prisões, mas tão desejosos e afoitos se esquecem que nenhum prisioneiro fugiu quando sentiu o terremoto e quando viram as portas abertas na prisão de Filipos. Se os criminosos não fugiram, e olha que muitos ansiavam pela liberdade, por que então crente faria proveito da situação? O tremor na terra serviu para mexer na estrutura, no alicerce da prisão e não nas paredes.

Quantos trabalhadores não ansiavam pelo final de semana, por uma boa noite de sono, por promoções, feriados e pelo “glorioso” 5º dia útil do mês? Quantos alunos não anseiam pela aprovação ao final do ano, pelas férias escolares, por aulas vagas, por boas notas e pelo “glorioso” último dia letivo. Na contra mão de tudo isto estamos nós satisfeitos com Jesus, com a salvação, com o perdão dos pecados, com a proteção e provisões de Deus em nossas vidas e principalmente, estamos desejosos pelo grande e glorioso dia da reunião solene nos ares com o Senhor. Os trabalhadores na luta diária, os alunos nas escolas, os crentes perseverando, mas existe uma classe de pessoas que não fazem nada e que, por conseguinte, não esperam, pois estão desesperançosos, desmotivados, vitimados pela insônia, tedio.

2. UMA PAZ QUE EXCEDE TODO O ENTENDIMENTO. 
No versículo 7, o apóstolo fala acerca da “paz de Deus, que excede todo o entendimento”. Ficando claro que a alegria e a paz são recíprocas entre si. Não há alegria sem paz interior. Esta é decorrência daquela. Essa paz vem do próprio Jesus: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá” (Jo 14.27). Se a igreja em Filipos atentasse para as recomendações paulinas, certamente seriam cheios da paz de Deus.

Em síntese, a paz de Deus transcende qualquer compreensão humana, pois não há como discuti-la filosófica ou psicologicamente. Há casos em que somente a paz de Deus acalma os corações perturbados. É a paz divina que excede, ultrapassa ou transcende a todo o entendimento, pois não depende das circunstâncias.

3. UMA PAZ QUE GUARDA O CORAÇÃO E OS SENTIMENTOS DO CRENTE. 
Ainda no versículo 7, lemos que essa paz, dada por Cristo, “guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus”. O texto fala de “coração e sentimento”, cidadelas dos pensamentos e das emoções que experimentamos no cotidiano.

A paz de Deus é uma espécie de muro em torno de uma casa, objetivando protegê-la dos perigos externos. Ela torna-se um guarda fiel para o crente. Que saibamos, em Cristo, ouvir o belo conselho do sábio: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida” (Pv 4.23).

CONCLUSÃO
A Carta aos Filipenses, em sua completude, destaca a alegria do Senhor como uma virtude de sustentação da vida cristã. Não se trata de alegria passageira ou meramente emocional. A alegria do Senhor alimenta a nossa alma e produz paz e segurança, porque essa “paz é como uma sentinela celestial” que nos guarda do mal. Ora, a alegria também é “fruto do Espírito” (Gl 5.22), pois a presença dela em nós produz uma vida interior que supera todas as nossas vicissitudes.

OBJETIVOS
1) Exortar a respeito da alegria e firmeza da fé:
        Se as prisões não abalaram, o que poderia abalar?

2) Compreender que a alegria divina sustenta a vida cristã:
       “A minha graça te basta ... de boa vontade” – suportarei.

3) Conscientizar-se sobre a singularidade da paz de Deus:
       Paz, dada por Cristo, guarda os corações e sentimentos.

REFERÊNCIAS
BARBOSA, José Roberto A. A alegria do salvo em Cristo. Disponível em: http://subsidioebd.blogspot.com.br/2013/09/licao-10.html. Acesso em 02 de setembro de 2013.

Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003

Bíblia de Estudo Temas em Concordância. Nova Versão Internacional (NVI). Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2008

Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000

Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2003.

CARNEIRO FILHO, Geraldo. A alegria do salvo em Cristo. Disponível em: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com.br/2013/09/3-trimestre-de-2013-licao-n-10-08092013.html. Acesso em 04 de setembro de 2013.

Estudantes da Bíblia. A alegria do salvo em Cristo. Disponível em: http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2013/2013-03-10.htm. Acesso em 02 de setembro de 2013.

LOURENÇO, Luciano de Paula. A alegria do salvo em Cristo. Disponível em: http://luloure.blogspot.com.br/2013/09/aula-10-alegria-do-salvo-em-cristo.html. Acesso em 02 de setembro de 2013.

Por: Ailton da Silva - Ano V

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